terça-feira, 15 de novembro de 2016

OPINIÃO COSME RÍMOLI

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Com declarações desastrosas, Oswaldo de Oliveira perde o comando do time do Corinthians. Erro infantil para tentar salvar o emprego. E que refletirá na desesperada luta para o clube chegar à Libertadores. Pior para o isolado Roberto de Andrade…


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"Estou aqui para trabalhar e não fazer milagre.

Não para tirar leite de pedra."
Dessa maneira singela, Oswaldo de Oliveira respondeu ao questionamento interessante. Como se sentia já estar no Corinthians há um mês e só ter conseguido uma vitória. Em cinco partidas, dois empates e duas derrotas. O último jogo, por sinal, foi lastimável. Derrota para o São Paulo por 4 a 0, no Morumbi.
O treinador entregou, sem pudor, seu elenco. Deixa claro que só um milagreiro poderia tirar leite de pedra do elenco corintiano.
A cada declaração, cada entrevista, fica claro o erro absurdo de Roberto de Andrade em contratar Oswaldo de Oliveira. Seu trabalho já era péssimo no Sport. Deixou o clube à beira da zona do rebaixamento. Não teria o contrato renovado para 2017. Foi quando chegou o amigo particular, Roberto de Andrade, e o salvou da demissão em Recife e o trouxe para o Parque São Jorge.
Sua contratação custou muito caro a Roberto. Ele perdeu o apoio do seu mentor Andrés Sanchez. Ficou sem o diretor de futebol Eduardo Ferreira e Fernando Alba não aceitou o convite para substituí-lo. O vice André Negão iria renunciar, mas foi aconselhado a ficar porque está sendo articulada a tentativa de impeachment de Andrade. O motivo: ter assinado documentos com presidente antes sequer da eleição.
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Mas por quê Oswaldo de Oliveira? Roberto de Andrade precisava de um escudo no comando do futebol. Depois da saída de Tite para a Seleção, as escolhas do substituto foram trágicas. Cristóvão Borges e o auxiliar Fabio Carille. Os dois tinham a promessa do presidente que ficariam até o final de 2016, pelo menos.
Mas Roberto de Andrade tem se mostrado um dos presidentes mais sujeito a pressão a assumir o cargo no Parque São Jorge. Bastaram as organizadas começarem a cobrá-lo e ele deu, sem constrangimento, as cabeças de Cristóvão e Carille.
O presidente corintiano optou por Oswaldo pela amizade que os dois têm há anos. Roberto acreditava que o técnico seria festejado, respeitado. Afinal, chegou a ser campeão mundial pelo clube.
Só que ele se esqueceu que o título foi em 2000. Nestes 16 anos, Oswaldo caiu em franca decadência. Não fez nenhum trabalho marcante desde a conquista, com uma equipe montada por Vanderlei Luxemburgo. Ganhou três campeonatos japoneses e um Carioca no Botafogo.
Seus métodos antiquados vieram à tona no Parque São Jorge. Os coletivos de quase duas horas. Coletivos eram algo utilizados na década de 90. O trabalho setorizado, com muita intensidade, comprovadamente, é mais efetivo. Atletas reclamaram com assessores de imprensa e as queixas viram notícia.
Aos 65 anos, Oswaldo de Oliveira não tem a mesma energia. Perdeu a vibração, o vigor nos treinos. Setoristas, jornalistas que vão todos os dias ao Corinthians, se mostram chocados. A passividade do técnico diante do fraco rendimento do time é algo assustador. Ainda mais porque Roberto de Andrade precisa desesperadamente da classificação do Corinthians para a Libertadores da América.
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Tudo o que Oswaldo tem feito nas entrevistas é tentar salvar a sua pele. E entregar a cabeça dos seus jogadores, sem o menor constrangimento. O que ele fez depois dos 4 a 0 para o São Paulo foi pavoroso.
"Não pode colocar o peso nas minhas costas de uma coisa que vem acontecendo há bastante tempo. Várias equipes estão desequilibradas no Brasileiro. O Corinthians é uma delas."
Os jogadores estão cada vez mais cansados do técnico. Viram o que ele fez com o jovem zagueiro Pedro Henrique. Ele cometeu um pênalti infantil contra a Chapecoense. Foi retirado do clássico, contra o São Paulo, sem dó.
Oswaldo de Oliveira entrega mais cabeças para a guilhotina do que Maximilien de Robespierre, no Período do Terror, na Revolução Francesa.
Roberto de Andrade está encurralado. Tem ouvido de conselheiros próximos que o seu treinador perdeu o comando do grupo. Os atletas se mostram descontentes e sem estímulo. Sabem que haverá uma grande reformulação no elenco em 2017. O clube já contratou Jô, Wagner e Luidy.
O técnico pediu três jogadores do Palmeiras. Gabriel, Arouca e Rafael Marques. O primeiro volante não sairá. Mas há possibilidade de os outros dois trocarem de clubes.
Oswaldo não está mostrando o menor tato nessa transição. Com o time precisando desesperadamente de vitórias contra Figueirense, em Santa Catarina; Internacional e Atlético Paranaense, no Itaquerão;e Cruzeiro, no Mineirão. Os quatro jogos restantes no Brasileiro.
Como o treinador conseguirá fazer os atletas se empenhar, dar tudo o que puderem para chegar entre os seis do Brasileiro, se o treinador os desmoraliza para a imprensa. E também faz questão de deixar claro que o time será reformulado?
Oswaldo tem cometidos erros infantis.
Incompatíveis para o atual Corinthians.
Roberto de Andrade não sabe o que fazer.
Ofereceu contrato até o final de dezembro de 2017.
Com multa rescisória.
Se for demitido, receberá salários até o fim do próximo ano.
Caso o clube não chegue à Libertadores, será o caos.
Oswaldo não tem defensores importantes.
Muito pelo contrário.
Conselheiros e membros da diretoria o querem fora.
Assim como as organizadas.
Apenas Roberto de Andrade jura que ele 'dará certo'.
Mas para isso, o técnico precisa do comprometimento do time.
O mesmo que humilha em cada entrevista.
E que será reformulado.
A tensão já domina o Parque São Jorge.
A cada dia se confirma a previsão de conselheiros ligados a Andrés.
Roberto de Andrade errou feio.
Perdeu o apoio de Andrés Sanches à toa.
Apostando em um treinador ultrapassado, desmotivado.
Depois de cortar muitas cabeças...
Maximilien de Robespierre foi decapitado...

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