quarta-feira, 18 de abril de 2018

A raposa e a ratice (a crónica do Sporting-FC Porto)

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autor ; Tiago Palma


Na 1.ª parte houve mais FC Porto, na segunda tudo se repartiu e no tempo extra só o Sporting quis o Jamor. Mas não é sobre a relva que o Sporting vence. Vence no banco. Pelo que Jesus fez e Sérgio não




O minuto era o 83. Fatigados estavam ambos. Sérgio resolve trocar Óliver por Reyes e “fechar” o jogo com um trinco mais. Antes já havia colocado Sérgio Oliveira e mantido Herrera no onze. O Sporting pouco atacava e, atacando, atacava mais pelo coração e pouco ou nada pela razão. Havia Marega no banco. E Marega na certa fecharia mais o jogo do que Reyes, desgastando o Sporting na defesa e impedindo-o de pisar o ataque. São escolhas. Sérgio escolheu a ratice. Tinha o apuramento no bolso. Mas enganou-se.
Dois minutos volvidos, e depois de um canto à direita, Marcano só tinha uma coisa a fazer, cortar, mas cortou mal, deixou a bola em Coates e o central fuzila, fazendo o primeiro do Sporting, empatando a contenda.



E agora? Sérgio havia esgotado as trocas. A manta era curta lá na frente. Restava Brahimi, exausto, Ricardo, idem, e Aboubakar, que entrou fresco mas foi “engolido” por Coates na marcação. Era tempo de rodar a bola, levar tudo até tempo extra e ver no que dá. Jesus, raposa velha, esperou pelo tempo extra. Quando mexeu, mexeu bem. Fez sair o exausto Dost e esticou o jogo com Doumbia, única opção de ataque que no banco havia ainda. Ou seja, fez com Doumbia o que Sérgio não fez com Marega: refrescou o seu ataque e impediria os portistas de atacar.
E o Sporting podia ter resolvido o jogo bem antes do desempate por penáltis. Gelson, ao minuto 95, e Bruno Fernandes, aos 103, desperdiçaram o que parecia uma inevitabilidade, ora rematando ao lado, ora permitindo que Casillas defendesse.
Recuemos. A primeira e a segunda partes, até chegar o golo de Coates, foram uma canseira. Não pelo que no relvado se correu, mas porque ninguém (Herrera e Gelson são exceções) tinha cabedal para o fazer. Os portistas controlavam o meio-campo (e a eliminatória) e o Sporting não chegava à grande área de Casillas com perigo. Aliás, a primeira terminou mesmo sem qualquer remate na direção das balizas. Na segunda, as chances nunca foram mais do que só fumaça. E só depois de sofrer o FC Porto reagiu. Foi a o minuto 87. Pontapé de canto na esquerda batido por Alex Telles, cabeceamento de Marcano à trave, recarga de Felipe também na trave e, no final de tanto azar, golo de Reyes. No entanto, o lance foi anulado porque Felipe estava adiantado quando fez a primeira recarga. Ufffff.
Voltamos aos penáltis. A história foi a mesma, ou quase, da Taça da Liga. O Sporting venceu. Mas nem foi preciso Patrício ou Casillas defenderem. Todos acertaram menos Marcano, logo na primeira tentativa. Montero não vacilou na última.



Jorge Jesus estará na final da 🇵🇹Taça de Portugal pela 4.ª vez, pela 3.ª equipa diferente:
2007 Belenenses🥈
2013 Benfica🥈
2014 Benfica🏆
2018 Sporting❓




⚽ Sporting 1 – 0 Porto (5-4 ap)

Os 🦁 voltam a eliminar os 🐉numa meia-final nas grandes penalidades e marcam presença na final da , frente ao Aves 🏆


O histórico do Sporting nas 27 finais da Taça de Portugal disputadas é o seguinte:
* 1941: Belenenses, 4-1 (João Cruz, 3 e Peyroteo; Gilberto Vicente)
* 1945: Olhanense, 1-0 (Jesus Correia)
* 1946: Atlético, 4-2 (Peyroteo, 2, Sidónio e Albano; Marques e Manuel Costa)
* 1948: Belenenses, 3-1 (Peyroteo, 2 e Albano; Teixeira da Silva)
* 1952: Benfica, 4-5 (Rola, 2, Albano e João Martins; Rogério Pipi, 3, Corona e José Águas)
* 1954: V. Setúbal, 3-2 (Mendonça, 2 e João Martins; Joaquim Soares, 2)
* 1955: Benfica, 1-2 (João Martins; Arsénio, 2)
* 1960: Belenenses, 1-2 (Diego; Matateu e António Carvalho)
* 1963: V. Guimarães, 4-0 (Figueiredo, 2, Lúcio e Mascarenhas)
* 1970: Benfica, 1-3 (Peres; Artur Jorge, 2 e Torres)
* 1971: Benfica, 4-1 (Chico Faria, 2, Nélson e Dinis; Eusébio)
* 1972: Benfica, 2-3 a.p. (Peres e Dinis; Eusébio, 3)
* 1973: V. Setúbal, 3-2 (Tomé, 2 e Yazalde; Duda e Vicente)
* 1974: Benfica, 2-1 (Marinho e Chico Faria; Nené)
* 1978: FC Porto, 1-1 e 2-1 a.p. (Manuel Fernandes e Vítor Gomes; Seninho)
* 1979: Boavista, 1-1 e 0-1 (Júlio)
* 1982: Sp. Braga, 4-0 (Oliveira, 2, Jordão e Manuel Fernandes)
* 1987: Benfica, 1-2 (Marlon Brandão; Diamantino, 2)
* 1994: FC Porto, 0-0 e 1-2 a.p. (Vujacic; Rui Jorge e Aloísio)
* 1995: Marítimo, 2-0 (Iordanov, 2)
* 1996: Benfica, 1-3 (Carlos Xavier; João Vieira Pinto, 2 e Mauro Airez)
* 2000: FC Porto, 1-1 e 0-2 (Clayton e Deco)
* 2002: Leixões, 1-0 (Jardel)
* 2007: Belenenses, 1-0 (Liedson)
* 2008: FC Porto, 2-0 (Rodrigo Tiuí, 2)
* 2012: Académica, 0-1 (Marinho)
* 2015: Sp. Braga, 2-2 e 3-1 g.p. (Slimani e Montero; Rafa e Éder)

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