Segundo o professor da Escola Superior de Desporto de Rio Maior Alfredo Silva, coordenador da licenciatura de Gestão das Organizações Desportivas, as perdas para os denominados 'três grandes' podem chegar a esses valores somando as três "áreas de negócio" mais relevantes em termos de receitas.
Se na bilheteira pode existir "uma perda real mensal de 4,3 milhões de euros", números ponderados com os mais de 3,5 milhões de espetadores que assistiram a jogos da I Liga em 2018/19, a maior fatia dos quais em torno destes três rivais, os valores sobem muito mais quando se fala de transmissões televisivas.
Com o campeonato parado, não só os adeptos não podem marcar presença nos estádios, como não conseguem assistir às partidas em casa, através da televisão.
Nesse cenário, e assumindo uma paragem de um mês, as perdas com a distribuição televisiva das partidas, bem como outros conteúdos relacionados, originariam "uma perda de 17 milhões de euros" para os três clubes.
O outro eixo de perdas possíveis prende-se com os patrocínios e outros contratos de publicidade, que podem "ser mitigadas" para os clubes, mas acabam por afetar mais "as empresas e marcas patrocinadoras".
"Os contratos poderão ser renegociados, facto que pode originar [para os clubes] perdas mensais de seis milhões de euros", acrescenta o docente universitário.
O novo coronavírus surgiu na China, em dezembro de 2019, mas o surto espalhou-se por todo o mundo, tendo levado Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Inicialmente alguns eventos desportivos foram disputados sem público, mas, depois, começaram a ser cancelados, adiados - entre os quais se destacam os Jogos Olímpicos Tóquio2020, o Euro2020 e a Copa América - ou suspensos, nos casos dos campeonatos nacionais e internacionais de todas as modalidades.
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