por Rafael Costa
Eusébio acumulou títulos pelo Benfica e ajudou a transformar a Seleção de Portugal em uma das principais potências do futebol
Primeiro português a receber a Bola de Ouro, 31 títulos por clubes, 16 prêmios individuais, 745 partidas realizadas, 733 gols feitos em 23 anos de carreira. Este é Eusébio, maior jogador da história de Portugal e um dos maiores atletas que entraram em campo desde a invenção do futebol.
Nascido em Moçambique durante a época colonial, Eusébio teve uma infância complicada, seu pai faleceu quando tinha apenas oito anos de idade. Desde essa época, o futebol se fazia presente na vida do Pantera Negra - apelido que receberia ao longo da carreira - sempre faltando em aulas para praticar o esporte nas ruas do bairro de Mafalala, em Maputo.
Ídolo e maior nome da história do Benfica, Eusébio já foi recusado pelo clube. Quando tinha 15 anos, fez um teste em uma filial do time Benfiquista em Moçambique, mas optaram por não aprovar o aspirante por conta de um problema no joelho.
A filial do Sporting aceitou o jovem promessa se tornando o primeiro clube na carreira de Eusébio, o qual fez boas atuações e foi destaque, fazendo a matriz e o rival Benfica demonstrarem interesse na contratação da jovem promessa de 17 anos.
Eusébio estreou pelo Benfica no dia 23 de maio de 1961, em um amistoso contra o Atlético de Portugal, o Pantera Negra foi mortal, marcou três dos quatro gols da equipe. O atacante estava em franca evolução a cada partida. Não demorou muito para ser convocado para Seleção Portuguesa, no mesmo ano o atacante fez sua estreia no dia 8 de outubro contra Luxemburgo. Naquela temporada foram apenas dois amistosos, tendo feito gol em uma partida.
Na temporada seguinte Eusébio escreveu seu nome na história do Benfica, chegando na final da Taça dos Campeões ( Atual UEFA Champions League). O adversário era nada menos que o Real Madrid liderado por Di Stéfano, ídolo de Eusébio.
Como todo gigante, na hora da decisão, o atleta chama a responsabilidade. Não foi diferente com o Pantera Negra, que ajudou a virar o placar de um 3 a 1 para 5 a 3, marcando dois gols, conquistando o segundo título europeu do Benfica. A alegria de Eusébio não foi conquistar a Europa e sim trocar camisa com seu ídolo Di Stéfano "A taça para mim não me dizia nada. O importante para mim era ter a camisol do Alfredo Di Stéfano." Afirmou a lenda em uma entrevista ao canal português RTP
Ainda em 1962, Eusébio foi escolhido pela tradicional prêmio da revista France Football como segundo melhor jogador do mundo daquela temporada.
Com passar do tempo, outros grandes clubes da Europa criaram interesse pelo atacante, com receio de perder o maior jogador da história do país, o governo decidiu fazer o atleta servir o exército português assim não permitindo que se venda um tesouro nacional deste tamanho.
Em 1965 ninguém em todo o planeta jogou mais que Eusébio segundo a revista France Football. Foi o primeiro jogador Português a conquistar a Bola de Ouro. O prêmio foi um prelúdio sobre a Copa do Mundo fantástica que o jogador fizera.
Eusébio não poderia ficar de fora do principal torneio em que um jogador de futebol pode participar. A Copa do Mundo, disputada na Inglaterra em 1966 foi a Copa de Eusébio. Sem dúvida foi o grande destaque do mundial.
O Pantera Negra carregou a Seleção Portuguesa ao terceiro lugar na Copa do Mundo de 1966, sendo o artilheiro da competição recebendo a Chuteira de Ouro, com nove gols (sendo seis marcados em Goodison Park). Eusébio ainda foi escolhido como o terceiro melhor jogador da competição tendo recebido a Bola de Bronze.
Eusébio na Copa de 1966 cansou de fazer gols, sua principal vitima foi a Coreia do Norte onde o atacante marcou quatro gols na mesma partida. O atacante ainda balançou as redes da Bulgária, Inglaterra, União Soviética e Brasil por duas vezes.
Em 23 anos de carreira, Eusébio sofreu muito com diversas lesões, o que fez diminuir o tempo de atuação em alto nível. O atacante teve passagens por clubes menores portugueses e na Liga Americana (NASL). Se aposentou pelo New Jersey Americans em 1979.
Após aposentadoria, o Pantera Negra fez parte da comissão técnica da Seleção de Portugal e recebeu diversas homenagens de seu clube e pela Federação Portuguesa de Futebol e o Benfica, onde foi 11 vezes Campeão Português. O clube fez uma estátua de Eusébio na frente do Estádio da Luz.
Eusébio morreu cerca das 3h30m da madrugada de domingo, 5 de janeiro de 2014, vítima de uma insuficiência cardíaca, a poucos dias de completar 72 anos de idade.
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