O empresário tricolor Sérgio Lêdo começou a colecionar camisas do clube há dez anos e até hoje busca relíquias que ajudem a contar a história coral
Vestir a camisa do clube de coração talvez seja a forma mais direta de qualquer torcedor demonstrar o amor pelas cores que resolveu abraçar. E, tentando multiplicar esse sentimento, o empresário e torcedor do Santa Cruz Sérgio Lêdo, de 29 anos, iniciou há dez anos uma coleção que atualmente conta com 146 camisas da Cobra Coral, das mais diversas épocas. Acervo que foi apresentado por ele, na última terça-feira, em suas redes sociais e que logo viralizou entre os tricolores.
Às vezes as peças chegam até Sérgio como presentes, outras vezes com a ajuda de algum amigo ou outro colecionador, mas geralmente é ele mesmo que tem que sair a procura. Para isso, é capaz de transformar até pré-jogo em negociação. “Realmente é uma saga, cada uma tem a sua história específica de como eu consegui, quem me deu, ou um colecionador de outro time que conseguiu e me deu. Nos jogos sempre tem um torcedor que vai com uma camisa mais antiga ou com uma que eu não tenho, que já não vende mais em loja. Sempre levo dinheiro para tentar conversar com a galera e comprar”, revelou.
Em contato com o Diario de Pernambuco, Sérgio relembrou alguns episódios de negociações para conseguir ter uma coleção tão completa. Mas que ainda possui espaço para outras relíquias, já que diariamente o torcedor garimpa outras camisas do Santa Cruz pela internet.
“Essa paixão pelo Santa começou desde criança, pelo meu pai, que nasceu em Campina Grande e torcia pelo Treze. Mas ele tinha um time de várzea lá chamado Santa Cruz. Ele também gostava muito do Santa e trouxe essa paixão pra mim”, iniciou o filho. Companheiros de arquibancada, um presente de pai para filho foi o pontapé para a coleção, mesmo sem intenção na época. “Eu ia para todos os jogos com ele, a partir dos nove anos de idade. Com dez ou 11 anos, ganhei minha primeira camisa oficial do Santa Cruz, em 2001. Essa é uma das que eu não vendo por dinheiro nenhum”, disse Sérgio.
Em torno de dez anos, ele conseguiu reunir mais de cem camisas e incontáveis histórias. Apesar de ser uma tarefa difícil, diante tantas opções, o torcedor consegue elencar as preferidas do seu museu particular. “Depois de um tempo guardando as camisas, eu pensei em colecionar, e venho fazendo isso de uns dez anos para cá. Comecei a guardar todas, nunca joguei nenhuma fora e começou a ser meu hobby número um. São 146 camisas, e para mim, a mais marcante é a primeira que meu pai me deu. É história. Lembro de cada segundo com ela no Arruda”, resgatou.
Além do primeiro xodó, ele também destaca as camisas de 1991 (considerada por muitos a mais feia da história do clube) e a usada pelo goleiro Tiago Cardoso na conquista da Copa do Nordeste de 2016. Essa, devidamente emoldurada. “A do eletrocardiograma, o pessoal acha feia, mas é muito marcante, justamente por ser feia. Ela eu consegui recentemente e fiquei muito feliz. Tem também a que está no quadro e foi usada por Tiago Cardoso, na final que a gente foi campeão do maior título do clube”, complementou.
Em uma dessas tentativas de negociação, encontrou alguém parecido com ele, e nessa situação nem mesmo dinheiro e uma camisa da atual temporada resolveram a questão para Sérgio. “Na Ilha do Retiro, na final do Pernambucano de 2016, contra o Sport, fomos campeões. Lá, tinha um cara com a camisa da CCS, que era de 1993 ou 1994, e ela estava novinha. Eu abordei ele, eu estava com a camisa do ano, e disse que ia dar para ele, e mais R$ 100. Terminou que no final ele não vendeu. E justificou dizendo uma história semelhante a minha. De que era a camisa que o pai tinha dado a ele”, recordou.
E assim, a paixão pelo Santa Cruz vai se renovando. De geração para geração. De pai para filho. De camisa a camisa.
E assim, a paixão pelo Santa Cruz vai se renovando. De geração para geração. De pai para filho. De camisa a camisa.
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