quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Sem dinheiro e com rotina de atrasos, Santa Cruz vai conviver com dificuldade em renovações



Jadson, João Paulo e Keno já estão acertados com outros clubes, mas a permanência de nomes de menor destaque também não será simples


O Santa Cruz não vai encontrar facilidade para renovar contrato com a base do seu elenco para 2017. O corte no orçamento para a temporada na Segunda Divisão é o principal dificultador para a manutenção de jogadores, assim também como a rotina de atrasos de salários, sem data para acabar. Apesar do fracasso do Tricolor na Série A, Keno já tem um pré-contrato assinado com o Palmeiras. Com remunerações altas, João Paulo também tem um acerto encaminhado com o Botafogo. Mas nem mesmo a tarefa de estender vínculo com as peças de menor destaque da equipe será algo simples para a diretoria.

À espera de uma definição mais concreta da receita para o início do ano que vem, o clube tem expectativa de uma redução da folha salarial de R$ 1,3 milhão para R$ 800 mil. Nomes como Tiago Cardoso e Grafite, que mantêm contrato com o Santa Cruz até o fim da próxima temporada, vão precisar diminuir os seus salários se quiserem permanecer. O atacante já sinalizou que aceitaria a redução. Prestes a se aposentar e com laços fortes com o clube, onde pretende até trabalhar como gerente quando pendurar as chuteiras, no fim de 2017, o veterano é um caso isolado. Diante do cenário de crise, outros atletas dificilmente vão aceitar a diminuição.

Embora com vínculo até junho, Derley já avisou que, caso receba alguma proposta mais vantajosa, pensa em sair do Santa por causa dos atrasos. Antes de terminar o Brasileiro, o meia Wágner, por sua vez, já solicitou a sua rescisão. Jadson encaminhou a sua saída após a competição ao assinar um pré-contrato com a Ponte Preta. Ainda que bem-avaliado por parte da direção, não havia dinheiro para a sua renovação. A diretoria coral teria que desembolsar R$ 11 milhões, porque a Udinese-ITA, detentor dos direitos econômicos do atleta, não permitia um reempréstimo.

Até mesmo o prata da casa Marcílio, que jogou só cinco partidas na Série A, quer deixar o Arruda para ter mais oportunidades. Com uma sondagem do sul-coreano Seongnam FC, além de uma proposta do Tigre, do Rio de Janeiro, o meia sinalizou não deve iniciar a próxima temporada no elenco. Peças mais caras, a exemplo de Uillian Correia e Pisano, já são dadas como descartadas nos bastidores. Léo Moura está na mira de outros clubes, e o Santa precisaria apresentar uma oferta tentadora para seguir contando com os serviços dele. Os esforços vão se concentrar, basicamente, nas renovações dos zagueiros Danny Morais, Neris e Luan Peres.  

Interino

O interino Adriano Teixeira compreende que a permanência de muitas peças não deve acontecer. Mas defende a manutenção da maioria dos jogadores 2017. Vende essa ideia para a direção. “A oxigenação não pode ser geral. Tem que deixar alguns para manter a base e começar a se fortalecer com novos valores. Não adianta começar do zero porque isso é muito prejudicial”, declarou.

superesportes

Santa Cruz traça perfil que espera
para técnico da temporada 2017

Para Constantino Júnior, novo treinador tricolor deve valorizar jogadores da base


Durante 2016, o Santa Cruz passou pelas mãos de treinadores bem diferentes. De Marcelo Martelotte no início do ano com o acesso à Série A, até o técnico interino Adriano Teixeira, que pegou a fase final do time, já entrando na zona de rebaixamento. Para a temporada de 2017, a diretoria do Santa ainda não fala em nomes, mas mira em um treinador que valorize o elenco de base do time.
- O perfil é de liderança, que saiba promover jovens atletas, que trabalhe com os valores dos jogadores nossos da base e da região. Que tenha boas ideias para promover o clube - afirmou o vice-presidente tricolor, Constantino Júnior.
A tendência é que o clube entre na próxima temporada com muitos problemas financeiros, algo que é uma realidade atual. São três meses de salários atrasados aos jogadores, além de seis aos funcionários. Sem dinheiro para contratar jogadores fortes, o treinador terá que utilizar mão de obra da base.

Histórico de técnicos da temporada
Marcelo Martelotte subiu o time tricolor para a Série A depois de um hiato de dez anos longe da elite do futebol nacional. O treinador operou o que seria considerado um milagre: tirou o time da zona de rebaixamento - se encontrava na 18ª colocação - e conseguiu o acesso como vice-líder, tudo em 2015. No início de 2016, o desempenho caiu. A gota d'água para sua saída foi quando o time perdeu para o Bahia na primeira fase da Copa do Nordeste, embora tenha se classificado para a segunda fase. 
Quem assumiu foi Milton Mendes. O time brilhava na Copa do Nordeste e no Campeonato Pernambucano. O treinador foi idolatrado por trazer os dois títulos à equipe tricolor. O rendimento super positivo ainda rendeu por mais algumas rodadas, tanto que o Santa esteve na liderança da Série A no início, mas logo caiu por terra a expectativa de terminar o campeonato no pelotão de cima. Os problemas que o tiraram, além da queda de aproveitamento, foram especialmente extracampo. O técnico saiu em agosto.
Para "refrescar" os ares tricolores, Doriva chegou com um novo espírito de liderança. Mas não conseguiu tirar o time do Z-4. Perdeu a paciência e deixou o grupo em outubro, pouco mais de dois meses depois de assumir o time.
Quem encerra o ano do Santa Cruz, é o técnico interino Adriano Teixeira. Sob os comandos do dirigente temporário, a atuação melhorou, mas já era muito tarde. Ele soma, da 33ª rodada até a atual, dois empates, uma vitória e uma derrota. O clube acabou rebaixado antecipadamente.
globo.com

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