quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
Grêmio, Pré-Campeão
Se bastasse a projeção do comentarista, não precisaria haver jogo. Logo, por mais óbvio que seja a quem trabalha com a inteligência, abro a coluna fazendo a ressalva para não ser acusado adiante, neste tempo em que vivemos intolerância na potência máxima, de precipitado ou torcedor. O Grêmio é pré-campeão porque construiu uma vantagem sólida no jogo de ida em Belo Horizonte. De lá para cá, a Câmara Federal votou na calada da noite, o Legislativo confrontou o Judiciário, o país beira a desordem institucional e o segundo jogo da final da Copa do Brasil foi adiado por conta da morte estúpida e evitável de mais de 70 pessoas numa queda de avião.
O Atlético-MG, neste ínterim, trocou de treinador. Na verdade, demitiu o titular e ficou com o interino, embora já tenha contratado o definitivo para 2017, exatamente quem montou este Grêmio favorito da noite. O time de Renato Portaluppi é protagonista do seu destino, o que não se pode dizer do Atlético-MG. A vantagem gremista é tamanha, que só uma desconcentração sua, uma noite de desatenção e paralisia nervosa pode reverter o quadro. Ainda seria preciso, neste cenário, que o Atlético-MG fizesse seu jogo perfeito para vencer por dois de diferença e ganhar nos pênaltis ou, o que é ainda menos provável, ganhe por três gols de diferença na Arena. Não faltam bons jogadores aos mineiros. Time e elenco são melhores do que os do Grêmio no quesito individual. Porém, o encaixe da equipe gaúcha me parece mais importante de levar em conta depois do 3x1 do Mineirão.
A tristeza das mortes na tragédia dos céus da Colômbia não será desrespeitada por quem fizer a festa do título hoje à noite. É humano sentir alegria, avançar sobre o tempo que se apresenta passando e passando. A vida segue seu curso e não há melhor homenagem à Chapecoense do que o campeão fazer sua celebração. Campeã é a Chape, que não pôde comemorar o título por razões óbvias. Hoje à noite, outro campeão será conhecido e terá direito, sim, a risos e lágrimas de um vencedor.
por Maurício Saraiva
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