domingo, 20 de novembro de 2016

TP: Desp. Chaves-FC Porto, 0-0, 3-2 gp (crónica)



Houve mesmo desforra. Depois de perder na final frente ao FC Porto em 2010, os flavienses eliminaram os dragões esta noite em Chaves para a 4.ª eliminatória da Taça de Portugal, num jogo decidido no castigo máximos onde António Filipe, guarda-redes dos da casa, parou três remates.
O regresso do FC Porto a Chaves nove anos depois foi levado em conta por Nuno Espírito Santo, que não alterou muito a sua equipa para a partida. Na baliza José Sá foi chamado para o lugar de Casillas, assim como André André e Varela. Jorge Simão também não mexeu muito no onze que tem lançado habitualmente, chamando apenas António Filipe para o lugar de Ricardo, que assim não defrontou a equipa à qual ainda está contratualmente ligado.
Entrou forte a equipa portista pelo lado direito, com Maxi Pereira no apoio a Varela, mas sem grandes males maiores para a defensiva flaviense.

Do outro lado, cedo a equipa flaviense procurou sair em ataques rápidos e logo aos dois minutos André André foi obrigado a cortar um ataque promissor e a ver amarelo.
O FC Porto parecia dominar o encontro mas isso foi sol de pouca dura, pois a formação transmontana depressa equilibrou as contas e por largos minutos na primeira parte esteve melhor no jogo, até com mais posse de bola.
De facto, Jorge Simão povoou o meio campo e obrigou os portistas a jogarem pelas alas. Aí foi sempre difícil tirar algo de positivo para o encontro por parte da equipa de Nuno Espírito Santo.
Em poucos toques os flavienses conseguiam pôr-se em boa situação, e foi o que fizeram Perdigão e Paulinho, aos dez minutos, com o último a cruzar na perfeição para William, que ganhando nas alturas a José Sá atirou incrivelmente ao lado, em excelente posição.
Cabia ao FC Porto responder mas, sem espaço junto à baliza, Varela era obrigado a disparar de longe, e fácil, para António Filipe encaixar. Mais trabalho teve o guarda-redes do Chaves aos 21 minutos, obrigado a sair da baliza para forçar o jogador do Porto a atrasar, com Otávio a tentar o chapéu mas ao lado.
Apenas em cima do intervalo voltou a haver alguma emoção no encontro, após uma fase mais confusa e menos interessante. Diogo Jota criou uma boa situação pela direita, entrou na área mas o remate foi bloqueado e chegou sem força à baliza.
Voltou a começar melhor o FC Porto, e logo aos 53 minutos o golo esteve perto, com uma boa arrancada de Varela a servir André Silva à entrada da área com o jovem internacional português a tentar o remate de primeira mas a permitir a defesa a António Filipe.
Os flavienses responderam pouco depois com Braga a aparecer no jogo para tentar a meia distância. Após tirar um adversário do caminho disparou forte aos 60 minutos mas à figura de José Sá.
Bola cá, bola lá e o golo voltou a cheirar na baliza flaviense. Aos 63 minutos André André testou a meia distância com muita mais pontaria que os restantes até então. Alias, pontaria a mais, pois o médio portista disparou do meio da rua à barra do desamparado António Filipe.
Era a vez do Chaves responder e William obriga José Sá a errar, com o guarda-redes a copiar António Filipe na primeira parte e quase a oferecer o golo à equipa da casa. Reagiu rápido a sua defensiva.
No jogo das substituições, tardias para os dois lados, saiu melhor Nuno Espírito Santo, ao lançar Depoitre, que até levou um papel para Danilo, ganhando poder de fogo e presença na frente. Em bolas paradas, Felipe e Varela ameaçaram com algum perigo nos últimos dez minutos.
No último suspiro do tempo regulamentar, em jogada de insistência, Danilo obrigou António Filipe a defesa de recurso e Diogo Jota no seguimento viu Nelson Lenho cortar de cabeça um golo certo, o que levou o encontro para prolongamento.
Esgotando as alterações e mantendo a superioridade, o FC Porto voltou a estar perto de marcar no arranque do prolongamento. Aos 93 minutos a bola em plena grande área vai ao braço de Freire, ficando por marcar uma grande penalidade, e no minuto seguinte Diogo Jota fura a defensiva e obriga António Filipe a defesa apertada, com Depoitre a recarregar por cima.
Já no tempo de compensação da primeira parte do prolongamento, nova polémica na área do Desp. Chaves, com um remate de Evandro a ir ao braço de Assis.
Aos 113 minutos a polémica estava reservada para a outra grande área, com Hamdou a fugir a Maxi Pereira e a tentar bater José Sá. O guardião portista e chocou com o líbio, com a equipa da casa a pedir penálti. Com tantos pedidos de grandes penalidades, o jogo acabou mesmo por seguir… para a decisão por castigos máximos.
Até começou na frente o FC Porto, com Evandro a marcar e Braga a falhar, mas os flaviense deram a volta. António Filipe defendeu os penalties de Layun, Depoitre e André Silva, vendo Alex marcar, e José Sá viu Felipe Lopes falhar mas Battaglia, Patrão e Freire, este decisivo, decidiram a eliminatória. 



TP: Desp. Chaves, 0-0, 3-2 gp (destaques)


A FIGURA: António Filipe
António Filipe terminou como a grande figura da partida. O guarda-redes dos flavienses esteve praticamente irrepreensível durante os 120 minutos mas o seu momento estava reservado para as grandes penalidades. Parou com categoria os remates de Layún, Depoitre e André Silva, resolvendo a eliminatória.
O MOMENTO: quem tremeu mais foi o Porto.
Até parecia que o Chaves não iria aguentar a pressão dos castigos máximos, mas foram os portistas quem vacilaram, com três penáltis falhados, ou melhor, defendidos por António Filipe. Os flavienses acabaram por ser mais eficazes e fizeram a festa.
OUTROS DESTAQUES

Assis: grande jogo do médio defensivo brasileiro. Recuperou muitas bolas e foi uma das razões do facto do meio campo portista não funcionar, pois foi uma parede intransponível para os ‘azuis e brancos’. Limitado com uma lesão desde o meio da segunda parte, aguentou 108 minutos sempre ao mesmo nível.


André André: foi o mais influente e esclarecido do meio campo do FC Porto. Remou contra a apatia do jogo e aos 63 minutos esteve perto do golo, num remate com estrondo à barra da baliza do Chaves.
João Pinto com regresso duplo ao banco: o antigo lateral direito e capitão do FC Porto, João Pinto, estreou-se no banco de suplentes dos portistas enquanto delegado, nas novas funções que tem no clube como adjunto do diretor geral do futebol, Luís Gonçalves. Mas o antigo internacional português regressou também a uma casa que bem conhece. Como treinador do Desportivo de Chaves garantiu a subida dos transmontanos à Liga 2, conquistando ainda o único titulo nacional que o emblema de Chaves tem no currículo, de campeão da 2.ª Divisão.
Pinto da Costa na tribuna presidencial: o presidente do FC Porto foi figura de destaque no camarote presidencial, chamando a atenção do público e dos fotógrafos. O líder dos azuis e brancos teve ainda um encontro especial com Emílio Macedo, antigo presidente do Desportivo de Chaves e Dragão de Ouro do Porto. As duas figuras estiveram juntas no hotel onde a equipa às ordens de Nuno Espírito Santo estagiou.
Manchester United espiou em Chaves: a partida entre flavienses e portistas atraiu nove clubes ao Municipal de Chaves para observar o jogo, com o clube inglês do Manchester United a ser o que mais chamou a atenção. Mas presentes estiveram ainda o Carpi, Atalanta e Génova, de Itália, V. Guimarães, Sp. Braga, Aves e Portimonense, Celta de Vigo, de Espanha e Montpellier, de França.

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