Ao todo, 13 das 20 equipes do Campeonato Brasileiro já têm sua situação definida independente da última partida. Adiada para o próximo domingo (11/12), a rodada final permitirá aos sete demais times manter a atual posição ou, no caso de Corinthians (com Libertadores) e Internacional (com permanência), tentar avançar para um objetivo ainda possível.
No Parque São Jorge, consternação à parte pelo episódio com a Chapecoense, o discurso é tentar ganhar forças para levar o clube para a Copa Libertadores. Se no Internacional jogadores se posicionaram contra a realização do último jogo, no Corinthians não houve movimento semelhante. O discurso de Oswaldo de Oliveira é de visitar o Cruzeiro no próximo domingo em busca da vitória que manteria o clube na disputa.
"Toda e qualquer conjugação neste momento é muito difícil. Falamos aqui de um fato muito grande, com proporções inimagináveis. O luto tem que ser respeitado, com certeza, isso é irrevogável, mas o campeonato tem que acabar, precisa. Uma vez li um livro que contava a história da Segunda Guerra Mundial e os ataques frequentes dos alemães à cidade de Londres. A cidade acabou se habituando com aquela situação. Todo mundo estava trabalhando, camelôs vendendo comidas, e quando os ataques aconteciam, todo mundo corria para os bunkers, para o subsolo. Quando acabava, todo mundo voltava à rotina", exemplificou o treinador.
"O que aconteceu com nós é de uma dimensão muito grande, difícil de administrar. Na medida que o tempo vai passando, vamos tendo vários tipos de informação e opinião. Respeito muito o que o pessoal do Internacional está dizendo e também acho que o Atlético-MG tem razão de não jogar contra a Chapecoense. No momento deste jogo tem que se prestar uma homenagem. Mas o campeonato tem que acabar, tem muita coisa para acontecer em uma rodada. Não sei se seria interessante uma troca, talvez jogar a rodada na quarta-feira e a Copa do Brasil no domingo, já que assim alterna o planejamento de todo mundo e as férias legais de todos os jogadores", sugeriu ainda Oswaldo.
Apesar da postura de seguir firme em busca do objetivo do clube na temporada, várias foram as manifestações de tristeza após o acidente da última terça-feira. O clima do Corinthians no dia fatídico foi de bastante dificuldade para trabalhar e jogadores rapidamente dispensados.
Havia muito em comum entre jogadores e funcionários do Corinthians e da Chapecoense. Lucca atuou com Cléber Santana no Criciúma, Ananias dividiu vestiário com Marlone no Sport, Oswaldo de Oliveira já havia trabalhado com os zagueiros Neto (sobrevivente) no Santos e com Marcelo, pelo Flamengo até bem pouco tempo. Até o auxiliar Fernando Lázaro dividia comissão técnica da seleção brasileira com o preparador Anderson Paixão. Mas, entre todos, o mais ligado à Chape era Vílson, que jogou na Arena Condá em 2015 e concedeu um depoimento emocionado no dia seguinte ao acidente.
Para ir à Libertadores, vale lembrar, o Corinthians depende de terceiros. Primeiro, será necessário fazer o que não ocorreu nenhuma vez no returno: ganhar dentro da casa do adversário, no caso o Cruzeiro. A única vitória como visitante na segunda metade do campeonato foi diante do rebaixado Santa Cruz, em campo neutro. Se bater os cruzeirenses, os corintianos ficaram na expectativa por um tropeço qualquer de Botafogo (visita o Grêmio) e Atlético-PR (recebe o Flamengo).
uol
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