A grande pergunta no Palmeiras não é mais se o time será campeão do Brasil. Será. A questão é outra. Cuca quer continuar em 2017? O São Paulo acompanha com interesse essa definição…
A grande pergunta no Palmeiras deixou de ser se o time será campeão do Brasil. Há a convicção que sim. Conseguirá ao menos um empate contra Chapecoense, na sua arena, e Vitória, em Salvador. O questionamento é outro.
Cuca seguirá em 2017?
Paulo Nobre, Alexandre Mattos e o técnico combinaram. Não responderão essa pergunta até o final do Campeonato Brasileiro.
Ou pelo menos, a confirmação do título.
Por que essa indefinição? O trabalho de Cuca deu mais do que certo. Ele foi contratado, em desespero, para tentar salvar o time na Libertadores. A equipe se desmanchava nas mãos de Marcelo Oliveira. Não houve jeito e acabou desclassificada na primeira fase da competição.
Mas diante da infraestrutura e do dinheiro à disposição para reforçar o time, Cuca prometeu a conquista do Brasileiro.
Sabia o que estava falando.
Vestiu a calça roxa, acalmou sua alma supersticiosa. Tomou decisões difíceis, mas fundamentais. Deixou Lucas Barrios, o jogador da Crefisa, no banco. Deu a capitania e responsabilidade ao problemático Dudu. Convenceu Gabriel Jesus a só ir para o Manchester City ao final do Brasileiro, mesmo já tendo sido vendido. Enfrentou muitos conselheiros apostando em Jaílson com a contusão de Fernando Prass. Não deu a alma para lutar até o fim pela Copa do Brasil. Acreditou que poderia perder tanto o Campeonato Nacional como a competição que o clube havia vencido em 2015. A prioridade do Brasileiro foi sua.
Alexandre Mattos já contratou o atacante Keno e o meia Raphael Veiga. Tem praticamente certa também a chegada do meia Hyoran da Chapecoense. Apostas que foram referendadas pelo técnico. É ele também que passou outros nomes, de mais peso, que deverão chegar para a Libertadores de 2017. Porque a meta do recém eleito Mauricio Galiotte é ganhar a competição que só foi vencida em 1999.
Se tudo deu certo por que não fazer o óbvio?
E renovar antecipadamente?
Porque há várias pendências.
E todas dependem do treinador.
Galiotte deseja a sequência do seu trabalho em 2017.
A primeira é a China. Em conversa descontraída com jornalistas amigos no Rio de Janeiro, ele deixou escapar que estava articulando sua volta ao país dos salários milionários, em 2017. Muito pressionado por repórteres paulistas, ele recuou. Voltou atrás. Disse que não 'havia nada'. E não se aprofundou no tema. E a amigos particulares jurou, na semana passada, que não retornará a Ásia. Pelo menos no próximo ano.
O motivo iria além do futebol.
O treinador tem familiares seriamente doentes. Sua presença física seria fundamental para que enfrentassem esses graves problemas. O técnico se mostra reservado quanto ao delicado tema. Mas dirigentes palmeirenses sabem dessa grande dificuldade.
O problema seria tão sério que poderia até tirar o seu foco do futebol no próximo ano. Não adiantaria Galiotte aumentar, e muito, os R$ 500 mil que Paulo Nobre acertou de salários até o final de dezembro. A questão não seria financeira. Mas o envolvimento de Cuca com seus parentes.
Não são responsáveis pelo futebol do Palmeiras que confidenciam essa dificuldade na vida de Cuca.
O São Paulo acompanha de muito perto o que acontece com o treinador.
Há uma leve e secreta esperança de Leco.
Se Cuca desistir do Palmeiras, ele adoraria vê-lo de volta ao Morumbi.
E reconstruir o time em 2017.
Até o presidente se cansou de Ricardo Gomes.
E não vê Rogério Ceni pronto.
A relação do técnico com o São Paulo é excelente.
Cansou de ser consultado pelo falecido Juvenal Juvêncio em relação a jogadores. Mesmo trabalhando em outros clubes. Em 2004, Cuca formou a base do time que seria campeão paulista com Leão e venceria a Libertadores e o Mundial de 2005, com Paulo Autuori. Leco tem ótimo relacionamento com o técnico.
Ao deixar o clube, após eliminação na semifinal da Libertadores, pelo Once Caldas, em 2004, Cuca ficou muito abalado. Deixou o clube. Mas jurou que um dia voltaria. E manteve contato principalmente com Juvenal Juvêncio e Milton Cruz. Seu nome sempre esteve cotado quando havia a necessidade de troca de treinadores.
E é justo no Morumbi que os comentários são repetitivos.
Que Cuca não trabalhará em 2017.
Ficará apenas cuidando da família.
Ninguém ligado ao treinador confirma essa versão.
O que vem acontecendo repetidamente é a negativa de Cuca em falar sobre seu futuro.
Não tem adiantado os repórteres insistirem.
"Sou funcionário do Palmeiras até 31 de dezembro e vou dar meu máximo até esse dia. Junto com o Mattos, tenho feito o planejamento em cima de opções para o ano que vem. Esse é o nosso trabalho. Estamos pensando no futuro do Palmeiras."
É o máximo que se tem permitido falar.
O único acalanto está no recente juramento que fez a um amigo.
"Não volto no ano que vem para a China. Não volto."
Paulo Nobre e Galiotte não querem a definição agora.
Dizem a conselheiros que não precisa.
O treinador está cumprindo sua função.
Conquistando o Brasileiro depois de 22 anos, como prometeu.
E analisando contratações e dispensas para 2017.
Se o time ainda mais fortalecido será para ele, é outra questão.
A partir da noite de quatro de dezembro, quando o Brasileiro acabar.
Pelo Palmeiras não há a menor dúvida.
Cuca continua.
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