domingo, 19 de abril de 2020

Com paralisação, discussão de mata-mata no Brasileiro volta à tona

Mata-mata deixou saudades em muitos torcedores e a possibilidade de seu retorno trouxe a tona o debate sobre qual dos sistemas é o melhor para a competição nacional



Devido a pandemia do novo coronavírus, todas as competições estaduais foram paralisadas antes de rolar suas etapas finais. A proximidade da data prevista para o início do Campeonato Brasileiro começa a preocupar os clubes e principalmente a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Isso porque até o momento não existe um panorama de quando tudo irá se normalizar. Sendo assim, a CBF estuda algumas mudanças para a realização da competição nacional em 2020, entre elas, a possibilidade do retorno do sistema de mata-mata.
E foi justamente essa hipótese que acabou reacendendo uma discussão nas redes sociais sobre qual o melhor formato para ser adotado no Brasileirão.
Assim como acontece nos clássicos do futebol  espalhados pelo Brasil (exceto em São Paulo e na Bahia), nas arquibancadas existe a divisão das torcidas, de um lado temos quem torce pela permanência dos pontos corridos e do outro os que querem a volta do mata-mata, ambos são fervorosos na defesa.

MATA-MATA

Sistema mata-mata ou single elimination (play-offs) era utilizado no Brasil até o ano de 2003 e se dividia em três fases eliminatórias simples, além da fase classificatória, quartas de final, semifinal e final. Desde que foi colocado de escanteio, seus admiradores não param de exaltar os pontos considerados positivos no modelo.
Essa dinâmica se dá através da disputa entre os times na primeira fase em turno único, buscando a todo custo pontos a fim de conseguir ficar entre os melhores classificados. A equipe que perde o duelo está automaticamente desclassificada.
Os oito melhores clubes em relação a pontuação, se classificam para disputar as quartas de final, daí saem quatro para encarar a semifinais e em seguida dois seguiam para final. A equipe vencedora demonstra sua capacidade de encarar a pressão imposta e as adversidades das partidas, independente se fora ou dentro de casa.
O argumento dos defensores desse sistema é que a disputa traz maior emoção e que supostamente acaba gerando nos jogadores uma mentalidade de tudo ou nada, de oito ou oitenta. O que resultaria em um maior empenho dentro de campo.
Um dos pontos negativos em adotar esse formato é que o campeonato brasileiro acabaria precocemente para muitos times, já que seriam confrontos diretos. Também não poderíamos esquecer dos valores recebidos com os direitos de transmissão das partidas que diminuiriam drasticamente, afetando a renda dos clubes envolvidos.

PONTOS CORRIDOS

O sistema de classificação adotado no Brasil há 17 anos é composto por 38 rodadas, onde a disputa entre as equipes é realizada em duas partidas, sendo uma em casa e outra com o mando de campo do adversário.
Com o objetivo de somar mais pontos, o time que conquista o título é aquele que além de ter maior pontuação, tem uma melhor regularidade e planejamento em relação aos outros 19 participantes da competição.
E para os defensores do sistema de pontos corridos, ele torna a disputa mais justa do que a citada anteriormente, que indiretamente pode ter influência do quesito ‘sorte’.
No continente europeu, considerado o melhor futebol do mundo, possui a forma de classificação adotada há décadas com muito sucesso. Mas é preciso deixar o coração de lado, colocar os prós e os contras desse sistema pelo olhar técnico. Obviamente que o êxito na Europa se dá pelo fato do continente não ter uma dimensão tão extensa, facilitando assim os deslocamentos entre os países.
Um exemplo simples para facilitar a compreensão de todos, é a dimensão territorial da França que tem 547 mil km², ou seja, é menor que o estado de Minas Gerais com 587 mil km².
Só o Brasil tem uma área de 8.547.403 mil km², o que torna os deslocamentos dos times durante o campeonato brasileiro, bem cansativos e ao mesmo tempo desgastante para os atletas. E talvez esse seja um dos motivos da ausência dos times da região Norte e Nordeste nas primeiras colocações do nacional, já que a maioria das equipes são centralizadas no eixo Sul-Sudeste.
Um fator positivo principalmente no quesito vida financeira é o pagamento dos direitos de transmissão que hoje tem grande importância no fechamento das contas dos clubes.
Em relação ao público nos estádios, não há motivos para se reclamar, já que os torcedores são apaixonados e não abandonam nunca o time de coração. Realizando um comparativo simples é possível notar que os números são bem semelhantes.
A discussão é bem complexa, mas cabe a cada torcedor formular sua opinião diante dos pontos expostos acima e obviamente torcer para que essa pandemia passe logo, e o futebol retorne independente do sistema adotado.

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