sábado, 10 de dezembro de 2016

OPINIÃO COSME RÍMOLI (1 )



CBF, Globo, STJD, Federação Baiana, o bilionário patrocínio do futebol, a opinião pública. O Brasil não aceitará a virada de mesa. Ou o Internacional sobrevive no gramado ou, pela primeira vez, sentirá o gosto da Segunda Divisão. Os tribunais não o salvarão…


1reproducao8 CBF, Globo, STJD, Federação Baiana, o bilionário patrocínio do futebol, a opinião pública. O Brasil não aceitará a virada de mesa. Ou o Internacional sobrevive no gramado ou, pela primeira vez, sentirá o gosto da Segunda Divisão. Os tribunais não o salvarão...
A esperança do Internacional sobreviver na Série A, no tapetão, sofreu um profundo revez. Como o blog antecipou, há uma pressão imensa da CBF e da Globo para que a última rodada do Brasileiro seja interessante, atraente. Não desmoralizante.
O STJD, fugindo de sua tradição, fez questão de anunciar aos quatro ventos. Decidiu arquivar o pedido do Inter para reabrir o caso do zagueiro Victor Ramos, do Vitória, por suposta escalação irregular no Campeonato Brasileiro. O auditor e vice-procurador geral Glauber Guadalupe foi o responsável pelo arquivamento.
Ou seja, domingo, valerá o campo.
O que é ótimo para a credibilidade 'do dia'.
Quem cair, será anunciado como rebaixado.
A direção do Internacional, lógico, vai recorrer. Já havia a pressão política indicando que este primeiro pedido não seria aceito. Por um motivo muito simples. O STJD não irá comprometer uma decisão que já tomou há meses, confirmando a legalidade de Victor Ramos no Campeonato Baiano. O Flamengo de Guanambi, com todo o apoio do Bahia, queria que sua negociação fosse considerada irregular.
Seria a desmoralização do tribunal e do Campeonato Baiano de 2016, que teve o Vitória, com Victor Ramos, como campeão. O presidente da Federação Baiana, Ednaldo Rodrigues, mostrou que compraria uma guerra, se o caso agora fosse considerado irregular. Teria de retirar o título já decidido.
"A FBF não espera outra posição do STJD a não ser o arquivamento imediato do caso. Qualquer medida contrária a essa linha, que segue a lei desportiva, o Campeonato Brasileiro 2017 será prejudicado e pode não acontecer", divulgou em nota.
2reproducao1 CBF, Globo, STJD, Federação Baiana, o bilionário patrocínio do futebol, a opinião pública. O Brasil não aceitará a virada de mesa. Ou o Internacional sobrevive no gramado ou, pela primeira vez, sentirá o gosto da Segunda Divisão. Os tribunais não o salvarão...
Foi um aviso forte que teve eco na CBF.
Ednaldo é um aliado fiel a Marco Polo del Nero.
Seria desmoralizante o tribunal voltar atrás.
E vergonhoso para a Federação Baiana.
O título do Vitória teria de ser cassado.
Para a Globo, que penou para encontrar patrocinadores para o futebol de 2017, seria terrível o tapetão salvar o Internacional, se o clube gaúcho for rebaixado no campo. Ainda mais depois dessa tragédia envolvendo a Chapecoense. Além da tristeza, a aura de imoralidade que dominou o Brasileiro de 2013, quando o Flamengo foi salvo para a estranha queda da Portuguesa, poderia ser repetida agora.
Veteranos advogados que trabalham há décadas nos julgamentos do STJD consideram que o ambiente, a situação, não poderia ser pior para o Internacional. Há o julgamento do mesmo caso do tribunal. Há a consequência da cassação do título baiano. A desmoralização do Brasileiro. A mensagem que os clubes tradicionais são salvos juridicamente. Algo que só desestimula o torcedor a seguir acompanhando futebol. Porque no final, as maiores equipes são salvas por artifícios jurídicos.
O Globo pontua a esperança do Inter, que vai recorrer do arquivamento.
"O clube gaúcho tinha como último trunfo uma troca de emails entre a diretoria baiana e a CBF, divulgada pelo “Estado de S. Paulo”. Na mensagem, Reynaldo Buzzoni, diretor de Registro e Transferência da entidade, recomenda que o Vitória faça a transferência internacional, pois Victor Ramos, que pertence ao Monterrey, do México, estava sob contrato de empréstimo ao Palmeiras quando a negociação foi feita, em fevereiro deste ano. Porém, não foi levado a cabo e o clube da Bahia registrou o jogador segundo os trâmites nacionais.
"A mensagem enviada por Buzzoni ao representante do Vitória dizia o seguinte: “Primeiro, o Palmeiras e o clube mexicano deve (sic) dar uma conclusão ao TMS #106697, sobre o empréstimo do atleta ao Palmeiras. Após isso, será necessário o retorno do empréstimo para o México e um novo pedido de empréstimo para o Vitória. Mesmo para um clube do mesmo país, é necessário o retorno do ITC para o México para depois gerar um novo empréstimo para o clube brasileiro”.
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"Porém, Victor Ramos foi transferido para o Vitória diretamente do Palmeiras, sem passar pelo processo internacional. Procedimento que não foi considero correto, mas que não configuraria irregularidade, pois isso só ocorreria se não houvesse o ITC (Certificado de Transferência Internacional, em inglês), segundo Buzzoni em entrevista recente. Como o empréstimo foi feito pelos trâmites de transferência nacional, o ITC não saiu do Brasil. O clube baiano diz ter um documento da Fifa que comprova a regularidade do jogador."
Relembra também casos que reverteram rebaixamentos e que deixaram esse permanente clima de virada de mesa dominando o futebol comandado pela CBF.
"Brigas judiciais já aconteceram no Brasileiro e mudaram o campeonato do ano seguinte. Em 1999, o Botafogo entrou na Justiça Desportiva contra o São Paulo, após ser goleado por 6 a 1 e rebaixado, alegando que a inscrição do jogador Sandro Hiroshi foi feita de forma irregular. Foi comprovado que houve problemas na transferência do atacante do Tocantinópolis, seu primeiro clube, para o Rio Branco, que depois o repassou ao tricolor paulista. Por causa do erro inicial, o Rio Branco não poderia ter vendido o atleta ao clube do Morumbi.
O alvinegro ficou com os pontos do jogo, se manteve na Série A, e o Gama, do Distrito Federal, caiu para a Segundona. O Sindicato dos Técnicos do Distrito Federal entrou na Justiça comum e ganhou a ação, obrigando a CBF a incluir o Gama na Série A. A entidade deixou a decisão nas mãos do Clube dos Treze, que criou a Copa João Havelange, com todos os clubes da A e B, divididos em módulos verde e amarelo.
58 CBF, Globo, STJD, Federação Baiana, o bilionário patrocínio do futebol, a opinião pública. O Brasil não aceitará a virada de mesa. Ou o Internacional sobrevive no gramado ou, pela primeira vez, sentirá o gosto da Segunda Divisão. Os tribunais não o salvarão...
Em 2014, o Fluminense caiu para a Série B. Porém, dias depois do fim do campeonato, descobriu-se que a Portuguesa, que havia se salvado, escalara o jogador Heverton de forma irregular. O Flamengo também havia colocado o lateral André Santos em campo sem condições de jogo. Ambos os casos foram para o STJD, os dois clubes perderam os pontos, e a Portuguesa ocupou o lugar que era primeiro do Fluminense. E depois, do Flamengo."
Ou seja, na disputa nos tribunais, costuma vencer o clube mais forte.
Mas desta vez dar ganho de causa ao Internacional teria consequências que iriam além do simples rebaixamento do Vitória. Atingiria a base aliada de Marco Polo del Nero, desagradaria a Globo e os patrocinadores que gastam R$ 1,5 bilhão para ter suas marcas divulgadas no futebol. E também envergonharia o próprio STJD, por causa da sua decisão em relação ao Campeonato Baiano.
A esperança tênue do Internacional de não cair pela primeira vez está no campo. Terá de vencer o Fluminense. E torcer para o tropeço do Sport contra o Figueirense e do Vitória diante do Palmeiras.
O STJD não o salvará...

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