sexta-feira, 12 de maio de 2017

Após dois anos no 'quase', Náutico inicia Série B diante do América-MG em nova realidade



Em crise, Timbu inicia competição reformulando elenco e com metas modestas


Foram dois anos consecutivos batendo na trave. Dois Campeonatos Brasileiros entre a esperança do acesso e a frustração da dura realidade ao fim da competição. Quinto colocado nas duas últimas edições da Série B, o Náutico estreia na divisão de acesso à elite de maneira bem mais modesta que nos anos anteriores. Em meio à uma grave crise financeira que obriga o Timbu a se reinventar, o clube recebe o América-MG, às 21h30 de hoje, na Arena de Pernambuco com portões fechados.

Punido em virtude da invasão de torcedores na última rodada da Segundona do ano passado, quando foi derrotado pelo Oeste e perdeu a chance do acesso, o Náutico não terá o apoio das arquibancadas contra o Coelho. Apenas um detalhe entre tantos fatores que jogam contra o Timbu neste momento. Nessa quinta-feira, o clube perdeu o quarto jogador para o nacional. Desta vez, uma perda de peso. Principal atleta do time, Marco Antônio, não aceitou o reajuste salarial e não é mais atleta do Timbu.

Com salários atrasados e atletas insatisfeitos com a administração do clube, cabe ao técnico Waldemar Lemos, recém-chegado, a função de bombeiro. É nele que a direção de futebol alvirrubra deposita as esperanças em começar a contornar uma crise que, por ora, aparenta não ter solução em vista.

“Espero que haja a compreensão torcida para este momento. A dificuldade foi criada e ainda temos a impossibilidade de ela participar desta vez. Mas quando ela vier (torcer), venha verdadeiramente para ser o nosso 12º jogador. O clube está precisando e não vai ter outra forma melhor de participar do que com esse incentivo que todos que estamos vestindo a camisa do Náutico estamos precisando”, afirmou Waldemar Lemos, que começa a sua terceira passagem pelo clube nesta noite.

Adversário

Contra o Náutico, o técnico Enderson Moreira terá quatro novidades em relação à equipe que entrou em campo pela última vez em um jogo oficial, em 16 de abril, contra o Cruzeiro, pelas semifinais do Mineiro. Na defesa, o lateral-direito Auro - que passou por cirurgia no joelho - saiu do time para a entrada de Alex Silva, ex-Sport. No meio-campo, Ruy substituirá Renan Oliveira (ex-Timbu) na criação de jogadas. A mudança mais significativa, porém, foi no ataque. Matheusinho e Pilar treinaram como titulares nas vagas de Felipe Amorim e Mike, que iniciaram o clássico contra o Cruzeiro.

Sobre o momento complicado por que passa o Timbu, Enderson afirmou que não acha que os problemas extracampo influenciarão na partida. “São enormes os perigos. É uma equipe com dificuldade fora, mas elas não entram em campo. São atletas profissionais e eles esquecem de qualquer outra coisa e se concentram no jogo. Com uma vitória, as coisas tendem a se resolver. Assisti a três jogos do Náutico no Pernambucano, lá têm jogadores de capacidade, (a equipe) fez jogos equilibrados contra Sport e Santa Cruz. Temos convicção de que será um jogo difícil”, ressaltou o comandante do Coelho.

Ficha do jogo

Náutico

Tiago Cardoso; David, Tiago Alves, Nirley e Manoel; Darlan, João Ananias e Cal; Jefferson Nem e Erick e Alison.

América-MG

João Ricardo, Alex Silva, Messias, Rafael Lima e Ernandes; Juninho, Gustavo Blanco, Gérson Magrão e Ruy; Matheusinho e Pilar. Técnico: Enderson Moreira.

Local: Arena de Pernambuco. Horário: 21h30. Árbitro: Vinícius Furlan (SP). Assistentes: Alex Ang Ribeiro (SP) e Gustavo Rodrigues de Oliveira (SP).

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Waldemar faz apelo por união no Náutico: "Clube precisa se unir de uma vez por todas"


Técnico demonstrou estar ciente dos problemas políticos que vive o clube


O técnico Waldemar Lemos está na sua terceira passagem como técnico do Náutico. Esteve antes em 2009 e 2011. Sempre encontrando cenários de dificuldade financeira. Mesmo em dificuldade, em nenhum dos momentos anteriores viu tamanha crise. Conhecedor dos bastidores do clube, o treinador de 62 anos fez um apelo público direcionado às pessoas que gerem o Timbu. “O clube precisa se unir de uma vez por todas”, clamou.

Com menos de uma semana de trabalho à frente do time, Waldemar já identificou uma série de problemas que passam obrigatoriamente pela ordem financeira. O Timbu convive com salários atrasados desde o começo do ano - em alguns casos, desde o ano passado. Situações, na visão do treinador, que têm conotação política.

“Não sei o que vem acontecendo com o clube desde essa época (de 2012, quando ele saiu). O problema agora é que eu estou aqui e vamos enfrentar uma competição longa (como a Série B). O problema tem que ser resolvido em casa, claro, temos que ter um padrão de trabalho, ter uma metodologia de trabalho. Acredito que contratações possam vir, mas tomara que elas sejam feitas sempre dentro das possibilidades financeiras. E que a gente possa fazer um trabalho aqui dentro e que o Náutico de uma vez por todas se una. O Náutico está precisando se unir que é para não passar por isso novamente”, pediu Waldemar.

Sem muitos recursos financeiros, uma das possibilidades que se desenham no Náutico é formar um elenco composto majoritariamente por atletas oriundos das divisões de base. Sobre isso, Waldemar Lemos lamentou a descontinuidade de um trabalho que ele diz que ter iniciado em 2012.

“Desde aquele ano, quando voltamos para a Série A, havia a possibilidade de um trabalho aqui muito grande e que não foi cumprido. Até então vocês viram aqui aparecer o Douglas Santos, o Rogério... Havia jogadores que poderiam ter sido criados e nos ajudariam muito nessa situação difícil econômica que o clube está passando, mas não foi cumprido. Fui tirado daqui por motivos que achei até que deveriam ser melhor planejados”, ponderou.

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