O antigo internacional inglês Wayne Rooney acusou o governo britânico e a direção da Premier League de tratarem os futebolistas como "cobaias".
Na última quinta-feira, o governo de Boris Johnson declarou que todas as competições desportivas no país deviam continuar, porém, depois de Mikel Arteta, treinador do Arsenal, ter sido infetado pelo coronavírus, a organização que tutela o futebol inglês decidiu suspender as competições de imediato.
"Por que esperámos até sexta-feira? Por que motivo foi preciso o Mikel Arteta ficar doente para se fazer o mais acertado? Para os jogadores, os treinadores e as suas famílias foi uma semana aterradora, uma semana em que sentimos falta de liderança por parte do governo, da federação e da Premier League. Depois de uma reunião de emergência tomaram a decisão que tinham de tomar, mas até então nós, os futebolistas em Inglaterra, fomos tratados como cobaias", disse Wayne Rooney num texto publicado no jornal 'The Times'.


"Se alguém da minha família fosse infetado por mim e ficasse seriamente doente porque eu tinha sido forçado a jogar quando não era seguro, teria de repensar o meu futuro no futebol. Nunca perdoaria as autoridades", acrescentou o agora jogador/treinador do Derby County, da II Liga inglesa, pai de quatro filhos, acrescentando que tudo não passou de questões financeiras.
"O resto do desporto - ténis, fórmula 1, golfe, futebol em outros países - estavam a cancelar tudo mas cá diziam que podíamos continuar. Os futebolistas pensavam 'é por causa do dinheiro?'"