Apresentado no Arruda, treinador tricolor se vê perseguido por rótulos de 'temperamental' e 'torcedor alvirrubro' e admite incômodo com assunto
Devidamente vestido com o uniforme de treinos do Santa Cruz, o técnico Roberto Fernandes entrou sorridente na sala de entrevistas do Arruda. Na sua primeira aparição usando a camisa tricolor, menos de 20 dias após de deixar o Náutico, onde foi campeão pernambucano deste ano, mostrou-se à vontade. Sorriu para as fotos, fez pose e respondeu a todas as perguntas com a tradicional sinceridade.
Bastante questionado sobre a identificação com o Timbu e a fama de “temperamental”, o profissional de 47 anos se mostrou chateado com o bombardeio de insistentes perguntas sobre o mesmo tema e, de pronto, tratou de colocar um ponto final no assunto.
“Comigo o carro-chefe nunca é do técnico que acabou de ser campeão. Não se fala do título há poucos dias, que tirei o Náutico do jejum de 13 anos, que tirei o Remo de oito anos na fila, o América-RN... O foco sempre é que Roberto é torcedor ou temperamental, como se esse fosse meu carro-chefe. Não. Meu carro-chefe é meu conhecimento, meus resultados. O Santa Cruz está me dando a oportunidade de trabalhar”, afirmou Roberto Fernandes.
Essa visão de treinador “durão”, que grita com atletas, que é mais rude com os comandados, segundo o treinador, tem muito da sua construção realizada pela imprensa. “Não é crítica, mas muito disso tudo é direcionado pela própria imprensa. No início desta semana estive em um programa em São Paulo em que desafiei quem estava lá a dizer quem falava mais palavrão eu ou o Bernardinho (técnico de vôlei). Quem fazia mais expressões, caras e bocas, que gritava mais e ele com o agravante de trabalhar com mulher. Nem se fala isso dele, só valorizam as coisas boas”, disse.
Sobre recente a saída do Náutico, Roberto Fernandes fez questão de ressaltar que deixou o Timbu com as portas abertas. Afirmou que recebeu muitas mensagens dos atletas lamentando a saída e admitiu as grandes possibilidade de voltar um dia ao clube do coração. “Ponto. Agora o Náutico é página virada e vamos direcionar o assunto ao Santa Cruz”, pediu. Os repórteres, porém, não aceitariam a sugestão.
No vaivém das perguntas, novamente o assunto recaiu sobre a identificação do treinador com o Timbu e como a torcida coral iria lidar com isso. “Comigo toda hora volta esse assunto (de ser torcedor do Náutico), como se eu fosse o único cara no mundo que tivesse tido uma infância. Todo mundo tem time para torcer, não há dúvida”, ponderou Roberto, com naturalidade.
Tentando sempre direcionar as respostas para o torcedor do Santa Cruz, o treinador tentou a todo momento passar confiança e deixar o cenário de crise no Arruda para o passado. Mostrando-se conhecedor do clube, mas mais ainda do Brasileiro da Série C, Roberto Fernandes analisou as chances de classificação do time.
“Conheço a equipe do Santa Cruz, nos enfrentamos e analisei ela outras tantas vezes. Sabemos que a Série C é talvez a competição mais equilibrada dentre as quatro divisões nacionais pela aproximação de uma equipe para outra e pela quantidade de jogos. A competição está totalmente em aberto. Quem está na liderança pode ser rebaixado e quem está no Z4 pode brigar pela classificação. Por isso, acredito que o Santa tem potencial para encaminhar essa classificação, mas ciente que não será fácil”, pontuou.
Ao fim da entrevista coletiva, Roberto Fernandes se direcionou para o campo de treinamento, onde comandou seu primeiro trabalho visando a estreia dele à frente do time, na próxima segunda-feira, contra o Confiança, em Aracaju.
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