Há muito mais que um simples Oceano Atlântico a separar o Brasil da Europa Ocidental, principalmente no caso do futebol que lá e cá se joga. Apesar das diferenças, o maior número de jogadores que atuam na Europa e lá não nasceram é formado por brasileiros, o que significa que continuamos a gerar grande quantidade de bons e ótimos jogadores, alguns deles excepcionais.
Se dependêssemos, porém, de exportar dirigentes de futebol para a Europa para vivermos... Estaríamos todos mortos por inanição há muito tempo.
Black Friday? Que nada! O que temos é a Crazy Week!
Segunda-feira: o Internacional, um dos maiores e mais vencedores times de futebol do Brasil nos últimos 50 anos, foi derrotado e se viu com 90% de probabilidade de ser rebaixado para a 2ª divisão. Quatro dias antes, na noite de quinta-feira, o treinador do time foi demitido, depois de 100 dias de trabalho; eficientíssima, a direção colorada anunciou o novo treinador nas primeiras horas da sexta-feira. Aparentemente, um dos trunfos do novo funcionário do clube foi conseguir salvar o Ceará do rebaixamento da 2ª para a 3ª divisão no ano passado. O Inter agora, para safar-se do rebaixamento, precisa vencer seus dois últimos jogos e torcer pelo fracasso de um de seus dois adversários na luta pela permanência na 1ª divisão.
Terça-feira à tarde: já em seu final, vi um jogo de futebol excelente, principalmente considerando o momento da competição e os times envolvidos – Celtic x Barcelona. O espetáculo não se limitou ao gramado, estendeu-se às arquibancadas, com a festa e o apoio permanente da torcida do Celtic, mesmo com 0x2 no placar.
Terça-feira à noite: em São Paulo, a Ambev, em parceria com a FIA – Fundação Instituto de Administração – e com a EY, consultoria internacional com uma área voltada ao futebol, lançou o programa Gestão de Campeão - Prêmio de Excelência do Futebol Brasileiro. No decorrer de um ano os clubes que se inscreverem disputarão 7 diferentes títulos, cada um deles tendo de dois a até seis diferentes tópicos para avaliação, que podem ser vistos no quadro abaixo. Os vencedores sairão da avaliação de todos os títulos e tópicos. Além dos campeões, o programa dará bolas de ouro, prata e bronze aos clubes que atingirem determinados percentuais de suas metas.
Quarta-feira à tarde: uma semana depois de ter sido garantido no comando da equipe por Leco, presidente do São Paulo FC, o técnico Ricardo Gomes foi demitido e o comando interino entregue ao auxiliar, o ex-jogador Pintado. Talvez tenha pesado nessa decisão o alívio pela derrota do Internacional, pois agora, mesmo perdendo seus dois jogos finais, o time de Leco não corre mais o risco de ser rebaixado.
Detalhe: o Internacional foi derrotado pelo rival Corinthians.
Quarta-feira à noite: jogando em casa, o Atlético Mineiro foi derrotado pelo Grêmio por 3x1, no primeiro jogo da final da Copa do Brasil. O time gaúcho é treinado por Renato Gaúcho, que assumiu no lugar de Roger em 18 de setembro, começando a trabalhar para a 27ª rodada do Brasileirão 2016.
Quinta-feira de manhã: a direção do Clube Atlético Mineiro comunicou ao treinador Marcelo Oliveira que ele estava demitido. No programa Seleção Sportv, em tempo real, o comentarista Ledio Carmona definiu com simplicidade e precisão: a demissão foi “um absurdo, um despropósito”. Outro comentarista, o Caio Ribeiro, considerou a demissão um desrespeito ao Marcelo, um treinador que no curto período de 6 anos conquistou dois Brasileiros e chegou 5 vezes à final da Copa do Brasil.
Esse treinador dono de excelente currículo é demitido faltando dois jogos para acabar o Brasileiro. Nele, o Galo já está garantido para a disputa da Libertadores 2017, ao menos para a fase classificatória. E é demitido no intervalo entre o primeiro e o segundo jogo da final de uma competição importante.
Quinta-feira à tarde: a direção do São Paulo FC comunica a contratação do ex-jogador Rogério Ceni para dirigir o time.
Talvez para espanto de muitos, o São Paulo nasceu e vive em função do FC de seu nome: é um clube de futebol.
Tomado isoladamente, o Futebol representou um negócio da ordem de 300 milhões de reais em 2015. É muito dinheiro, qualquer que seja o parâmetro envolvido. E o futebol terá em sua direção uma pessoa sem experiência e sem treinamento.
Algo impensável numa empresa minimamente bem administrada.
Sexta-feira...
E a Chapecoense? – lembra já um leitor atento e até exaltado. Calma, vamos a ela.
Quarta-feira à noite: jogando em sua casa, a simpática e muito bem administrada Chape, com seu time dirigido por Caio Júnior, excelente treinador, mas pouco valorizado e com poucas chances reais no Brasil, empata em 0x0 com o “time do Papa”, o San Lorenzo, e vai para a final da Copa Sul-Americana, quando enfrentará o bicho-papão Atlético Nacional, que terá toda a disposição do mundo para fazer o popular “barba & cabelo”, já que conquistou a Copa Libertadores 2016.
A Chapecoense foi a 19ª colocada no Ranking de Receitas do futebol brasileiro em 2015, com R$ 46,5 milhões. Esse valor, apenas como curiosidade, representa 14,5% da receita do São Paulo e 12,8% da receita do líder do ranking 2015, o Cruzeiro, que está, assim como o São Paulo, algumas posições atrás dela na tabela do Brasileiro.
Boa gestão não requer rios de dinheiro.
Sexta-feira... por enquanto, com a manhã ainda longe de sua metade, tudo está calmo.
A semana maluca, doida, terrível, assustadora e outros qualificativos está entrando em sua reta final.
Na área política ela foi terrível, mas muito sadia. O Brasil está vivo e respirando bem e nós, brasileiros, de todos os times e gostos, estamos atentos a tudo, como nunca antes em nossa história.
Além da classificação da Chapecoense, a semana trouxe de bom o programa Gestão de Campeão, que pretendo acompanhar de perto, na medida do que for possível e liberado. Temos muitas coisas, a começar por bons jogadores e o que mais nos falta é, justamente, gestão.
Gestão, gestão, gestão... Tudo começa e termina por ela.
Agora, depois de tanta agitação, o dia está monótono, embora apenas em seu começo. Já sinto falta de alguma notícia bombástica, quanto mais maluca melhor.
Acho que o negócio é olhar as ofertas “incríveis” da já popular “black friday”.
Será que nada vai acontecer hoje?
autor ; Emerson Gonçalves
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