Não sou partidário da “Filosofia da Conspiração”. Porém, está na cara o desejo de vários setores da imprensa, da cartolagem dos clubes e da própria Federação Paulista a preferência pelo título do Paulistão ir para a Ponte Preta, de Campinas. Na Opinião Pública, criou-se um “espírito histórico de justiça”. Ou seja, alegam que em 1977, 40 anos atrás, o Timão teria sido “favorecido” e saído da fila depois de 22 anos de um jejum sem glórias. Rui Rei teria sido “subornado”. Denúncias, aliás, nunca provadas. Mas transformaram-se em folclore. Saíram da imaginação para a realidade. Criaram vida.
Gerações nasceram dentro dessa mentira: “Corinthians ganhou em 1977 roubado da Ponte”. Nos dias de hoje, ainda tem coleguinhas sustentando essa ficção. E o “fantasma da justiça” voltou com tudo. A TV, por exemplo, privilegiou o Palmeiras nas transmissões ao vivo. Um fracasso de ibope, apesar das grandes contratações por parte do patrocinador do clube. E alguns se questionam pasmos: “Como esse timinho sem vergonha do Corinthians chegou à final? Que ganhe a Ponte, ora bolas”. Esse “timinho sem vergonha” bateu recordes de audiência todas as vezes que teve jogos transmitidos (até na derrota contra o Santo André). É a maior torcida de São Paulo. Todas juntas caem aos pés da Fiel.
Depois eu que sou clubista! Aí, então, entra em campo o “tapetão caipira”. Levaram o primeiro jogo para o acanhado estádio Moisés Lucarelli e escalaram o tal de Raphael Claus, o rei do cartão amarelo e vermelho para ser o árbitro. Pelo lado pontepretano, Fernando Bob, Jeferson, Jadson, Yago, Matheus Jesus e Emerson. Pelo corintiano, Fagner, Guilherme Arana, Gabriel, Maycon, Rodriguinho, Jadson, Romero, Jô e Léo Jabá estão pendurados. Pergunta: qual é a probabilidade de desfalque maior no segundo jogo, em Itaquera? Não duvido que Timão tenha de entrar com os reservas dos reservas.
Sinceramente, torço para uma disputa justa. Hoje, como há 40 anos, a Ponte tem mais time do que o Corinthians. Eliminou Santos e Palmeiras (os bichos papões do torneio), enquanto Timão passou a trancos e barrancos pelo Botafogo e São Paulo. Equipe campineira mais entrosada, enquanto que a corintiana tem 16 jogadores promovidos a profissionais só esse ano. E quem está decidindo é a experiência: Jô, Jadson, Rodriguinho, Fagner e Cássio. Romero oscila demais e dos jovens Guilherme Arana é o mais completo.
Não dá nem para comparar a vivência de um Gílson Kleina como técnico com o recém-promovido Fábio Carille. Em suma, naturalmente a Macaca é favorita. Nem precisa de uma mãozinha do apito e muito menos da Opinião Pública. E lá vai o Corinthians outra vez, contra tudo e contra todos. Na fé no Santo Guerreiro, na esperança de um povo sofrido e esquecido por Deus que apenas deseja ser feliz enrolado na bandeira do Campeão dos Campeões.
Respeitem a “Quarta Força”, bando de Zé Mané.
E tenho dito!
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