Com salários atrasados, jogadores ficam revoltados com o dinheiro que o Corinthians gastará com Jô: R$ 17,5 milhões. É assim que a diretoria quer motivar o time para conseguir vaga na Libertadores de 2017…
A direção do Corinthians encontrou uma maneira singular para motivar o time. Na busca de uma vaga na Libertadores, os salários dos atletas estão atrasados. Outubro ainda não foi pago. O fenômeno não é novo. Com Tite, no ano passado, a situação foi terrível, drástica. Havia jogadores com oito meses de direito de imagem e dois meses de salários atrasados. Mesmo assim, o treinador conseguiu comprometer o time, a ponto de conseguir o hexacampeonato.
Oswaldo de Oliveira, não. Ele se mantém afastado do problema. Assume que é problema da diretoria. O treinador não tem bom relacionamento com os atletas. Muito pelo contrário. Há um distanciamento enorme. Não há o clima de cumplicidade que havia com Tite. Oswaldo faz questão de manter a hierarquia. E quer se manter no cargo em 2017. Já deixou claro que o elenco precisa ser reformulado. Lógico que o time se ressentiu da falta de apoio. E o ambiente fica pior quando o salário não é pago.
Os jogadores são espertos. Têm a plena consciência que, se reclamarem publicamente, podem sofrer represálias. Se calam. Mas estão descontentes com tanta pressão. Não só pela derrota, mas pela falta do salário. A cobrança para que vençam Internacional, Atlético Paranaense no Itaquerão e Cruzeiro, em Belo Horizonte, foi forte. E pode ser pior. As organizadas estão organizando novos protestos e cobranças. Exigem a vaga na Libertadores.
Para piorar o ambiente, os atletas e, principalmente, seus procuradores sabem ler. E muitos estão revoltados. Como, se o Corinthians está com tantas dificuldades financeiras, pode pagar tanto por Jô? O clube não queria, mas cedeu a todas as exigências do staff do jogador.
O atacante estava sem clube desde julho. Dispensado pelo Jiangsu Suning. Mesmo assim, chegou ao Parque São Jorge com seu peso em ouro. A começar pelo seu agente, Giuliano Bertolucci. Ele recebeu nada menos do que R$ 1.750.000,00 de comissão pela transação. O atacante receberá salários de R$ 350 mil mensais, com foi fartamente divulgado. Mas ele também embolsará R$ 110 mil mensais de luvas. Ou seja, receberá R$ 440 mil.
Roberto de Andrade garantiu a conselheiros. Ofereceria apenas dois anos de contrato. Afinal, ele já tem 29 anos. Só que o jogador deixou bem claro. Ou três anos ou nada feito. E assinou por três anos. Em janeiro de 2020, ele terá recebido R$ 15.840.000,00. Somado o dinheiro dado a Bertolucci, Jô custará aos cofres corintianos a quantia de R$ 17.590,00.
Os jogadores conversam e se revoltam.
Um dia ouvem que precisam se sacrificar pelo clube, que não há dinheiro. No outro, descobrem o quanto será gasto na contratação de Jô. O descontentamento ganha enormes proporções no departamento de futebol.
Assim como Cristóvão Borges, Oswaldo de Oliveira já percebeu que o cerco aperta. Conselheiros e membros da direção corintiana não o querem em 2017. Mas ele segue acreditando nas promessas de Roberto de Andrade.
Como fez Cristóvão.
Até não acreditar quando o próprio Roberto o demitiu.
O ambiente só piora a cada dia no Parque São Jorge.
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