Final da Copa do Brasil entre Grêmio e Atlético-MG terá a primeiro troféu e volta olímpica comemoradas na nova casa gremista, inaugurada em dezembro de 2012
O coração do gremista pulsa forte, adrenalina pura, com a chance de exorcizar o incômodo e longevo jejum de títulos de expressão nacional, desejo mais urgente para esta final de Copa do Brasil contra o Atlético-MG. Mas a seca não é o único fator simbólico a povoar o imaginário do Grêmio. A decisão ainda representa ao Tricolor a oportunidade de decidir um campeonato dentro da Arena pela primeira vez e, quem sabe, erguer a primeira taça de sua nova casa.
O emblema do duelo com o Galo, porém, vai além do possível penta, para isolar o clube como maior vencedor da Copa do Brasil. Aos gremistas, vale ainda a possibilidade de começar a forjar uma história vitoriosa no estádio e coroar o processo de adaptação do torcedor à nova casa.
Até porque os gremistas já mostram que, de fato, estão abraçando o reduto inaugurado no final de 2012. Prova disso é que a Arena registrou, em 2016, três quebras de recorde, com mais de 50 mil pessoas. Há, inclusive, a expectativa de uma nova marca nesta quarta-feira. Todos os ingressos para a final contra o Atlético-MG já foram comercializados.
Uma das questões controversas que costuma ser alvo de discussões entre os torcedores é a “alma” do estádio, ou a atmosfera que emana das arquibancadas para pressionar os rivais nas decisões. E o tópico gera opiniões contrastantes até mesmo de ídolos gremistas, como Mazaropi e Danrlei. O goleiro campeão do mundo sustenta que o título da Copa do Brasil servirá para formar a "energia" típica do Olímpico na Arena. O arqueiro multicampeão nos anos 90 ressalta que o clima adverso aos adversários e a aura do reduto dependem apenas do próprio torcedor.
– É uma loucura. Cheguei próximo ao Olímpico e me arrepiei. Lá está toda a nossa história. Eu acho que a Arena está tendo a oportunidade de fazer sua primeira final e até com possibilidade de ganhar. Aí vai começar a formar a história dela. Precisa de títulos para criar a energia que tinha no Olímpico. Quando você entrava no Olímpico, aquilo te contaminava com uma carga, uma energia que contagiava – afirma Mazaropi.
– O espírito não está no concreto. O espírito está no coração de cada torcedor gremista. É o torcedor que tem que acreditar. O Olímpico se tornou eterno não pelo concreto, mas sim por todo aquele amor, trabalho, dedicação de todos. Principalmente de seu torcedor. O torcedor gremista que faz com que o Olímpico se torne eterno. E não o contrário. Tenho certeza de que a Arena nos trará muitos títulos. Tem que vir da alma do gremista – opina Danrlei.
HISTÓRICO DE DESILUSÕES
Até o momento, o Tricolor amarga uma série de decepções desde que passou a mandar seus jogos na nova casa, em 2013. O clube acumula três eliminações em oitavas de final da Libertadores, das quais apenas uma com decisão na Arena, em 2014, com derrota nos pênaltis para o campeão San Lorenzo. Ainda em 2013, o Grêmio caiu para o Santa Fe, na Colômbia, com triunfo em Porto Alegre e derrota fora. Neste ano, a equipe de Roger Machado foi batida nos dois duelos pelo Rosário Central.
As frustrações não se limitam à competição continental. Os gremistas somam três quedas na Copa do Brasil na Era Arena. A primeira delas, em 2013, ocorreu sob o comando de Renato Gaúcho, já na semifinal, contra o Atlético-PR. Em 2014, o confronto pelas oitavas de final encerrou com o episódio de atos racistas envolvendo o goleiro Aranha, do Santos, ao passo que, em 2015, o Tricolor caiu após o 1 a 1 com o Fluminense – na ida, as duas equipes ficaram no 0 a 0, no Rio de Janeiro.
Há ainda as amargas derrotas para o maior rival, Inter, nas finais do Gauchão de 2014 e 2015, com revés e empate, respectivamente, nos jogos de ida, na Arena, e tropeços nos duelos da volta – com direito a goleada por 4 a 1 no Gre-Nal de 2014, em Caxias do Sul. Em 2013 e em 2016, o Tricolor sequer chegou à final.
globo.com
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