quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Givanildo fala de saída e diz que diretoria do Náutico ofereceu 70% de redução salarial



Técnico ainda revela que nem teve tempo de dar resposta para proposta alvirrubra


"A verdade foi esta: fizeram a proposta muito abaixo, mas essa proposta, pela minha vivência no futebol, foi em cima daquilo: 'vamos fazer assim que ele não vai aceitar e pronto'. Foi isso." As palavras são do técnico Givanildo Oliveira, 68 anos - sendo quase 50 deles dedicados ao futebol. O treinador deixou o comando do Náutico oficialmente na última sexta-feira, por não chegar a um acordo financeiro junto à diretoria. Em entrevista ao Superesportes concedida em Olinda, onde vive com a família, o comandante pernambucano falou pela primeira vez da saída do Timbu e contou os bastidores da negociação.

Para Givanildo, a proposta realizada pelo Náutico foi meramente decorativa. Sem unanimidade dentro da cúpula alvirrubra para começar o trabalho em 2017, o treinador recebeu uma solicitação para baixar o salário em 70% do que recebia. Não teve nem tempo de dar a resposta se aceitaria a brusca redução: foi informado pelo telefone que não ficaria no clube. Embora tenha dito que não se sentiu injustiçado pela maneira como foi conduzida a negociação, o treinador se mostrou triste com a saída do clube. Nem por isso descartou um dia voltar para realizar o que ele chama de "sonho": conquistar um título pelo Náutico - algo que, em quatro passagens, não conseguiu.

"Fica uma especulação na rua, na imprensa, que fala algumas coisas, mas, na verdade, o fundo da verdade ninguém sabe. Você não pode de repente estar ganhando um salário 'x' e tirar 70% desse salário. Aí é muito. Então, infelizmente não deu certo porque acho que não existia uma unanimidade. Não conquistamos o acesso, que em vez de seis eu passaria para sete na minha carreira, ninguém mais do que eu queria ganhar", disse Givanildo.

Sem mágoa com saída
O treinador, que acumula 18 títulos na carreira, tentou tratar a saída do Timbu com o máximo de naturalidade. Evitou polêmicas - tanto que não descartou um futuro retorno. "Futebol é dinâmico." Não se furtou à máxima. Porém, fez suas ressalvas mesmo quando garantiu não ter se sentido injustiçado pela diretoria alvirrubra. 

"Não (me senti injustiçado), sabe por quê? Essa parte de injustiça estou calejado. O que acontece é o seguinte: a injustiça no futebol ela acontece com qualquer treinador e não é só comigo. Ser treinador é difícil. Mas você não pode ficar ligado a isso, não quer, não quer. Manda embora! Mesma coisa já aconteceu comigo, por exemplo, quando estava em um time. Apareceu outro time e resolvi ir por uma série de motivos. Acharam ruim. E quando querem mandar embora não acham ruim, mandam a hora que quer e como quer. São situações", ponderou.

Givanildo deixou o Náutico após 15 jogos: nove vitórias, dois empates e quatro derrotas. Terminou a Série B na quinta colocação, com 60 pontos, a três do acesso. Teve um aproveitamento de 65% durante sua passagem pelo clube - porcentagem inferior apenas ao do campeão Atlético-GO.

"Se algum treinador disser que está acostumado quando é mandado embora, não está. É mentira. É dureza de aceitar. Você vai para um time que está beirando os quatro de baixo e faz uma campanha com com quase 70% de aproveitamento... Para mim, que conheço a Série B, é para ser campeão. No fim, acabou sem o acesso. Ninguém mais do que eu queria, mas é o futebol", pontuou o treinador.

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Rafael Pereira confirma que não foi procurado pelo Náutico e assume culpa por decepção


Um dos destaques do time na Série B, zagueiro acabou acertando com o Ceará


A negociação entre Rafael Pereira e o Náutico para a continuidade na temporada 2017 não existiu. Ao menos foi o que o o zagueiro garantiu ao Superesportes. Havia interesse por parte do atleta em continuar no clube, já que o defensor foi um dos grandes destaques da temporada 2016 e já estava no clube nas duas últimas disputas da Série B. Sem o interesse, o acerto com o Ceará ficou mais fácil.

“Ninguém me procurou para renovar. Assim que acabou o campeonato, três dias depois, o meu empresário entrou em contato com o clube e soubemos que a diretoria ainda estava decidindo, que o elenco passaria por uma grande reformulação e que não deveríamos esperar se tivéssemos alguma proposta. Começamos a conversar e acertamos com o Ceará”, revelou.

As críticas da diretoria alvirrubra poderiam ter influenciado na decisão de Rafael Pereira, mas pelo visto não pesaram, ao menos para o atleta. O zagueiro assumiu responsabilidade pela falha no acesso à Série A e acredita que o time poderia ter feito mais. Contudo, não deixou de afirmar que algumas mudanças poderiam ter acontecido antes por parte da direção. 

“Acho que todo mundo errou, mas neste ano a culpa foi nossa. Dos jogadores. A diretoria também teve culpa que demorou para trocar de treinador, mas a culpa maior é nossa que estava em campo”, lembrou.

Trabalho com Dal Pozzo
Em Fortaleza, Rafael Pereira reencontrará Gilmar Dal Pozzo, com quem trabalhou no Timbu em 2014 e no fim de 2015. Uma parceria que pesou para ir para Fortaleza. “Dal Pozzo ser o técnico influenciou sim porque é um cara que já trabalhei que é muito competente. Confio no trabalho dele.”

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