quinta-feira, 11 de maio de 2017

Zequinha… o volante da terra do frevo




Assim como Dudu e Ademir da Guia, Zequinha e Chinesinho reinaram na meia cancha alviverde no fim da década de cinquenta e o início da década de sessenta.
Além do sucesso nos clubes por onde passou, o jogador também viveu momentos marcantes vestindo o uniforme canarinho.
José Ferreira Franco, o popular Zequinha, nasceu na cidade de Recife (PE), no dia 18 de novembro de 1934. 
Na juventude, Zequinha batia suas “peladas” jogando entre boleiros veteranos. Aos dezenove anos seu talento foi reconhecido quando foi recomendado ao quadro de Aspirantes do Auto Esporte Clube.
Zequinha, em destaque, no time que levantou o caneco pernambucano de 1957. Crédito: revista Placar.
Zequinha, em destaque, no time que levantou o caneco pernambucano de 1957. Crédito: revista Placar.
Crédito: arquivocoral.com.br
Crédito: arquivocoral.com.br
Voltou para Recife ainda em 1954, quando o destino o colocou de frente com o ex-companheiro de peladas Valdomiro Silva, que na época exercia funções como treinador das divisões amadoras do Santa Cruz.
Zequinha foi aprovado nos testes e seguiu treinando no Arruda.
Em 1955 o técnico Oto Viera pediu para que Valdomiro Silva indicasse um jogador da equipe de Aspirantes para treinar entre os profissionais.
Sem pensar muito, Valdomiro indicou Zequinha, que entrou no segundo tempo do treino para atuar na equipe reserva e foi muito bem.
Crédito: revista do Esporte número 63 - 21 de maio de 1960.
Crédito: revista do Esporte número 63 – 21 de maio de 1960.
Crédito: revista Placar – 3 de agosto de 1979.
Crédito: revista Placar – 3 de agosto de 1979.
Volante habilidoso, bom nas divididas, embora sempre leal, aliava seu ótimo sentido de marcação e visão de jogo com uma pontaria quase certeira.
Seus chutes de longa distância eram uma verdadeira dor de cabeça para os goleiros e se tornou uma de suas principais características.
A condição de ídolo junto aos torcedores não demorou para chegar.
Antes mesmo de assinar o primeiro contrato, Zequinha já tinha defendido o selecionado pernambucano de Aspirantes em algumas oportunidades.
Crédito: revista do Esporte número 132 – 1961.
Crédito: revista do Esporte número 132 – 1961.
Ganhando 800 cruzeiros por mês, Zequinha tinha agora tranquilidade de sobra para pensar apenas em crescer no futebol.
Seu primeiro título aconteceu na conquista do campeonato pernambucano de 1957, quando o Santa Cruz já amargava um bom tempo sem levantar o caneco estadual.
Antes da decisão do campeonato pernambucano, Zequinha foi sondado pela CBD sobre uma possível convocação para os treinos do escrete que se preparava para o mundial de 1958, na Suécia.
Embora honrado com o convite, Zequinha encheu de orgulho o torcedor do clube “Coral”, ao anunciar para o Diário de Pernambuco: “Francamente, só quero pensar nisso depois de terminar o atual campeonato pernambucano”.
Crédito: reprodução revista A Gazeta Esportiva Ilustrada.
Crédito: reprodução revista A Gazeta Esportiva Ilustrada.
Em 1958, com o forte interesse do Fluminense e do Palmeiras, Zequinha aguardou o desenrolar da negociação até tomar conhecimento que seu destino era mesmo o Parque Antártica.
Conforme divulgado pela revista do Esporte número 63, publicada em 21 de maio de 1960, o clube paulista precisou desembolsar 1 milhão de cruzeiros para contar com seu futebol.
O volante baixinho, de apenas 1;66 de altura, logo caiu nas graças da torcida alviverde por seu grande poder de marcação e técnica refinada na armação das jogadas.
A primeira conquista pelo Palmeiras foi no expressivo campeonato paulista de 1959 contra o Santos. Em seguida, faturou também o troféu da Taça Brasil de 1960.
Crédito: revista do Esporte número 181 – Agosto de 1962.
Crédito: revista do Esporte número 181 – Agosto de 1962.
Como reflexo de suas ótimas atuações, Zequinha novamente teve seu nome cogitado para defender o escrete que se preparava para o mundial do Chile em 1962.
Convocado para sua primeira Copa do Mundo, Zequinha embarcou para os gramados chilenos como suplente imediato de Zito.
O volante palmeirense sabia que dificilmente teria oportunidade de jogar no lugar do experiente volante santista.
Zequinha voltou do Chile consagrado como bicampeão mundial e seguiu servindo ao escrete canarinho nos anos seguintes.
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Seleção Brasileira. Em pé: Lima, Zequinha, Roberto Dias, Rildo, Eduardo e Gylmar. Agachados: Dorval, Mengálvio, Coutinho, Amarildo e Pépe.
Seleção Brasileira. Em pé: Lima, Zequinha, Roberto Dias, Rildo, Eduardo e Gylmar. Agachados: Dorval, Mengálvio, Coutinho, Amarildo e Pépe.
Pela Seleção Brasileira Zequinha esteve em campo em 17 oportunidades, obtendo 14 vitórias, 1 empate, 2 derrotas e 2 gols marcados. Os números fazem parte do livro “Seleção Brasileira – 90 anos”, de autoria de Roberto Assaf e Antonio Napoleão.
E sua coleção de títulos continuou: Campeão paulista de 1963 e 1966, Torneio Rio–São Paulo de 1965 e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1967.
Pelo Palmeiras, Zequinha também jogou ao lado de Ademir da Guia e entrou em campo em 417 oportunidades, obtendo 247 vitórias, 83 empates, 87 derrotas e 40 gols marcados.
Os dados foram publicados pelo reconhecido Almanaque do Palmeiras, de autoria de Celso Dario Unzelte e Mário Venditti.
Crédito: revista do Esporte.
Crédito: revista do Esporte.
Depois da chegada de Dudu, Zequinha permaneceu no Palmeiras até 1968, quando seu passe foi negociado junto ao Clube Atlético Paranaense.
Posteriormente, voltou para Pernambuco quando foi defender o Clube Náutico Capibaribe em 1970, decidindo em seguida pelo encerramento de sua carreira profissional.
Depois do futebol, investiu seu capital em propriedades e também em uma casa lotérica. Zequinha faleceu na cidade de Olinda (PE) em 26 de julho de 2009, vítimado por problemas cardíacos.
Crédito: revista do Esporte número 271 – Maio de 1964.
Crédito: revista do Esporte número 271 – Maio de 1964.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar, revista do Esporte, revista Esporte Ilustrado, revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, Jornal Diário da Noite, arquivocoral.com.br, idolosdosanta.blogspot.com.br, americomurolo.com.br, abril.com.br, parmerista.com.br, palmeiras.com.br, jogadoresdopalmeiras.blogspot.com.br, Almanaque do Palmeiras – Celso Dario Unzelte e Mário Venditti, Livro: Seleção Brasileira – 90 anos – Roberto Assaf e Antonio Napoleão, museudosesportes.blogspot.com, site do Milton Neves.

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