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Brigas dentro e fora de campo, e nada de polícia dentro do Estádio Campeón del Siglo para Peñarol 2x3 Palmeiras pela Libertadores, na última quarta-feira. Era possível ver seguranças privados batendo cabeça durante os episódios de selvageria.
Mas, afinal, por que não havia policiamento nas dependências do estádio em Montevidéu?
O caso é tema de discussões até hoje no futebol uruguaio, principalmente com a selvageria da chamada torcida barra bravanos estádios.
Tudo começou há um ano, quando em abril de 2016 o Ministério do Interior e a Associação Uruguaia de Futebol (AUF) decidiram que a polícia não faria mais a segurança dentro dos palcos esportivos.
"Há um tempo, o Ministério do Interior e a Associação Uruguaia de Futebol (AUF) trabalharam para que no curto prazo a totalidade dos policiais se retirem do interior dos palcos. Este processo se está desenvolvimento de maneira gradual com a intenção de que - no final - o papel da polícia dentro do estádio se reduza unicamente à custódia dos árbitros", afirmava o comunicado do ministério. "Ao trabalho que vinha realizando a polícia somou-se a segurança privada contratada pela AUF. À medida que diminui a presença de polícia aumenta a dos guardas de segurança privada".
A proposta de tirar a polícia dos estádios foi inspirada exatamente pelo Peñarol, que desde a inauguração de seu Estádio Campeón del Siglo (março de 2016) possui segurança privada interna, e os oficiais do governo trabalham apenas na parte exterior, nos acessos - o que está garantido nos artigos 135 e 137 da Lei de Procedimento Policial nº 18.315.
A medida foi criticada à época pelo presidente da Comissão de Segurança da associação uruguaia, Nelson Telias, em entrevista ao site Referí.
"Não estamos preparados para jogar sem policiais nos campos. Vai depender dos campos. Nós temos controle nos campos pequenos e mais ou menos vamos bem, mas isso não quer dizer que não se faça 100% nos jogos dos grandes", explicou.
Até mesmo os sindicatos da polícia e da segurança privada criticaram a decisão.
Presidente do sindicato de trabalhadores de segurança privada, Mauricio Ibáñez disse à mídia: "É um perigo. Em algum momento vai acontecer algo. Nós, se acontece bagunça nas arquibancadas, vamos embora. Nós nos opomos a isso, mas no final legislaram que tínhamos que estar".
Em novembro passado, uma selvageria no Estádio Centenário de Montevidéu causou o cancelamento do clássico entre Nacional e Peñarol.
Torcedores organizadores do time aurinegro entraram em conflito com os policiais antes mesmo da partida, fora do palco sagrado do futebol uruguaio, e o chefe de segurança disse que não tinha como garantir a realização do clássico.
Quase 200 pessoas foram detidas, o Nacional foi declarado vencedor do jogo, e o Peñarol recebeu punição de atuar uma partida com portões fechados.
Na última quarta-feira, torcedores de Palmeiras e Peñarol se enfrentaram nas arquibancadas do Campeón del Siglo. Logo após o apito final, jogadores dos dois times iniciaram uma confusão ainda dentro de campo que se estendeu para os vestiários.
Os dirigentes da equipe alviverde ressaltaram que não havia respaldo para a delegação brasileira e, por isso, levaram 20 seguranças próprios ao estádio.
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