Heranças de Adilson Batista, características do elenco e 'estilo Enderson' darão o tom na montagem do setor que carrega mistério em um dos nomes a integra-lo
Sob uma narrativa em tom de projeção, o estudo diante do possível meio-campo do Cruzeiro se baseará em: perspectiva empírica até a parada em virtude da pandemia de coronavírus; características do elenco; estilo do treinador e confiança do mesmo em atletas; e representatividade.
A análise leva em consideração quais devem ser as decisões iniciais do Enderson Moreira de acordo às citações do primeiro parágrafo, desconsiderando saídas, lesões, imprevistos e surpresas que podem acontecer durante o andiamento da temporada, no entendimento de que é inviável prever e/ou analisar pontos fora da curva.
Valores deixados por Adilson Batista
A chegada de Enderson Moreira, em dado momento de desandamento do futebol, tornou desafiador projetar o setor para o retorno aos gramados, tendo em vista que não há empirismo entre Cruzeiro e o técnico. Em contrapartida, não se deve descartar dados de experiência do elenco enquanto o professor era o Adilson Batista.
Ao comando do antigo treinador, foi possível notar o quão preparado está Maurício – artilheiro da equipe, até aqui, com 3 gols. De solitário destaque na ‘meiuca’, o jovem, de 18 anos, que atua como meia pelos lados e articulador, teve em sua produtividade e desempenho os valores mais significativos deixados por Adilson ao atual técnico, para sua montagem do setor central.
Elenco do meio-campo celeste
Além de Maurício, entre volantes, meias centrais e abertos, pontas, o Cruzeiro conta com outros 16 jogadores: Adriano, Ariel Cabral, Jadsom, Jean, Filipe Machado e Pedro Bicalho (volantes); Régis e Marco Antônio (meias centrais); Everton Felipe e Robinho (meias abertos); Alexandre Jesus, Caio, Iván Angulo, Jhonata Robert, Judivan e Welinton (pontas). É importante ressaltar que algumas peças não se limitam apenas a uma função, ou não apresentam, propriamente, a função a eles nomeada.
No caso do Régis, Enderson Moreira o descreveu como uma figura surpresa pelo meio, que vem de trás, isto é, na condição de segundo atacante. Basta recordar da função exercida por Ricardo Goulart para a compreensão de como Enderson enxerga o primeiro reforço de sua era; Robinho é outro quem manifestou interesse de atuar na faixa central, onde já atuou em sua carreira.
Projeção do setor aos olhos de Enderson Moreira
O abandono aos três volantes, tido na Raposa, deve se concretizar, já que Enderson Moreira costuma armar suas equipes no 4-2-3-1. Dada as informações do conhecedor de futebol nordestino, Lucas Marques, quem acompanhou de perto os dois últimos trabalhos do Enderson Moreira – Ceará e Bahia -, não deve haver muito mistério quanto à composição dos volantes, o qual ele se mostra fiel a uma dupla unida pelo tradicional e moderno primeiro e segundo volante, respectivamente, quando este último sai mais para o jogo.
Ainda na perspectiva do segundo, Enderson tem aprecio por atletas de mobilidade, nos quais aparecem como elemento surpresa. É partindo deste pressuposto e somado às suas aparições neste ano, que Jadsom tende a ser figura cativa, quando se faz misterioso seu companheiro. Dentre as opções prováveis para primeiro homem de marcação estão Jean e Filipe Machado. A disputa é interessante pois, enquanto Filipe Machado é original à posição, Jean, de virtudes mais técnicas, tem a experiência que o treinador tanto prega numa mescla com a juventude. O provável, entretanto, é que Jean, por sua representatividade e experiência, recue – ao mesmo tempo que não dispensaria suas características de articulação –, formando a volância com o garoto Jadsom.
O principal mistério está na linha de três, junto ao centroavante, que impede palpitar com convicção se o Cruzeiro vai de apenas meias ou dois meias e um ponta. A questionar qualquer cruzeirense, hoje, sobre seu time ideal, certamente haveria muitas escalações clamando por Robinho, Régis, Maurício e Marcelo Moreno. Inimaginável pensar nas ausências dos três últimos nas decisões iniciais de Enderson. Escorregando brevemente da pauta central, ao técnico lhe agrada a presença de um centroavante, e não há alguma dúvida de quem será o 9; Maurício, como afirmado inicialmente, é o principal jogador da equipe na temporada e o xodó da torcida; Régis foi indicação, justamente numa posição carecida no elenco, esta que atua na faixa central atrás do centroavante.
Robinho é a incógnita. Por sua representatividade, identidade e experiência, é quem vem a cabeça para fechar o trio com Régis e Maurício. No entanto, a falta de mobilidade, dinâmica, que se caracterizaria a equipe celeste torna questionável tal escalação. É diante disso que um ponta deve fechar esse trio. Pode ser Iván Angulo – ponta direita -, reforço promissor que o Cruzeiro buscou no Palmeiras, mas também pode ser alguém que está por vir. Já que, em informação do Globoesporte, no início de abril, dentre os reforços que o professor vai pedir, está inserido um atleta de velocidade.
Portanto, a ideia da dupla composta por Jean e Jadsom e um trio que tem Régis pelo meio, Maurício aberto na esquerda e Angulo pela direita seria o caminho mais previsível a partir do material de hoje, mas, a futura contratação de um velocista põe em dúvida decisão inicial no colombiano.
No mais, linhas altas e marcação pressão no momento sem a bola, deverão ser ações disciplinares daqueles escolhidos, quando, ao comando de Enderson Moreira, formarão possível linha de quatro, junto ao Marcelo Moreno para dificultar a saída adversária.
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