sábado, 13 de maio de 2017

Benfica-V. Guimarães, 5-0 (crónica)


Fato de gala para fazer história


Seguro de si, o Benfica vestiu o melhor fato para fazer história. Está aí o «tetra», garantido com a melhor exibição da época e a maior goleada da campanha para o inédito quarto título consecutivo.
Em Vila do Conde foi preciso o fato de macaco, mas agora a ocasião era especial e o Benfica entrou para arrasar.
Depois do susto com o Estoril, no anterior jogo caseiro, desta feita a equipa de Rui Vitória respeitou a tradição dos «quinze minutos à Benfica».
Confiante e pressionante, o líder chegou à vantagem logo aos onze minutos. Fejsa desarmou Rafael Miranda logo à saída da área do Vitória, Jonas atirou para defesa de Douglas e Cervi marcou na recarga.
Era tal a pressa para dar início à festa, que o segundo golo surgiu apenas cinco minutos depois, e nasceu de um pontapé de baliza de Ederson que isolou Raúl Jiménez.
O «tetra» estava nas mãos, mas o Benfica não abrandou. Chegou ao intervalo a vencer por 4-0, e Jonas ainda desperdiçou dois lances na cara de Douglas.
Redimiu-se ao minuto 44, com um belo chapéu ao guarda-redes do Vitória, após nova recuperação de Fejsa. Isto já depois de ter feito a assistência para o terceiro golo, apontado por Pizzi (37m).

Inexistente na primeira parte, o Vitória apareceu na segunda parte com duas alterações (João Aurélio e Raphinha nos lugares de Hurtado e Hernâni), mas a noite era de arraso encarnado.
Um penálti de Marega sobre Cervi “ofereceu” o bis a Jonas (67m) e garantiu o triunfo mais folgado do tetracampeão, que fez 26 remates, contra apenas 3 do Vitória (13-0 em remates à baliza).
A caminhada para o «tetra» foi difícil, mas no dia da consagração a equipa de Rui Vitória evitou um sofrimento elevado aos 65 mil adeptos que estiveram na Luz.
Uma exibição que reflete um pouco a postura do Benfica neste «sprint» final: nos momentos fulcrais não vacilou.

Benfica-V. Guimarães, 5-0 (destaques)


Figura: Jonas
Parecia estar escrito que esta não ia ser a tarde dele. Porquê? Porque falhou duas vezes isolado na cara de Douglas, em ambas depois de boas jogadas: primeiro combinou com Jimenez, depois com Pizzi. Após novo passe de Pizzi, porém, fez o golo da tarde, num chapéu perfeito ao guarda-redes. Antes já tinha rematado para defesa incompleta de Douglas, no golo de Cervi, e já tinha assistido Pizzi para o terceiro, depois fez o quinto de penálti. Quem disse que esta não seria a tarde de Jonas?
Positivo: Raul Jimenez
Não teve uma época fácil, penalizado por lesões e pelos golos de Mitroglou, mas recuperou a tempo de ser fundamental no título: antes de mais, pelo golo em Vila do Conde, mas fundamental também esta tarde. Percebeu, por exemplo, que Ederson ia lançar a bola de uma baliza à outra, fugiu a todos e fez o golo da tranquilidade. Ele que antes já tinha pressionado Rafael Miranda, obrigando o rival a perder a bola para o primeiro golo do Benfica. Depois ainda atirou ao poste. Enorme, portanto.
Negativo: Konan
Atropelado pela euforia, e pelo futebol, do Benfica, o V. Guimarães foi um sombra pálida da equipa que somou sete vitórias seguidas na Liga e que viajou por isso para a Luz com a melhor sequência da história. O engano de Konan, porém, esteve na origem de tudo. Aos onze minutos, numa saída a jogar, quis colocar a bola em Rafael Miranda que estava pressionado por dois adversários e por isso perdeu a bola, permitindo a Cervi abrir o marcador. Depois disso o jogo nunca mais foi o mesmo.
OUTROS DESTAQUES:
Pizzi
Custa muito não colocar Pizzi nos dois maiores destaques, mas não dá para todos. O médio tem a consolação de saber que foi provavelmente o jogador mais importante do título. Esta tarde, foi mais do mesmo: marcou um golo, fez uma assistência para outro, ficou perto de bisar e encheu o campo.
Franco Cervi
Tem um pé esquerdo fabuloso, que dá gosto ver tocar na bola. Para além disso, surgiu em campo muito motivado, cheio de pressa a fazer as coisas. Tanto assim que inaugurou o marcador aos onze minutos, ele que ainda sofreu a grande penalidade que permitiu a Jonas fazer o quinto do Benfica.
Fejsa
Que grande jogo do decacampeão: o homem que é campeão há dez anos consecutivos. Foi ele, por exemplo, que recuperou a bola para o primeiro golo do Benfica, num momento fundamental, e voltou a recuperar a bola que permitiu a Pizzi lançar Jonas para o quarto. Fundamental, portanto.
Ederson
Teve um jogo calmo entre os postes, o que lhe deu tempo para ser fundamental no ataque: Aos 16 minutos, percebeu a distração do V. Guimarães e isolou Jimenez com um pontapé de uma baliza à outra, para o segundo golo. Festejou como se tivesse sido ele a marcar, o que é justo: muito justo.
Salvio
Os assobios e a impaciência dos adeptos deram lugar aos aplausos. Nada mais justo. Salvio foi uma seta apontada à baliza do V. Guimarães desde o início, queimando consecutivamente metros e linhas para deixar o Benfica mais perto da baliza adversária. Fartou-se nesse aspeto de correr e trabalhar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário