Joel Mendes nasceu em Campo Magro (PR), no dia 25 de junho de 1946, muito embora várias fontes apontem seu nascimento na capital paranaense, já que o distrito de Campo Magro só foi reconhecido como município em 1995.
Morando no tradicional bairro de Santa Felicidade, um reconhecido reduto de cultura italiana, o jovem goleiro ganhou reconhecimento nas fileiras amadoras do Trieste Futebol Clube (PR).
Com o prestígio em alta no Trieste, Joel Mendes apareceu no Coritiba Foot Ball Club no início de 1965, justamente quando o promissor Raul Plassmann deixava o clube para firmar compromisso com o São Paulo Futebol Clube.
Bicampeão paranaense em 1968 e 1969, o novato Joel Mendes passou por um período de relativa inconstância entre a titularidade e o banco de reservas, uma realidade que só foi alterada depois da chegada do técnico Francisco Sarno.
Dono de bons reflexos e muita elasticidade, Joel Mendes subiu rapidamente no conceito do técnico Francisco Sarno, momento em que assumiu a condição de titular no Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1969.
E na disputa acirrada do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o quadro do alviverde paranaense oscilou bastante e não chegou ao quadrangular decisivo!
A campanha irregular não foi empecilho para que Joel Mendes fosse pretendido pelos dirigentes do Santos Futebol Clube, que na época lamentavam o triste afastamento do goleiro Cláudio.
Abaixo, os registros do confronto entre Coritiba e Santos, quando Joel Mendes deixou o gramado bastante elogiado, apesar da derrota para o time paulista:
22 de outubro de 1969 – Torneio Roberto Gomes Pedrosa – Coritiba 1×3 Santos – Estádio Belfort Duarte – Árbitro: Arnaldo Cezar Coelho – Gols: Kruger para o Coritiba; Pelé (2) e Edu para o Santos.
Coritiba; Joel Mendes; Modesto, Nico, Berto e Augusto; Nair e Rinaldo; Ademar (Lucas), Paquito, Kruger e Édson (Passarinho). Tecnico: Francisco Sarno. Santos: Agnaldo; Carlos Alberto, Ramos Delgado, Djalma Dias e Turcão (Jair Bala); Clodoaldo e Lima; Manuel Maria, Edu, Pelé e Abel (Luís Carlos Feijão).
Técnico: Antoninho.
Técnico: Antoninho.
Conforme publicado pela revista Placar em 15 de maio de 1974, a fama de Joel Mendes correu o Brasil e seu nome foi até apontado para defender o escrete canarinho.
Mesmo diante da iminente chegada do badalado argentino Agustín Mario Cejas, Joel Mendes foi contratado pelo Santos em janeiro de 1970, pela quantia de 250 mil cruzeiros.
Para contar com Joel Mendes, os “cartolas” da Vila Belmiro ainda colocaram na transação os direitos de três jogadores, mais o montante arrecadado de dois futuros amistosos entre Coritiba e Santos.
Com apenas dois coletivos, Joel Mendes entrou em forma e logo foi aproveitado na conquista do Torneio Hexagonal do Chile. Em seguida, sua participação também foi determinante no título da Taça Cidade de São Paulo em 1970.
Tudo caminhava bem, até que uma grave fratura no punho direito o afastasse dos gramados por um tempo considerável. Recuperado em 1972, Joel Mendes foi emprestado para a Portuguesa de Desportos.
Todavia, Joel Mendes permaneceu por pouco tempo na Portuguesa e deixou o time do Canindé sem receber justificativas convincentes de qualquer dirigente.
Para piorar o quadro, o goleiro foi reprovado nos exames médicos do Corinthians por um suposto problema no punho, o que prontamente cancelou o processo de negociação junto ao Santos.
A salvação apareceu no mesmo Coritiba! Como reserva do companheiro Jairo, Joel Mendes fez parte do elenco que faturou o campeonato paranaense e o Torneio do Povo, ambos em 1973.
De volta ao Santos, a grande fase do argentino Cejas o colocou no caminho do Esporte Clube Vitória (BA), quando realizou um ótimo campeonato nacional, inclusive sendo premiado na concorrida Bola de Prata da revista Placar em 1974.
Terminado o empréstimo com o Vitória, Joel Mendes permaneceu na Vila Belmiro até 1976, quando seus direitos foram negociados de forma definitiva com o Esporte Clube Bahia (BA), onde também foi campeão estadual em 1976 e 1977.
Ainda em 1977, o Santa Cruz Futebol Clube (PE) acenou com um novo desafio, o que fez Joel Mendes mostrar seu valor novamente nas conquistas do título pernambucano nas edições de 1978 e 1979.
Contudo, seu ciclo no Arruda terminou em razão de um mal-estar provocado por um dirigente, que o acusou de “gaveteiro” depois de uma derrota diante do Náutico.
Ofendido e sem ambiente no clube, Joel Mendes voltou para o Paraná e firmou compromisso com o Colorado Esporte Clube – atual Paraná Clube (PR) – até o ano de 1984.
Com planos para deixar o futebol profissional, Joel Mendes atendeu o apelo de amigos e durante mais algum tempo jogou pelo Atlético Clube Paranavaí (PR), sua última equipe.
Ainda no mundo da bola trabalhou nas categorias de base do Coritiba no período compreendido entre 1998 e 2003. Atualmente, o ex-goleiro é proprietário da Panificadora “Trigo de Ouro”, no bairro Jardim Social, em Curitiba.
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