terça-feira, 15 de novembro de 2016

CRAQUE IMORTAL – EUSÉBIO

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Nascimento: 25 de Janeiro de 1942, em Lourenço Marques, Moçambique (colônia Portuguesa à época). Faleceu em 05 de janeiro de 2014, em Lisboa, Portugal.
Posição: Atacante
Clubes: Sporting de Lourenço Marques (atual Maxaquene)-MOZ (1957-1960), Benfica-POR (1960-1975), Rhode Island Oceaners-EUA (1975), Boston Minutemen-EUA (1975-1976), Monterrey-MEX (1976), Toronto Metros-Croatia-CND (1976), Beira Mar-POR (1976-1977), Las Vegas Quicksilver-EUA (1977), União de Tomar-POR (1977) e New Jersey Americans-EUA (1977-1978)
Principais títulos por clubes: 1 Campeonato Provincial de Moçambique (1960) pelo Sporting Lourenço Marques.
1 Liga dos Campeões da UEFA (1961-1962), 11 Campeonatos Português (1960-61, 1962-63, 1963-64, 1964-65, 1966-67, 1967-68, 1968-69, 1970-71, 1971-72, 1972-73 e 1974-1975) e 5 Copas de Portugal (1961-62, 1963-64, 1968-69, 1969-70 e 1971-72) pelo Benfica.
1 Liga da América do Norte de Futebol-NASL (1976) pelo Toronto Metros-Croatia.

Principais títulos individuais:
Bola de Ouro da Revista France Football: 1965
Chuteira de Ouro da Europa: 1968 e 1973
Chuteira de Ouro da Copa do Mundo da FIFA: 1966 (9 gols)
Eleito para o Time da Copa do Mundo da FIFA: 1966
Melhor Jogador Português do Ano: 1970 e 1973
Personalidade Estrangeira do Ano da BBC: 1966
Medalha de Prata da Ordem do Infante D. Henrique: 1966
Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique: 1992
Grã-Cruz da Ordem do Mérito: 2004
PFA Merit Awards
FIFA 100: 2004
UEFA Jubilee Awards: 2003
Eleito entre os 50 melhores do século pelo Guerin Sportivo
Eleito entre os 100 melhores jogadores de todos os tempos pela revista World Soccer
Eleito entre os 100 Craques do Século da Revista Placar
Top 10 dos melhores jogadores do mundo da IFFHS
9º melhor jogador de futebol do século XX da IFFHS
50 melhores jogadores de todos os tempos do Planète Foot
Artilharias:
Sete vezes Artilheiro do Campeonato Português: 1964 (28 gols), 1965 (28 gols), 1966 (25 gols), 1967 (31 gols), 1968 (43 gols), 1970 (20 gols) e 1973 (40 gols)
Três vezes Artilheiro da Liga dos Campeões da UEFA: 1965 (9 gols), 1966 (7 gols) e 1968 (6 gols)
Segundo maior artilheiro da história do Campeonato Português com 319 gols (média de 1,02 por jogo).

“O Pantera Negra”
Um negro extremamente habilidoso, vindo de uma infância pobre de Moçambique, antiga colônia portuguesa, chocou a Europa no começo dos anos 60 com um talento jamais visto no continente. Nos campos improvisados de Lourenço Marques, com bolas de trapos e espaços pequenos, Eusébio da Silva Ferreira, ou simplesmente Eusébio, aprendeu como aplicar dribles curtos, rápidos e desconcertantes em seus oponentes, levar todas essas características aos mais diversos estádios do planeta e se transformar num mito do esporte e maior jogador português da história. Com uma facilidade incrível para marcar gols e uma média quase de um gol por jogo na carreira, Eusébio revolucionou o Benfica e deu ao clube português quase todas as glórias possíveis, sendo a maior delas a Liga dos Campeões da UEFA de 1961, numa emblemática final contra o Real Madrid. Além disso, levantou com a camisa vermelha do clube de Lisboa nada mais nada menos que 11 Campeonatos Português, sendo artilheiro de quase todos eles. Foi o super atacante que, em 1966, conduziu Portugal em sua melhor campanha na história das Copas do Mundo (justamente na primeira aparição portuguesa em Mundiais), um incrível terceiro lugar, ficando atrás apenas da campeã Inglaterra (de Bobby Moore) e da Vice Alemanha (de Beckenbauer). Eusébio marcou nove gols, foi artilheiro e eleito um dos melhores jogadores daquele mundial. Presença constante em listas dos melhores do século XX, artilheiro de tudo o que disputou, dono de um chute poderoso, dribles mágicos, raça pura e muita velocidade, Eusébio foi um craque marcante. É hora de relembrar.
De Lourenço para Lisboa
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O jovem Eusébio nasceu no bairro de Mafalala, em Lourenço Marques (atual Maputo), em Moçambique, na época uma colônia de Portugal. Quando criança, Eusébio costumava matar aulas para jogar, descalço, junto com os colegas nas ruas estreitas da região, onde aprendeu os dribles e jogadas que o fariam famoso mundialmente. Anos depois, conseguiu a chance de provar seu valor no Sporting Lourenço Marques e se deu bem, mostrando muito vigor físico, velocidade e um faro para marcar gols acima da média. Nessa época, o brasileiro José Carlos Bauer, um ícone do Brasil nas Copas de 1950 e 1954, viu o garoto jogar e o indicou à diretoria do São Paulo FC, que achou que o investimento “não valeria a pena”. Bauer comentou sobre o craque, depois disso, com Bela Guttmann, que havia sido técnico do tricolor e que em 1960 já comandava o Benfica. Foi a deixa para o treinador, acertadamente, pedir a contratação da jovem estrela. Azar do São Paulo…
Mas não era apenas o Benfica que queria Eusébio vestindo suas cores: o Sporting Lisboa também desejava o craque e travou uma verdadeira batalha para ver quem ficaria com a joia. Os dirigentes do Benfica, então, decidiram buscar o garoto no aeroporto, falar com sua mãe e leva-lo às escondidas para o clube, ganhando a disputa com o Sporting. Depois de alguns dias de angústia e escondido, Eusébio recebeu a notícia que já estava devidamente contratado e efetivado junto à federação. Era hora de brilhar.
Transbordando talento
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Naquele início da década de 60, o Benfica era o maior esquadrão do futebol europeu. Depois do cansativo predomínio do Real Madrid, nos anos 50, era hora dos comandados de Guttmann darem as cartas não só em Portugal, mas também na Europa. Já em 1960 a equipe conquistou a Liga dos Campeões da UEFA, em cima do Barcelona, mas perdeu o Mundial para o Peñarol. Na temporada 1961-1962, Eusébio e companhia repetiram o show e fizeram história. O craque pôde, enfim, jogar com mais regularidade e começou a mostrar que iria bem longe com seu talento incrível, sua força e uma explosão fantástica. Em casa, o Benfica não foi bem no Campeonato Português, mas conquistou a Copa de Portugal ao vencer o Vitória de Setúbal por 3 a 0 na final. O grande objetivo do esquadrão vermelho era, sem dúvida, o bicampeonato da Liga dos Campeões.
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O Benfica estreou na competição europeia já nas oitavas de final, contra o Austria Vienna. Depois de um empate em 1 a 1 na partida de ida, o time português goleou os austríacos em casa por 5 a 1, gols de Santana (2), Águas (2) e Eusébio. Nas quartas de final um jogo difícil contra os alemães do Nuremberg. No primeiro jogo, vitória alemã por 3 a 1. O Benfica teria que vencer por mais de dois gols se quisesse avançar às semifinais. Mas cá entre nós: com Eusébio, Águas e companhia a tarefa seria bem fácil. E foi! O time português meteu 6 a 0 no Nuremberg, um show de Águas, Eusébio (2), Coluna e Augusto (2).

Na final!
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Nas semis, o Benfica enfrentou os ingleses do Tottenham Hotspur e venceu por 3 a 1 no primeiro jogo, em Lisboa, com gols de Simões e Augusto (2). Na partida de volta, na Inglaterra, o Tottenham fez dois gols, mas o golzinho salvador de Águas garantiu o time português em mais uma final europeia. O adversário? Simplesmente o Real Madrid…

Épico!
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O Olympisch Stadium, em Amsterdam, na Holanda, presenciou uma das mais fantásticas finais de Liga dos Campeões de todos os tempos naquele dia 02 de maio de 1962. De um lado, o já mítico Real Madrid, que contava com remanescentes do pentacampeonato europeu da década de 50 como Santamaria, Di Stéfano, Puskás e Gento, além do técnico Miguel Muñoz. Do outro lado, a máquina de fazer gols do Benfica, que tinha uma linha de frente imponente com Augusto, Águas, Simões e o jovem Eusébio, que disputava sua primeira final de Liga aos 20 anos. O jogo, como não poderia deixar de ser, foi sensacional. Puskás abriu o placar aos 17´para o Real e ampliou aos 23´. Dois minutos depois, Águas diminuiu para o Benfica. Aos 33´, Cavém empatou. Quatro minutos depois o Real fez mais um com Puskás (era o terceiro dele no jogo…). Com a desvantagem no placar ainda no primeiro tempo, o Benfica precisava de pelo menos dois gols para virar o jogo. Foi então que surgiu a estrela de Eusébio. Depois do gol de empate marcado por Coluna aos 51´, o “Pantera Negra” virou para o Benfica aos 65´, de pênalti, e ampliou apenas três minutos depois: Benfica 5×3 Real Madrid.
Benfica, Real Madrid (resultado 5-3). Benfica jogador Eusébio Ferreira da Silva gritos de alegria. Estádio Olímpico de Amesterdão, 02 de maio de 1962
O placar se manteve assim até o final e o Benfica impunha ao Real Madrid sua primeira derrota em uma final de Liga dos Campeões. Muita festa em Portugal e na Holanda! O Benfica era bicampeão europeu de maneira épica e histórica, goleando de maneira sublime um dos times mais temidos do mundo. Era bom demais para ser verdade.
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Após a conquista europeia, o treinador Béla Guttmann pediu um aumento de salário para a diretoria do Benfica, que negou mesmo com o sucesso do húngaro a frente do time. Por conta disso, Guttmann deixou o Benfica e proferiu a frase que é tida como uma maldição pelas bandas do time português:
“Nos próximos 100 anos, o Benfica não voltará a ser campeão europeu”.
Na época, ninguém deu bola, mas o fato é que desde então o Benfica nunca mais venceu uma Liga dos Campeões, nem mesmo com Eusébio cada vez melhor.

Outra vez vice
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O Benfica disputou novamente o Mundial Interclubes em 1962, dessa vez contra o Santos de Pelé. O primeiro jogo foi no Brasil, com o Maracanã lotado com mais de 90 mil pessoas. O jogo foi duro e disputado, mas o Santos venceu por 3 a 2, gols de Pelé (2) e Coutinho, com Santana (2) descontando para o time português. Na volta, em Lisboa, o Estádio da Luz estava lotado. Os portugueses, animados com a dureza que o Benfica impusera ao Santos no Brasil, tinham a certeza de que haveria uma terceira partida, tanto é que até os ingressos já estavam prontos. Eles estavam muito confiantes. Porém, esqueceram de avisar àquela torcida que do outro lado estava o Santos. O peixe jogou muito e não deu chances ao rival em nenhum momento. Pelé fez logo dois gols aos 15´ e aos 25´. Coutinho fez o terceiro, Pelé fez o quarto e Pepe fechou o caixão: 5 a 0. O Benfica ainda fez dois gols, com Eusébio e Santana no final do jogo, mas era tarde: Santos 5×2 Benfica. Ali seria a última vez que o esquadrão português disputaria um título mundial.
Voltando a dominar Portugal e vice na Europa
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O Benfica voltou a conquistar o título de campeão português na temporada 1962-1963 com outra boa campanha. Na mesma temporada o time brilhou na Liga dos Campeões da UEFA e alcançou novamente a final da competição, contra o Milan. Mas o que era para ser o tricampeonato continental dos portugueses virou um pesadelo. Eusébio abriu o placar aos 18´do primeiro tempo para o Benfica. O time parecia que venceria fácil, mas uma lesão de Coluna deixou o time frágil para o restante do jogo. Com isso, o Milan aproveitou, virou o jogo com dois gols do artilheiro Altafini, e faturou sua primeira competição europeia. O Benfica conhecia pela primeira vez a derrota em uma final de Liga. Era a profecia de Guttmann se tornando realidade…
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Na temporada 1963-1964 o esquadrão vermelho venceu de novo o Campeonato Português com 21 vitórias, quatro empates e apenas uma derrota, além de estrondosos 103 gols marcados em 26 jogos! Eusébio foi o artilheiro do torneio com 28 gols e começaria ali sua hegemonia como maior goleador do país nas quatro outras temporadas: 1965 (28 gols), 1966 (25 gols), 1967 (31 gols) e 1968 (43 gols). Na Copa de Portugal do mesmo ano, o Benfica conquistou o torneio com acapachantes 6 a 2 no maior rival, o Porto.  Paralelo ao sucesso no Benfica, Eusébio também brilhava com a camisa da seleção portuguesa, marcando sete gols nas eliminatórias e classificando seu país pela primeira vez para uma Copa do Mundo, em 1966.
O auge e a Copa
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Em 1965, Eusébio alcançou uma maturidade impressionante. O craque era garantia de show em campo com arrancadas, dribles, jogadas individuais marcantes e, claro, gols em profusão. O Pantera Negra marcou 9 gols na Liga dos Campeões da UEFA e levou outra vez o Benfica a uma final europeia, com direito a mais um show pra cima do Real Madrid, nas quartas de final, que levou de 5 a 1 no estádio da Luz (com dois gols de Eusébio). Mas o time “amaldiçoado” perdeu para o Catenaccio da Internazionale de Helenio Herrera por 1 a 0 na decisão. A derrota na final europeia não abalou Eusébio, que viu seu trabalho ser coroado com a Bola de Ouro da France Football de melhor jogador da Europa, se tornando o primeiro português a vencer o prêmio, além de ter sido o primeiro negro também. Quebrando escritas e recordes, o craque era cobiçado por diversos times da Europa, mas continuou no Benfica a ponto de até o governo português intervir em uma investida da Juventus, em 1964.
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Mas o canto do cisne do craque foi mesmo na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra. A seleção, pela primeira vez em um Mundial, estreou derrotando a Hungria por 3 a 1, com Eusébio como coadjuvante. Na partida seguinte, nova vitória, dessa vez sobre a Bulgária por 3 a 0, com um gol de Eusébio. No último jogo da primeira fase, vitória maiúscula por 3 a 1 sobre o Brasil, que viu o craque português marcar duas vezes. Naquele jogo, Pelé presenciou bem de perto um concorrente à altura ao seu reinado.
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Na segunda fase, Portugal encarou a zebra Coreia do Norte e não viu a cor da bola nos primeiros 25 minutos, levando 3 a 0. Isso mesmo! Os norte-coreanos aplicaram 3 a 0 em 25 minutos de jogo naquele seleção formidável, quase toda ela composta pelos craques do Benfica! Porém, o Pantera Negra estava do outro lado e começou seu show: um gol aos 27´, outro aos 43´, mais um aos 56´e outro aos 59´: Portugal 4 a 3. José Augusto, para não dar margem ao azar, ainda marcou o quinto gol e fechou o placar em 5 a 3, num dos jogos mais incríveis dos mundiais. Na semifinal, duelo no mítico Wembley contra a Inglaterra, dona da casa. Os ingleses sabiam da força de Portugal (principalmente de Eusébio) e trataram de marcar o craque como se não houvesse amanhã. A tática funcionou, Bobby Charlton marcou dois gols e deixou a Inglaterra com os pés na final. Eusébio, porém, fez seu terceiro gol de pênalti no mundial faltando oito minutos para o fim e por pouco não levou o jogo para a prorrogação. O sonho da final estava acabado. Na disputa pelo terceiro lugar, Portugal derrotou a URSS por 2 a 1, com Eusébio marcando seu nono gol no torneio e ganhando a chuteira de ouro. Em seu primeiro mundial, Portugal fazia história e alcançava a terceira posição, com Eusébio como a grande estrela. Uma pena aquela ter sido a primeira e última Copa do craque, com Portugal voltando a um Mundial apenas em 1986. Porém, depois daquelas apresentações históricas, quem não conhecia o Pantera Negra ficou conhecendo. E como.
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Estrela mundial
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Depois do mundial, Eusébio virou uma estrela no mundo da bola e era o jogador português de mais visibilidade no planeta, além de ser mais assediado e comentado que o próprio time do Benfica. O craque, avesso a tudo isso, continuou a fazer vítimas e colecionar títulos no futebol português. Sem rivais, o Benfica seguia soberano com sua estrela em campo. Em 1968, Esuébio foi o artilheiro do Campeonato Português (43 gols) e da Liga dos Campeões (6 gols), ganhando mais uma chuteira de ouro. Na Liga dos Campeões, o artilheiro levou novamente sua equipe nas costas rumo à outra decisão, com destaque para as vitórias sobre a Juventus-ITA nas semifinais por 2 a 0 em Portugal (um gol de Eusébio) e 1 a 0 na Itália (gol de Eusébio). Na final, empate de 1 a 1 no tempo normal contra o Manchester United e derrota na prorrogação por 3 a 0. Aquela foi a última final de Liga dos Campeões disputada por Eusébio.

Nova década, novos ares e as dores
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Na década de 70 o Benfica começou a se enfraquecer no cenário europeu, mas não em Portugal, onde faturou mais quatro campeonatos português em 1970-71, 1971-72, 1972-73 (com o Benfica atingindo um recorde de 96,7% de aproveitamento com 28 vitórias e dois empates em 30 jogos, invicto) e 1974-1975, com destaque para os 40 gols de Eusébio em 1973. Vencedor de quase tudo o que disputou, consagrado e com 15 anos de clube, o craque decidiu ir para novos ares e escolheu os EUA, terra que abrigaria tantos outros craques naquela década e na seguinte como Pelé, Gerd Müller, Beckenbauer, Cubillas, Carlos Alberto Torres e outros. Mas, àquela altura, o atacante já não era mais o mesmo por conta das tantas cirurgias no joelho que ele havia feito graças aos zagueiros que tanto o machucaram, como bem explicou o craque certa vez:
“Fui operado seis vezes no joelho esquerdo e uma vez no joelho direito. Era um drama. As operações nos joelhos são sempre um grande problema em alta competição e nisso devo ser, seguramente, recordista mundial. Cheguei a pensar que, mais cedo ou mais tarde, acabariam por cortar-me a perna! Graças a Deus não foi preciso. Sei que essas operações custaram-me muitos, muitos gols, mas era a vida.” – Eusébio, em depoimento ao jornal esportivo A Bola, de Portugal.
Depois de sair do Benfica como maior ídolo e artilheiro da história do clube (473 gols em 440 jogos), o craque só venceu um título da Liga da América do Norte (NASL), em 1976, e peregrinou por várias equipes até encerrar a carreira em 1978 por conta de uma nova lesão no joelho ocorrida quando jogava no Beira Mar.

“Um Pantera” para a história
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Depois de pendurar as chuteiras, Eusébio continuou a ser figura constante no cenário futebolístico como embaixador do futebol e participando de vários eventos, além de ser condecorado com dezenas de homenagens e prêmios pela brilhante carreira. Três décadas depois de se aposentar, Eusébio ainda é lembrado como um exemplo no futebol mundial pela humildade, talento e simpatia, sempre solicito e respeitoso com quem quer que seja. Maior ídolo de Portugal e responsável direto pela construção do mito do Benfica nos anos 60 (a ponto de ganhar uma estátua no Estádio da Luz), o atacante ainda tem números que jamais devem ser igualados ou superados e uma média de gols incrível, como você pode mais a seguir. Eusébio foi e sempre será um imortal do futebol e um símbolo eterno de Portugal.
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Números de destaque:
Marcou 733 gols em 745 jogos na carreira – média de 0,98 gols por jogo (maior que Pelé).
Marcou 41 gols em 64 jogos pela seleção portuguesa – média de 0,64 gols por jogo.
Marcou 473 gols em 440 jogos pelo Benfica, maior artilheiro da história do clube – média de 1,07 gols por jogo.
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