Segundo o ex-jogador do DC United, o ambiente é adequado para ligas como NBA e NFL, mas não serve para a principal liga de futebol dos Estados Unidos
Ídolo do Manchester United e um dos principais nomes da história da Seleção da Inglaterra, o atacante Wayne Rooney passou 18 meses de sua carreira nos Estados Unidos e atuou na Major League Soccer (MLS) pelo DC United, equipe situada em Washington, capital norte-americana. De volta ao território britânico com a camisa do Derby County, Rooney comentou sobre um dos pontos que mais trouxe indignação para si durante sua estada em terras ianques: o sistema de trocas de jogadores. Segundo o atleta, a maneira como o esquema é construído propicia aos donos das 26 franquias a possibilidade de tirar vantagens e desfavorece os jogadores.
“Eu não tinha percebido isso antes, mas, obviamente quando cheguei lá, vi isso. Na minha primeira semana, tivemos um jogador que, quando terminou o treinamento, foi informado de que estava sendo transferido para outro lugar. Eu fiquei tipo ‘Por quê? O que está acontecendo aqui? Aonde ele está indo?’ É difícil. Não há nenhum pensamento por trás disso em termos de que este jogador possa ter família, filhos, uma vida aqui. Eles poderiam ser informados. Eu sei que funciona assim na NBA e na NFL, mas esses jogadores recebem milhões e milhões. Assim, eles podem se dar ao luxo de fazer isso, mas os jogadores da MLS não podem. Eles provavelmente recebem uma pequena porcentagem de dinheiro que nem irá cobrir as contas e o que eles têm para viver. É errado que isso aconteça”, comentou.
Durante um ano e meio que passou no DC United, Rooney marcou 25 gols em 52 partidas, quase uma média de um tento assinalado a cada dois jogos disputados. O atacante afirmou que a liga tem grande potencial para ser uma das maiores do mundo, porém, precisa abrir mão de certos pontos para o desenvolvimento ser muito mais amplo. Além da valorização dos jogadores e uma análise mais minuciosa do sistema de trocas de jogadores, o atacante acredita que o teto salarial atual impede a chegada de mais atletas que podem contribuir por muito mais tempo, diferente dele e de outros que chegaram e ainda chegam em momentos mais tardios de suas respectivas carreiras.
“Acho que a MLS precisa realmente analisar isso, porque muitos proprietários estão aproveitando a estrutura da liga, que está afetando os jogadores americanos. Os jogadores são iguais aos sul-americanos, ingleses e espanhóis. Trabalham da mesma maneira, se não mais, e tiram vantagens deles. Há muito potencial e muito mercado. Eu disse isso quando deixei o DC, que a MLS tem que seguir as regras que a Europa e o resto do futebol estão adotando. Embora eles possam não querer, e eu sei que o resto dos esportes nos Estados Unidos não fazem isso, mas se não o fizerem, nunca chegarão no nível das ligas europeias. Eles tiveram jogadores como eu e Ibrahimovic, mas nós não podemos nos entregar por dez anos. Nós podemos ganhar uma quantia decente e oferecer entretenimento aos torcedores, mas não podemos oferecer todo o potencial. Se a MLS quiser que os jogadores alcancem todo o seu potencial, precisam retirar o teto salarial”, concluiu.
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