Carlitos Tévez foi o cara do Boca Juniors na reta final da Superliga Argentina. Aos 36 anos, o veterano atacante anotou nove gols no campeonato em 17 partidas. O mais importante deles foi o golaço do título na vitória por 1 a 0 sobre o Gimnasia, time do técnico Maradona, neste sábado (7), em La Bombonera.

Antes da partida, o camisa 10 fez questão de ir ao encontro do ídolo Maradona e deu um selinho no maior craque do futebol argentino.
“Sabia que tinha que beijar Diego, assim me daria sorte”, disse o alegre Tévez após a conquista.

Foi o 10° título de Carlitos Tévez no Boca Juniors e o 34° do Boca Juniors no Campeonato Argentino. Ídolo do clube, Tévez estreou no profissional em 2001. Em 246 jogos, marcou 85 gols.
Tévez é apenas o 13° artilheiro na história do Boca Juniors, mas nas últimas partidas marcou gols importantes para levar o clube até o título quase impossível.

A campanha do título do Boca em 23 partidas teve 70% de aproveitamento. Foram 14 vitórias, seis empates, três derrotas, 35 gols marcados com 27 de saldo. O Boca terminou um ponto à frente do River: 48 a 47.

Com o título da Superliga, Tévez se tornou o segundo argentino com mais títulos na história. Só perde para Messi: 35 a 28. Foi o título de número 69 da história do Boca Juniors.
O gol do título do camisa 10 foi com fúria. Tévez acertou uma bomba no ângulo. A torcida xeneize explodiu em La Bombonera. O atacante foi o jogador que mais participou dos gols na campanha do título: nove mais duas assistências. Sete foram anotados em seus últimos quatro jogos: cinco e dois passes. Esse foi o campeonato em que Tévez fez mais gols. Ele superou as oito bolas nas redes do torneio de 2003.

Tévez está diferente. Um jogador mais maduro. O seu futebol mudou, assim como o seu temperamento. Ele sabe disso e explica como resgatou o prazer pelo futebol.
"Eu estava com fome de glória novamente. Senti que tinha que voltar ao meu bairro, sair de muitas coisas. Como um garoto que acabou de começar", disse o veterano. Ele também falou de problemas que enfrentou e conseguiu superar.
"Foram dois ou três anos de luta, contra a minha cabeça, contra muitas coisas. E importante que eu sempre continuei trabalhando, saindo daquele buraco sem fim, muito difícil. Voltei às minhas raízes, para me reencontrar. Eu fiz na hora certa”, revelou Tévez.
Sobre o milagre, a conquista quase impossível, Carlitos tem um pensamento diferente.

"Isso não pode ser explicado ... É uma das maiores emoções que tive no futebol. Não foi um milagre, nós lutamos contra isso, lutamos até o fim", afirmou o ídolo do Boca.