domingo, 5 de janeiro de 2020

Crónica: FC Porto termina ‘jejum’ em Alvalade e bate Sporting perdulário

O FC Porto venceu ontem o Sporting, por 2-1, em jogo da 15.ª jornada da I Liga de futebol, e quebrou a ‘travessia no deserto' no Estádio José Alvalade, onde já não vencia desde 2008.

Crónica: FC Porto termina ‘jejum’ em Alvalade e bate Sporting perdulário

No primeiro clássico de 2020, os ‘dragões’ foram profundamente eficazes, castigando a falta de inspiração do emblema leonino na finalização. Os golos de Marega e Soares foram a resposta perfeita ao tento de Acuña e a um autêntico festival de golos falhados pelos ‘leões’ na segunda parte, com destaque para Vietto e Coates, cada um a enviar a bola aos postes da baliza de Marchesín.
Curiosamente, foi um jogo com vários jogos dentro dos seus 90 minutos. Primeiro, o FC Porto teve uma entrada autoritária e inaugurou o marcador logo aos seis minutos, por Marega, que só teve de desviar o magnífico passe de Corona para enganar o aniversariante Luís Maximiano. Foi o primeiro exemplo da qualidade e fluidez da dinâmica inicial portista.
Contudo, a partir dos 20 minutos, e sobretudo de um lance em que se pediu grande penalidade sobre Bolasie, o Sporting deu início a um novo desafio: mais equilibrado, com maior iniciativa, mas pouca contundência e sem retirar por completo o controlo da posse do FC Porto, que se mostrava disponível para um maior pragmatismo e jogava já com Mbemba no lugar do lesionado Pepe.
Tudo voltaria a mudar perto do intervalo. O Sporting aumentou a intensidade, empurrou o FC Porto e logrou o empate, por Acuña, aos 44, num ‘tiro' do internacional argentino quase na pequena área, depois de uma excelente abertura de Vietto. Foi o sinal para um terceiro ato neste clássico, onde à notável ascensão do Sporting se seguiu uma inevitável queda.
O FC Porto até parecia regressar com a mesma dinâmica inicial, mas rapidamente se viu que era o Sporting quem ditava agora a lei no relvado. Porém, a todos os esforços leoninos - e não foram poucos - faltava sempre uma dose de felicidade e eficácia, desenhando-se a cada oportunidade falhada - Vietto (49, 62 e 63), Luiz Phellype (55) e Bruno Fernandes (58) - os contornos de uma ‘tragédia' que se anunciava.
Assim, aos 73 minutos cumpriu-se uma velha tradição do futebol que anulou outra mais recente: ‘quem não marca, sofre' revelou-se mais forte do que as dificuldades do FC Porto em Alvalade nos últimos anos. Ao canto de Alex Telles seguiu-se o cabeceamento certeiro de Soares, que assinou o seu quarto golo no campeonato e foi decisivo para ‘virar' o clássico.
O golo sofrido deixou o Sporting praticamente KO e sem a energia para conseguir nova igualdade. Simultaneamente, o FC Porto voltou a sentir-se mais confortável e, já com Diaz no lugar de Nakajima, até podia ter dilatado a vantagem, mas Luís Maximiano fez duas defesas notáveis. A exceção foi mesmo a tentativa de Coates aos 85, que só foi travada pela barra da baliza de Marchesín.
O FC Porto saiu, assim, vencedor do clássico com o Sporting, reeditando o 2-1 do triunfo da época 2008/09 e oferecendo também a primeira vitória a Sérgio Conceição em Alvalade. O feito deste domingo permitiu também repetir a façanha de 2002/03, a primeira temporada de José Mourinho pelos ‘dragões', na qual estes venceram na Luz e em Alvalade.
O resultado foi algo cruel para a formação orientada por Jorge Silas, que fez o suficiente para ser mais feliz, mas vincou bem as distâncias entre os ‘leões' e os dois rivais da frente, para os quais tem agora um fosso de 12 e 16 pontos, respetivamente. FC Porto e Benfica estão noutro patamar e prometem uma ‘luta a dois' até ao final da I Liga.

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