autor ; André Rocha
O Atanásio Girardot virou Arena Condá aos gritos de ''Vamos, vamos Chape!'', o canto que rodou o mundo no vídeo da comemoração no vestiário depois da classificação do clube catarinense para a decisão da Copa Sul-Americana.
Impossível não derramar lágrimas no momento mais tocante de uma noite mágica, ainda que vista por este que escreve pela televisão. Uma atmosfera de generosidade com velas e flores que alcançou a todos. Um evento capaz de fazer repensar a vida, os valores, a postura diante das disputas esportivas.
52 mil pessoas dentro do estádio, outra multidão ainda maior fora. Dispondo de seu tempo apenas para homenagear um clube distante, outrora desconhecido, que seria adversário e virou um coirmão na acepção mais pura da palavra. Na noite da pureza em Medellín.
Cidade marcada pelo sangue da barbárie protagonizada por narcotraficantes, que ganhou notoriedade no planeta por causa de Pablo Escobar e suas atrocidades. Rotulada de violenta e perigosa. Capaz de um gesto de grandeza sem precedentes na história do esporte.
Em Chapecó, um estádio também lotado chorava pelos seus herois que partiram. Igualmente tocante e inesquecível. Mas eram os seus. O surpreendente neste mundo tão pragmático e egocêntrico é fazer tanto pelo outro. Sem nenhuma ligação direta além da compaixão e do amor de uma nova família que nasce.
O Atlético Nacional nem precisa mais disputar o Mundial Interclubes agora em dezembro. O planeta já é seu. E Medellín é aqui.
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