Ao contrário de muitos atletas estrangeiros que optaram por retornar para seus países durante a pandemia do novo coronavírus, Martín Rodríguez segue em Salvador. Com a Toca do Leão fechada há duas semanas para evitar o contágio da Covid-19, o uruguaio está fazendo da casa onde mora o seu centro de recuperação particular.
“Por sorte eu tenho espaço em casa para caminhar e fazer exercícios. Conto também com uma piscina em que posso fazer muitos trabalhos de mobilidade e isso está me ajudando muito. Tem que usar a imaginação. O ideal era fazer a recuperação no clube, mas por causa da pandemia não podemos fazer isso. Tive que trazer alguns materiais para poder fazer os exercícios em casa da melhor maneira possível”, disse Martín, em entrevista exclusiva ao CORREIO.
“Sigo em Salvador, porque estou com minha recuperação coordenada com minha equipe, então o ideal é que esteja aqui para que o corpo médico do clube vá me orientando”, completou o jogador de 30 anos, que vive em um condomínio em Lauro de Freitas.
Titular absoluto do Vitória na Série B do ano passado, Martín Rodríguez se lesionou na primeira partida desta temporada. Ele rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito durante o empate sem gols com o Fortaleza, no Barradão, na estreia da Copa do Nordeste, em 25 de janeiro. A cirurgia foi realizada no dia 3 de fevereiro e a previsão é de que ele volte a ficar à disposição do técnico Geninho entre julho e outubro.
“Minha recuperação está sendo boa. Vamos seguindo os prazos, é uma recuperação longa. No dia a dia, coloco cada vez mais empenho e vontade, pois o importante é recuperar bem meu joelho e depois poder voltar ao time”, afirmou o arqueiro.
“A previsão dessas lesões é de seis meses, mas tem que se viver passo a passo, não se pode apressar. É dia a dia, semana a semana, mês a mês. A minha vontade é de fazer todo o possível para estar pronto o quanto antes, mas tem que cicatrizar bem”, ponderou.
Por causa do isolamento social recomendado pela Organização Mundial da Saúde, Martín está executando o tratamento de recuperação em casa, sozinho, desde o último dia 17, quando o Vitória suspendeu as atividades. Ele mantém contato com os fisioterapeutas e médicos do clube, que o orientam e recebem o feedback através do WhatsApp.
“O grupo de fisioterapeutas do clube está me acompanhando e passando exercícios todos os dias para fazer em casa com os materiais que eu trouxe, junto também com os médicos, que vão determinando os passos a seguir. Tudo muito meticuloso. Eles estão fazendo um grande trabalho”, elogiou o goleiro.
“Eles me mandam os trabalhos de fisioterapia por WhatsApp e eu dou retorno também pelo aplicativo, com fotos, vídeos e nos falamos. Vamos nos comunicando dessa maneira. Nesse momento, a tecnologia está ajudando muito”.
Clube e casa
Além das orientações à distância, Martín fará uma avaliação presencial por semana nas dependências do clube. A primeira aconteceu ontem, quando recebeu boas notícias do fisioterapeuta Clício Alves. “A avaliação foi muito boa. Melhorei em grande porcentagem a flexão e a extensão, que é o que estamos focando nessa etapa da recuperação. Na próxima semana, devo ter outra revisão e assim vamos seguindo com o método que está sendo usado. Sempre em casa. Só a avaliação será feita no clube. Eles me deram mais material para trabalhar, então tenho bastante trabalho pela frente”, disse Martín, empolgado.
Quando não está fazendo tratamento, Martín aproveita o tempo livre com a esposa Lúcia, 30 anos, a filha Abril, de 12, e os mascotes da família, o boxer Tego e o weimaraner Zeus.
“É tempo de fazer essas coisas que antes não conseguia fazer, então estou desfrutando mais da minha família. Sou uma pessoa muito caseira. Curtimos muito a piscina, tomamos mate, ouvimos música, jogamos playstation, saímos para caminhar com os cachorros pelo condomínio. Coisas simples, não sou muito de andar fazendo loucuras”, contou o uruguaio.
Sem tocar na bola há dois meses, Martín segue trabalhando firme mesmo que de casa para retornar aos gramados. A paralisação dos campeonatos por tempo indeterminado por causa da pandemia pode contribuir para que ele participe de mais jogos do que imaginava nesta temporada.
“Sendo sincero, a paralisação do campeonato me ajuda, porque me dá mais tempo para recuperar sem que os jogos estejam acontecendo. Um dos meus objetivos desse ano era fazer mais jogos que no ano passado e ganhar algum título com o clube. Por mais que eu esteja nessa situação agora, não deixou de ser meu objetivo para esse ano. Meu grande objetivo é subir para a Série A. Sigo mantendo e vou lutar para que isso aconteça”, projetou.
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