Azuis e brancos desperdiçaram a oportunidade de se distanciarem do Benfica na liderança do campeonato ao empatarem a uma bola na receção ao Rio Ave.
Anoite de sábado tinha tudo para ser radiante para o FC Porto. Afinal, horas antes, o Benfica, principal concorrente na luta pelo título, empatou a uma bola no Bonfim, diante do Vitória FC, o que significava que uma vitória sobre o Rio Ave, em pleno estádio do Dragão, permitiriam aumentar a vantagem para o segundo classificado para três pontos.
No entanto, a equipa orientada por Sérgio Conceição pareceu não saber lidar com a pressão, acabando por assinar uma exibição marcada por um nervosismo palpável durante os 90 minutos, que culminou num empate a uma bola.
Os dragões entraram, ainda assim, bem na partida, e podiam ter inaugurado o marcador logo aos cinco minutos, não fosse Pawel Kieszek ter 'voado' para defender um cabeceamento de Sérgio Oliveira à boca da baliza.
A primeira tentativa não entrou, ao contrário da segunda. Aos 18 minutos, e após uma jogada de insistência, Shoya Nakajima fez um passe atrasado na grande área, que Chancel Mbemba aproveitou para atirar para o 1-0.
O golo tinha tudo para tranquilizar as hostes... mas surtiu o efeito contrário. A bola pareceu queimar nos pés dos jogadores do FC Porto, que se tentavam livrar dela o mais rapidamente possível, resultando em remates disparatados do meio da rua e em cruzamentos inofensivos.
Quem aproveitou foi o Rio Ave, que, mais uma vez, conseguiu bater o pé a um 'grande' do futebol português, com mérito para Carlos Carvalhal, que não se deixou amedrontar pelo poderio do adversário e voltou a apresentar uma equipa empenhada em lutar pelo resultado olhos nos olhos.
Uma postura que foi premiada aos 33 minutos, com um belo golo de Mehdi Taremi. O internacional iraniano combinou com Diogo Figueiras, 'bailou' diante de Ivan Marcano e, com muita classe, colocou a bola no fundo das redes à guarda de Agustín Marchesín.
O FC Porto não soube como reagir ao golo sofrido, e, pese embora se tenha instalado no meio-campo adversário no segundo tempo, demonstrou sempre sérias dificuldades em penetrar a defesa vila-condense, tendo apenas conseguido fazê-lo em duas ocasiões.
A primeira foi aos 62 minutos, quando Soares cabeceou ligeiramente acima da baliza, e a segunda aos 78, no lance que marcaria a partida. Kieszek defendeu três remates, antes de Aderllan Santos se 'embrulhar' e colocar a bola na própria baliza. Um golo que seria anulado pelo VAR, devido a um fora de jogo de Soares por... três centímetros.
Se a história do jogo teria sido diferente se o lance tivesse sido validado? É provável que sim. Mas a verdade é que o FC Porto pouco fez para ultrapassar o Rio Ave, acabando por empatar e deixar tudo igual na frente do campeonato. Os dragões são líderes, mas mantêm-se com apenas um ponto de vantagem sobre o Benfica.
Figura
Mehdi Taremi não esteve 'ligado' ao jogo durante toda a partida, mas, sempre que foi chamado a intervir, fê-lo com qualidade. Entrou no jogo algo distraído, acabando por ser apanhado em posição irregular por algumas vezes, mas, na primeira oportunidade de que dispôs, fez uso da técnica que lhe é reconhecida para marcar. Nos momentos em que o Rio Ave se viu mais 'apertado', recuou para pegar no jogo e também aí foi importante.
Surpresa
Diogo Figueiras está longe de ser um jogador desconhecido para os adeptos do futebol português, mas acabou por surpreender, especialmente, pela forma como interpretou o papel que lhe foi dado por Carlos Carvalhal. Fez o que pôde para travar as investidas da ala esquerda do FC Porto, e, a atacar, não se limitou a correr para a linha, descaindo, especialmente na primeira parte, para o centro, onde fez a diferença no lance do golo de Taremi.
Desilusão
Será, porventura, injusto criticar o autor da assistência para o único golo do FC Porto, mas essa terá sido, porventura, uma das poucas boas ações de Shoya Nakajima durante os 90 minutos. Foi no japonês que mais se notou o nervosismo instalado na equipa azul e branca, o que o levou, por exemplo, a rematar de longe quando tinha colegas mais bem posicionados, ou a cruzar para a 'terra de ninguém'.
Treinadores
Sérgio Conceição: O FC Porto apresentou demasiado pouco, especialmente do ponto de vista ofensivo, para uma equipa que se diz candidata ao título. Raras foram as ocasiões em que os dragões conseguiram chegar à grande área do Rio Ave com perigo, pelo que o fora de jogo milimétrico assinalado a Soares não pode servir como desculpa para este 'deslize'.
Carlos Carvalhal: Mais uma exibição de gala deste Rio Ave, ainda que com algumas cautelas defensivas, o que se percebe pelo poderio do adversário. Os vila-condenses recusaram sempre o 'chutão' para a frente, e deram primazia à construção a partir da defesa, onde também acabaram por beneficiar da 'frouxa' pressão alta do adversário. O empate encaixa-lhe 'que nem uma luva'.
Árbitro
Noite nada fácil para Artur Soares Dias, especialmente na segunda parte. O lance mais 'chamativo', claro está, é o golo (bem) anulado ao FC Porto, devido a um fora de jogo milimétrico de Soares, mas aquele que mais promete dar que falar teve lugar aos 55 minutos, quando Aderllan Santos derrubou Moussa Marega na grande área. O lance é, sem dúvida, polémico, e poderia ter dado lugar à marcação de uma grande penalidade.
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