Técnico Ney Franco criticou o equívoco que aconteceu na visão dele. Treinador do Salgueiro, Evandro Guimarães, fala em "questão de justiça" no futebol
A primeira partida da final do Pernambucano, neste domingo, entre Sport e Salgueiro, seguia para o seu final e o árbitro de vídeo, inovação apresentada com todo alarde pela Federação Pernambucana de Futebol (FPF) parecia que não seria utilizada. Mas eis que, no último lance do jogo, Raul Prata colide com Toty dentro da área. O árbitro José Woshigton marcou pênalti inicialmente. Logo em seguida, informou que consultaria o recurso. O confronto ficou parado por seis minutos, tempo em que o lance foi analisado por uma equipe e pelo próprio juiz. No final das contas, a marcação foi mantida. O Carcará cobrou e marcou, finalizando a decisão em 1 a 1.
O uso do recurso, no entanto, não pôs fim às polêmicas. Pelo lado do Sport, a posição é de que não houve pênalti. O técnico Ney Franco lamentou a insistência no erro. "Não quero transferir a responsabilidade de um insucesso no jogo de hoje (domingo), por isso vou falar apenas uma vez sobre esse assunto. Ali dentro do campo, já tínhamos a impressão de que não foi pênalti. Agora, na televisão, vimos claramente que não foi. Lamentavelmente, o árbitro errou duas vezes, na partida e no vídeo. É uma pena porque todo um aparato foi colocado à disposição. Acho que deveriam colocar juízes mais experientes, com uma capacidade cognitiva melhor. Não tenho dúvidas de que não foi pênalti. Além disso, ainda foi uma demora enorme, seis minutos, para definir", declarou o treinador.
Foi a primeira vez no Brasil que o árbitro de vídeo estava disponível em uma partida. Todo um aparato, que inclui uma central de monitoramento, com imagens de sete câmeras exclusivas em campo e um árbitro de nível Fifa, Perícles Bassols, observando os lances, foi levado à Ilha do Retiro.
Assim que marcou o pênalti, José Woshigton informou aos jogadores em campo que o recurso de vídeo seria utilizado. Ao fim da partida, o lateral direito Samuel Xavier criticou a demora para a revisão do lance. “Não vou julgar se foi ou não, mas o problema é que demora muito. Tira a concentração do goleiro, do batedor. Não é necessário demorar tanto. É pra ser rápido, avisar logo e vamos para o jogo”, afirmou o jogador do Sport.
O técnico do Salgueiro, Evandro Guimarães, aprovou a inovação, independente da decisão final ter sido a favor do seu time. “Estava tranquilo. Eu disse que, se foi pênalti, vai ser dado. Se não, eles vão olhar e revisar. O que quero é que o jogo seja justo. Em 2015, jogando por um time do interior, perdi uma final com dois pênaltis absurdos para o Bahia. Se houvesse isso na época, não tinha acontecido. Acho que é muito benéfico para o futebol. É questão de justiça e o futebol está precisando isso”, analisou o treinador.
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