por Leandro Stein
Entre o final dos anos 1980 e o início dos anos 1990, o Olympique de Marseille montou um dos maiores esquadrões do futebol europeu. Se a Itália concentrava boa parte dos craques naquele momento, o timaço do Vélodrome não deixava a desejar. Tanto que, frequentemente, batia de frente com os representantes do Calcio nas fases finais das competições continentais. Em 1992/93, a vítima na decisão da Liga dos Campeões foi o poderoso Milan de Fabio Capello, garantindo a taça pela primeira vez a um clube francês. Já na Ligue 1, os marselheses estabeleceram uma verdadeira dinastia, com quatro títulos consecutivos. O último deles, em 1991/92, completa 25 anos nesta semana.
Oficialmente, o tetra do Olympique é a segunda maior sequência de títulos da história do futebol francês, superada apenas pelo hepta do Lyon no início deste século. Mas poderia ser mais. O campeonato de 1992/93 acabou sem dono, depois que os marselheses ofereceram suborno a jogadores do Valenciennes em uma das rodadas decisivas. O episódio anulou o quinto título seguido, assim como culminou no rebaixamento do time, disputando duas temporadas na segunda divisão a partir de 1994/95. Bernard Tapie, o magnata que investiu pesado no clube mais popular da França a partir de 1986, acabou condenado e deixou a presidência.
Apesar da mancha, inegavelmente o Olympique de Marseille jogou o melhor futebol da França nos anos anteriores. E, até que se prove o contrário, contando apenas com o talento de seus jogadores. Afinal, qualidade não faltava naqueles elencos. Tapie montou praticamente uma seleção no Vélodrome. Trouxe alguns dos melhores jogadores franceses dos últimos 30 anos. Além disso, ocupou as limitadas vagas disponíveis para estrangeiros com diversas estrelas. Os três técnicos do período (Gérard Gilli, Franz Beckenbauer e, principalmente, Raymond Goethals) muitas vezes tinham mais dificuldades para escalar o 11 inicial do que para vencer os jogos.
Abaixo, relembramos os muitos destaques que o Olympique de Marseille teve no período. Selecionamos todos os jogadores que construíram uma carreira relevante nas seleções nacionais, disputando uma competição internacional de elite ou ao menos 20 partidas oficiais. Listamos todos os presentes no tetra francês e ainda os que chegaram para faturar a Champions em 1992/93. Confira:
Contratados em 1988/89 ou antes
Jean-Pierre Papin (Atacante, francês, 54 jogos pela seleção, campeão de 89 a 92) – O maior símbolo daquele timaço do Olympique, ainda que não tenha ficado para a conquista da Europa em 1993, vendido ao Milan. Revelado pelo Valenciennes, passou um ano pelo Club Brugge antes de ser pinçado pelos celestes, em 1986, aos 22 anos. Transformou-se em fenômeno no Vélodrome. Atacante completo, de explosão física e enorme capacidade nas finalizações (especialmente pela plasticidade dos chutes, conhecidos como ‘Papinades’), foi artilheiro da Ligue 1 em cinco temporadas consecutivas, inclusive durante o tetra – somando 102 gols nas quatro campanhas. Também foi goleador da Champions em três anos consecutivos, inclusive no vice de 1991, ano em que faturou a Bola de Ouro.
Klaus Allofs (Atacante, alemão, 56 jogos pela seleção, campeão em 89) – Chegou a Marselha aos 30 anos. Ídolo no Fortuna Düsseldorf e no Colônia, tinha um currículo extenso, que incluía duas artilharias da Bundesliga e três títulos da Copa da Alemanha. Já com a seleção, conquistou a Euro de 1980, além de ter sido vice-campeão no Mundial de 1986. Permaneceu por duas temporadas no Olympique e foi vice-artilheiro do time na conquista de 1989. Depois, ainda brilhou pelo Werder Bremen.
Karlheinz Förster (Defensor, alemão, 81 jogos pela seleção, campeão em 89 e 90) – Um dos símbolos da Alemanha Ocidental em sua geração duas vezes vice-campeã do mundo, também faturou a Eurocopa em 1980. Venerado no Stuttgart, foi contratado em 1986, aos 28 anos. Disputou quatro temporadas do Campeonato Francês, titular absoluto nas três primeiras e campeão em 1989. Também permaneceu no elenco para completar o bicampeonato nacional, mas os problemas físicos abreviaram o final de sua carreira em 1990.
Abdoulaye Diallo (Atacante, senegalês, campeão em 89 e 90) – Começou a carreira em seu país até ser contratado pelo Olympique de Marseille em 1983. Passou sete anos no clube, mas como um reserva útil. Participou nas duas primeiras campanhas vitoriosas, já sem contar com o espaço que teve em outras temporadas, e anotou três gols. Por sua seleção nacional, disputou a Copa Africana de Nações em 1990. Seguiu para o Bastia, onde se aposentou.
Abedi Pelé (Meia, ganês, 73 jogos pela seleção, campeão em 89, 91 e 92) – Já tinha atuado em três continentes quando chegou à França, militando por equipes menores. Ganhou sua primeira chance no Olympique em 1987, aos 23 anos, mas demorou a causar impacto. Com aparições esporádicas no primeiro título, seguiu emprestado ao Lille até 1990. Então, voltou para se tornar uma das peças mais importantes do esquadrão celeste. Teve grande papel nos dois últimos títulos da sequência, assim como na conquista da Champions em 1993. Saiu após o escândalo, apenas, para defender o Torino.
Yvon Le Roux (Defensor, francês, 28 jogos pela seleção, campeão em 89) – Já era bem rodado quando foi trazido como reforço pelo Olympique. Começou no Brest, antes de jogar também por Monaco e Nantes. Neste período, participara da conquista da Euro de 1984 e da campanha rumo às semifinais do Mundial de 1986. Foi titular em suas duas temporadas no Vélodrome, ajudando no início da sequência histórica. Depois, rumou ao Paris Saint-Germain, onde encerrou a carreira.
Éric Cantona (Atacante, francês, 45 jogos pela seleção, campeão em 89 e 91) – Revelado pelo Auxerre, foi levado pelo Olympique em 1988, aos 22 anos, como maior contratação da história do futebol francês. Porém, sua passagem pelo Vélodrome teve altos e baixos. Titular na primeira metade da campanha em 1989, arrumou confusão após ser substituído em amistoso e terminou o campeonato emprestado ao Bordeaux. Jogou no ano seguinte pelo Montpellier, até voltar à conquista de 1991. Sob as ordens de Beckenbauer, recuperou a confiança entre os titulares e rendeu bem ao lado de Papin, mas uma lesão e a saída do técnico minaram seu espaço. Depois, foi vendido ao Leeds United.
Philippe Vercruysse (Meio-campista, francês, 12 jogos pela seleção, campeão de 89 a 91) – Viveu seus melhores momentos do Lens, convocado à Copa de 1986 aos 24 anos. Seguiu para o timaço do Bordeaux, onde não deu muito certo, até ganhar nova chance no Vélodrome a partir de 1988. Foi um dos donos do meio-campo nas três primeiras campanha, contribuindo inclusive com muitos gols. Deixou o clube em 1991, repassado ao Nîmes, rodando por times de menor expressão até pendurar as chuteiras.
Éric Di Meco (Defensor, francês, 23 jogos pela seleção, campeão de 89 a 93) – Formado nas próprias categorias de base do Olympique de Marseille, o lateral ajudou a simbolizar aquela fase vitoriosa. Titular absoluto nas duas primeiras conquistas, soma quase 300 partidas na primeira divisão francesa. O bom momento com o clube o levou também à seleção, em 1989, e disputou a Euro 1996, quando já tinha sido negociado com o Monaco. Ainda trabalharia como diretor esportivo do clube, logo após se aposentar.
Franck Sauzée (Meio-campista, francês, 39 jogos pela seleção, campeão em 89, 90 e 92) – Revelado pelo Sochaux, chegou ao Vélodrome em 1988, aos 23 anos. Logo se encaixou no esquema do time, importante tanto pela capacidade defensiva quanto pelo perigo constante com seus chutes de longe. Titular nos dois primeiros anos, passou uma temporada no Monaco, antes de retornar em 1991. Brilhou principalmente na conquista da Champions em 1993, anotando seis gols na campanha.
Contratados em 1989/90
Chris Waddle (Meia, inglês, 62 jogos pela seleção, campeão de 90 a 92) – Após estourar no Newcastle e ganhar moral no Tottenham, tornou-se a terceira contratação mais cara de todos os tempos ao fechar com o Olympique – atrás, naquele momento, de Maradona no Napoli e Gullit no Milan. Aos 28 anos, correspondeu totalmente, vivendo na França os melhores momentos da carreira, inclusive quando foi um dos protagonistas da Inglaterra na Copa de 1990. Em Marselha, o meia contribuiu com lances mágicos e gols importantes. Inclusive, de seus pés saíram o tento que eliminou o Milan na Champions de 1990/91, encerrando a hegemonia dos rossoneri na competição. Em 1992, retornou ao seu país, comprado pelo Sheffield Wednesday. Foi eleito o segundo melhor jogador do Olympique no século, atrás apenas de Papin.
Jean Tigana (Meio-campista, francês, 52 jogos pela seleção, campeão em 90 e 91) – Se alguém duvidava das ambições do Olympique, qualquer questionamento caiu por terra com o anúncio de Tigana. Tudo bem que o meia passara dos 34 anos, mas a contratação de um dos melhores jogadores da história da França significava demais. Tigana havia sido protagonista da seleção em duas Copas e no título da Euro de 1984, assim como era idolatrado no Bordeaux e no Lyon. Ofereceu sua qualidade por duas temporadas, aposentando-se pouco depois do vice-campeonato na Champions de 1991.
Didier Deschamps (Meio-campista, francês, 103 jogos pela seleção, campeão de 90 a 92) – Formado no Nantes, o volante desembarcou em Marselha mudando a sua história, a do clube e, de certa maneira, também a da seleção. Aos 21 anos, chegou no meio da temporada. Passou um ano emprestado ao Bordeaux, antes de voltar como uma das principais referências da equipe, tanto por sua combatividade quanto por sua liderança. Herdou a braçadeira de Papin para erguer a taça na final da Champions em 1993. Permaneceu no Vélodrome até 1994, brilhando depois na Juventus e no Chelsea, além dos Bleus, levantando a taça de campeão do mundo em 1998.
Manuel Amoros (Defensor, francês, 82 jogos pela seleção, campeão de 90 a 92) – Outro símbolo das pretensões massivas do Olympique, Manuel Amoros é considerado por muitos como um dos melhores laterais da história dos Bleus – possivelmente reserva de Lilian Thuram na seleção de todos os tempos da França. Presente em duas Copas e campeão da Euro, veio ao Vélodrome aos 27 anos, após construir sua reputação no Monaco. Jogador bastante técnico, foi dono da posição durante as três primeiras temporadas, mas depois perdeu espaço. Seguiria ao Lyon, antes de voltar a Marselha para encerrar a carreira.
Enzo Francescoli (Atacante, uruguaio, 73 jogos pela seleção, campeão em 90) – Uma temporada bastou para o Príncipe escrever sua história no Vélodrome. Não à toa, tornou-se a principal inspiração do jovem Zinedine Zidane, nascido e crescido em Marselha, mas que na época já militava no Cannes. Levado à França pelo Racing de Paris, o uruguaio foi contratado pelo Olympique para substituir Klaus Allofs. Sofreu com as lesões e nem sempre era titular, mas ainda assim conseguiu encantar. Anotou 11 gols e ficou atrás apenas de Papin na artilharia da equipe, além de ser eleito o melhor estrangeiro da Ligue 1. Contudo, acabou deixando a Provença em agosto de 1990, assinando com o Cagliari.
Carlos Mozer (Defensor, brasileiro, 32 jogos pela seleção, campeão de 90 a 92) – Um dos emblemas do Flamengo multicampeão na década de 1980, Mozer começou causando impacto na Europa com a camisa do Benfica, vice-campeão europeu em 1988. Foi levado a Marselha como jogador de seleção, disputando a Copa de 1990. Desfrutou de grande moral em seus anos no sul da França, sempre como uma das principais peças no sistema defensivo. Deixou o clube para retornar ao Benfica em 1992, tricampeão nacional.
Alain Roche (Defensor, francês, 25 jogos pela seleção, campeão em 90) – Ascendeu em um timaço do Bordeaux. Às vésperas de completar 22 anos e campeão do Europeu Sub-21 com a seleção, era visto como um jogador para o futuro. No entanto, permaneceu apenas uma temporada no Vélodrome, por mais que tenha contribuído para a segunda conquista. Esteve em campo em 25 partidas na campanha. Vendido ao Auxerre, acabou eleito o melhor jogador do país em 1992. Depois, fez história no PSG, disputando a Euro em 1996. Já no final da carreira, passou pelo Valencia, antes de retornar ao Bordeaux.
Trazidos em 1990/91 e em 1991/92
Dragan Stojkovic (Meia, iugoslavo, 84 jogos pela seleção, campeão em 91) – Uma pena que um dos jogadores mais habilidosos de sua geração não tenha engrenado naquele Olympique. Piksi foi trazido com uma reputação enorme, arrebentando no Estrela Vermelha e eleito para o time ideal da Copa de 1990. Nunca teve sequência no Vélodrome, esquentando o banco na maior parte do tempo e não anotando um gol sequer. Uma de suas maiores frustrações aconteceu na decisão da Champions de 1991, quando só entrou no final do segundo tempo da prorrogação diante do ex-companheiros do Estrela Vermelha. Segundo suas próprias palavras, o temor do antigo clube por ele poderia ter produzido uma história diferente. Repassado ao Verona, voltaria para um breve período em 1993/94, antes de ser vendido ao Nagoya Grampus Eight, mitificado nos anos dourados da J-League.
Bernard Casoni (Defensor, francês, 30 jogos pela seleção, campeão em 91 e 92) – Embora já fizesse parte da seleção francesa, teve a maior chance em um clube no Olympique. Anteriormente, havia atuado por Cannes, Toulon e Racing de Paris. Apesar da forte concorrência na linha defensiva, não demorou a ganhar a confiança no setor, especialmente no sistema com três zagueiros. Foi titular em suas duas primeiras temporadas e esteve presente na Eurocopa de 1992. Um dos raros exemplos que não deixou o clube após o rebaixamento à Ligue 2, pendurou as chuteiras em 1996.
Basile Boli (Defensor, francês, 45 jogos pela seleção, campeão em 91 e 92) – Um símbolo da maior glória do Olympique. Nascido na Costa do Marfim, o zagueiro iniciou sua carreira no Auxerre, de onde veio em 1990. A partir de então, virou um dos favoritos no Vélodrome, titular nas quatro temporadas em que permaneceu no clube. Uma cena simbólica aconteceu após a derrota para o Estrela Vermelha na final da Champions de 1991. Boli se dirigiu às arquibancadas e, sob lágrimas, aplaudiu os torcedores presentes pelo apoio. Quis o destino que, dois anos depois, coubesse a ele anotar o gol do título europeu diante do Milan. Pela seleção, disputou a Euro de 1992. Depois, rodou por Rangers, Monaco e Urawa Red Diamonds.
Jocelyn Angloma (Defensor, francês, 37 jogos pela seleção, campeão em 92) – Dono de excelente capacidade física, o defensor nascido em Guadalupe atuara antes no Rennes, no Lille e no PSG. Contratado em 1991, aos 26 anos, podia entrar tanto na lateral quanto na linha de zaga e às vezes também era adaptado como volante. Não à toa, desfrutou de enorme moral em seus anos no Vélodrome, se projetando à Euro de 1992. Em três temporadas no clube, perdeu um pouco mais de espaço apenas na última. Depois, foi repassado ao Torino, defendendo também Internazionale e Valencia.
Trevor Steven (Meio-campista, inglês, 36 jogos pela seleção, campeão em 92) – Jogador de duas Copas do Mundo, o inglês começou no Burnley, mas ganhou reconhecimento com a camisa do Everton. Bicampeão inglês, parte do célebre time de Howard Kendall, depois seguiria ao Rangers, atraído pela possibilidade de atuar nas competições continentais, diante do banimento aos clubes ingleses. Chegou ao Olympique como o mais caro inglês da história, dividindo este posto com David Platt. Porém, não ficou tanto tempo na Provença, retornando ao Rangers após uma temporada. Ainda assim, foi titular em boa parte da campanha.
Jean-Philippe Durand (Meio-campista, francês, 26 jogos pela seleção, campeão em 92) – Formado pelo Toulouse, passou pelo Bordeaux antes de assinar com o Olympique, aos 31 anos. Presente na Euro 1992, não demorou a se encaixar no meio de campo marselhês, tornando-se uma das figuras principais do elenco. Permaneceu no Vélodrome mesmo com o rebaixamento e recolocou o time na elite, aposentando-se após a primeira temporada de volta à Ligue 1, ainda como titular.
Daniel Xuereb (Atacante, francês, oito jogos pela seleção, campeão em 92) – Campeão olímpico em 1984 e reserva na Copa de 1986, rodou bastante até parar no Olympique. Revelado pelo Lyon, jogou depois por Lens, PSG e Montpellier. Só não escreveu grande história com a camisa celeste, permanecendo por apenas uma temporada. De qualquer maneira, contribuiu com cinco gols na campanha do tetra.
Não estiveram no tetra, chegaram para a Champions
Marcel Desailly (Defensor, francês, 116 jogos pela seleção) – Um verdadeiro monstro em todos os clubes pelos quais passou. Desailly é cria da base do Nantes, saindo relativamente tarde dos Canários, aos 26 anos. Permaneceu uma temporada no Olympique, o suficiente para escrever a história e ganhar impulso às primeiras convocações à seleção principal. Curiosamente, não estava nos planos do técnico Raymond Goethals nos primeiros meses, passando um tempo no time B até ganhar uma chance e impressionar. Peça-chave na conquista da Champions, anulou Marco van Basten na decisão. Acabou contratado pelo Milan, fazendo o mesmo diante de Romário na final continental de 1994, ante o Barcelona.
Fabien Barthez (Goleiro, francês, 87 jogos pela seleção) – Era uma promessa quando foi comprado pelo Olympique, após surgir no Toulouse. Aos 22 anos, deveria ser reserva de Pascal Olmeta, o dono da meta desde 1990. Entretanto, logo o jovem pediria passagem. Foi outro que chegou a ser integrado no time B, mas não demorou a virar dono da posição. Teve os seus momentos de desconfiança, mas cresceu demais na reta final da temporada, arrojado e ágil. Permaneceu após o rebaixamento à Ligue 2, mas com o acesso barrado pela justiça desportiva, pediu para sair. Seria campeão também no Monaco. Voltou ao Vélodrome já veterano, em 2003, contratado junto ao Manchester United.
Alen Boksic (Atacante, croata, 40 jogos pela seleção) – O grande artilheiro na temporada mais gloriosa do Olympique. Formado pelo Hajduk Split, deixou a Croácia com o estouro da guerra de independência. Contratado pelos marselheses, passou um ano emprestado ao Cannes até ganhar sua oportunidade. Não desperdiçou, transformando-se em uma máquina de gols no comando do ataque, balançando as redes 29 vezes e suprindo a ausência de Jean-Pierre Papin. Após o título da Champions, permaneceria por mais meia temporada, até acertar sua transferência à Lazio, onde também foi ídolo.
Jean-Marc Ferreri (Meio-campista, francês, 37 jogos pela seleção) – Ídolo do Auxerre e do Bordeaux, atravessando boa parte de sua carreira com as duas camisas. Também fez parte da seleção em um momento importantíssimo, compondo o elenco tanto na conquista da Euro de 1984 quanto na campanha rumo às semifinais da Copa de 1986. Aportou no Vélodrome em declínio e era reserva na conquista da Champions. Passou uma temporada no Martigues, mas voltou para a empreitada na Ligue 2, auxiliando no acesso.
Rudi Völler (Atacante, alemão, 90 jogos pela seleção) – Embora não tenha sido tão efetivo quanto Boksic, chegou como o grande substituto de Papin. Campeão do Mundo em 1990, era uma das referências da Roma quando aceitou a proposta do Olympique. Já tinha 32 anos, mas rendeu muito bem e conquistou seu maior título por clubes, ao levantar a Champions. Fez 20 gols ao longo da temporada e se combinou muito bem com o croata. Permaneceu ainda na temporada seguinte, antes do rebaixamento dos marselheses. Então, partiu ao Bayer Leverkusen, onde se aposentou.
Rafael Martín-Vázquez (Meio-campista, espanhol, 38 jogos pela seleção) – Parte da famosa Quinta del Buitre em seus tempos de Real Madrid, mudou-se para o Torino após disputar a Copa de 1990. Ficou apenas o primeiro semestre de 1992/93 no Vélodrome, anotando dois gols na Champions, antes de encerrar a temporada no Bernabéu.
Igor Dobrovolski (Meio-campista, russo, 47 jogos por seleções) – Destaque do Dynamo Moscou nos últimos anos do Campeonato Soviético, rodou um bocado depois, atuando por Genoa, Castellón e Servette. Reforço para o segundo semestre de 1992/93, ocupando a vaga de estrangeiro deixada por Martín-Vázquez, apareceu apenas esporadicamente. Voltaria ao Dynamo Moscou logo depois.
François Omam-Biyik (Atacante, camaronês, 75 jogos pela seleção) – Um dos símbolos da campanha dos Leões Indomáveis na Copa de 1990, disputaria ainda dois mundiais, em 1994 e 1998. Só não deu certo no Vélodrome, apesar de experimentado na Ligue 1 – jogara antes por Laval, Rennes e Cannes. Foram apenas duas partidas, até ser repassado ao Lens, onde brilhou.
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