Nascido na Estrada do Remédios, na periferia de Recife,no dia 28 de outubro de 1937, Almir Pernambuquinho começou no futebol nas categorias de base do Sport, em 1955. No ano seguinte,foi promovido ao elenco principal. Conquistou o Campeonato Pernambucano e logo chamou a atenção dos clubes do centro do país.
Em 1957, Almir estava vestindo a camisa do Vasco da Gama, seguindo a trajetória de conterrâneos já famosos na época como Ademir Menezes e Vavá, que também iniciaram suas carreiras no Sport e foram jogar em São Januário. Na primeira temporada com a camisa cruz-maltina foi destaque no Campeonato Carioca, sendo considerado a revelação da competição. No ano seguinte, ajudou a equipe a vencer o Torneio Rio-São Paulo e mais um campeonato estadual.
Durante sua trajetória no clube carioca, Almir ganhou a amizade do capitão da seleção brasileira na Copa de 1958, Bellini (1930 – 2014). Eram tão amigos que o ex-zagueiro se tornou padrinho do atacante. Sua trajetória no Vasco terminou em 1960, quando o clube recebeu uma proposta irrecusável do Corinthians, levando o jogador para São Paulo.
Com o apelido de “Pelé Branco”, Almir Pernambuquinho estreou no Corinthians justamente contra o seu ex-clube, no Pacaembu,pelo Torneio Rio-São Paulo no dia cinco de Abril de 1960. Estreia com gol e vitória por 3 a 0 no Vasco. O atacante não teve o mesmo sucesso no time paulista e ficou apenas nove meses no clube. Disputou 29 partidas, marcando cinco gols. Seu último jogo foi em janeiro de 1961, na derrota por 2 a 1 para o Flamengo.
Após a passagem pelo Parque São Jorge, Almir passou sem sucesso pelo Boca Juniors,da Argentina,e em seguida foi para Europa, onde atuou na Fiorentina e Genoa,da Itália.
Substituindo Pelé no Santos, a volta ao Rio de Janeiro e a seleção brasileira
Em 1963, voltou ao futebol brasileiro, graças ao interesse do Santos. Era reserva de uma linha ofensiva que contava com Dorval, Pepe, Pelé e Coutinho, considerada a melhor do país, mas o destino sorriu para o atacante. Na decisão do Mundial Interclubes de 1963, o time da Vila Belmiro enfrentaria o Milan na busca do bicampeonato do mundo (venceu o Benfica em 1962), Pelé estava lesionado ficando de fora da decisão.
Escolhido para substituir o Rei, Almir Pernambuquinho, através da sua habilidade e raça, foi fundamental no segundo jogo no estádio do Maracanã, quando venceram por 4 a 2 e depois, no terceiro e decisivo confronto, quando sofreu o pênalti, convertido por Dalmo, que deu o título a equipe santista. Além do título mundial, Almir conquistou a Taça Brasil em 1963 e 1964, a Libertadores de 1963 e o Campeonato Paulista de 1964. Foram duas temporadas com a camisa do Santos, disputou 39 jogos, marcando quatro gols.
Em 1965 retorna ao Rio de Janeiro, agora para jogar no Flamengo. Sua valentia combinava com o espirito rubro-negro e estreou marcando o gol da vitória em cima do Botafogo pela Taça Guanabara, sendo importante para a conquista do título carioca, seu único troféu relevante com a camisa rubro-negra. Almir disputou 73 partidas entre 1965 e 1967, marcando 21 gols.
Almir Pernambuquinho encerrou a carreira no América em 1968, aos 31 anos. O seu talento levou a seleção brasileira, além de fazer parte do grupo que se preparava para o Mundial na Suécia em 58, o atacante disputou o campeonato sul-americano em 1959. Disputou oito jogos com a amarelinha e marcou um gol. Conquistou os títulos da Copa Roca e da Taça do Atlântico em 1960.
“O marginal do futebol”
Foi assim que Almir Pernambuquinho se denominou em depoimento aos jornalistas Fausto Neto e Maurício Azedo, para a revista Placar em 1973, uma coletânea de artigos que se transformou em autobiografia, “Eu e o futebol”, lançado pelo selo Biblioteca Esportiva Placar. Era daqueles jogadores que não gostava de perder, buscava a vitória a qualquer custo e,muitas vezes,vendia caro a derrota.
Durante a entrevista aos jornalistas, Almir contou histórias da sua vida, sobre os bastidores do futebol e as confusões dentro do gramado. Relatou, em detalhes, o que aconteceu durante os jogos contra o Milan na decisão do Mundial Interclubes de 1963, quando substituiu Pelé e sagrou-se campeão mundial pelo Santos. Indignado com a declaração do brasileiro Amarildo que atuava no Milan, após a vitória italiana por 4 a 2 em Milão, que declarou que “Pelé já era”.
A confusão na partida entre Brasil e Uruguai no Campeonato Sul-americano de 1959, quando deixou o pé numa dividida com o Silveira, provocando os uruguaios e armando uma briga generalizada. Lembrou também da confusão na final do Campeonato Carioca de 1966 entre Flamengo e Bangu, quando brigou com todo o time do Bangu que venceu a competição.
“Quebrei a perna do Hélio do América. Briguei contra o time inteiro do Bangu na final do Campeonato Carioca de 1966. Paralisei o Milan num jogo em que o Santos foi bicampeão mundial. Dei um chega pra lá no Amarildo e chutei a cabeça do goleiro Balzarini. Agredi jogadores de outros times, briguei com tantos que até perdi a conta. Fui um MARGINAL DO FUTEBOL” — confessou o atacante no prefácio do livro.
O triste fim
Almir Pernambuquinho morreu na noite de seis de fevereiro de 1973, aos 35 anos. Quis o destino que seu triste fim fosse por causa de uma briga no Bar Rio-Jerez, quando acabou levando um tiro no crânio. Até hoje é lembrado como o craque mais polêmico do futebol brasileiro.
Almir Pernambuquinho: Infernal dentro e fora de campo
Um legítimo ‘Bad Boy’! Nos anos 90, era comum a imprensa chamar os jogadores polêmicos por Bad Boy (rapaz mau) como foram os casos de Romário, Edmundo, entre outros.
Mas quem conheceu Almir Moraes de Albuquerque, o Almir Pernambuquinho, garante: os jogadores citados acima eram fichinha. Natural de Recife (PE) nasceu em 28 de outubro de 1937, Almir iniciou a carreira no Sport.
As atuações destacadas fez com que o Vasco da Gama o contratasse; da mesma forma que anteriormente, o clube trouxera Ademir Menezes e Vavá, outros pernambucanos ídolos em São Januário.
No final dos anos 50, já exibia um futebol de craque que o levou brilhar em um ataque que tinha Sabará, Rubens, Vavá, Almir e Pinga na conquista do Torneio Rio São Paulo de 1958. Na decisão do campeonato, disputada no dia 6 de abril, o time carioca goleou a Portuguesa por 5 a 1 no Pacaembu.
Contudo, na mesma proporção em Almir Pernambuquinho infernizava os seus marcadores, também tinha gênio incontrolável dentro de campo. Fora das quatro linhas o temperamento explosivo encurtou a sua vida.
Destaque também do Vasco supersupercampeão carioca de 1958 – eram famosos os seus duelos com o zagueiro Pavão, do Flamengo -, Almir foi negociado em 1960 para o Corinthians, em uma das transferências mais vultosas feitas entre clubes brasileiros. À época, era considerado pela imprensa o “Pelé branco“.
Do Corinthians, em que teve rápida passagem, partiu para a sua trajetória por diversos clubes, iniciada no Boca Juniors (1961/62)…
Genoa, da Itália (1962)…
Santos (1963 e 1964), onde conquistou o título de campeão da Libertadores e do Mundial de clubes…
Flamengo nos anos de 1965 , 1966 e 1967)….
Até se despedir pelo América do Rio, em 1967.
Pela Seleção Brasileira, foi convocado para o início da preparação para a Copa do Mundo de 1958 e participou do Campeonato Sul-Americano de 1959, em Buenos Aires. Disputou oito jogos, marcou um gol, e participou também da conquista da Copa Roca e da Taça do Atlântico em 1960.
Então, aos 36 anos, Almir foi assassinado no dia 6 de fevereiro de 1973, por um grupo de portugueses, no bar “Rio-Jerez”, em frente à Galeria Alaska, no Bairro de Copacabana, na Zona Sul do Rio. Conhecido por ser “catimbeiro, valente e brigão”, Allmir envolveu-se numa discussão e acabou morto a tiro ao intervir em uma situação onde seus assassinos, que eram flamenguistas, estavam mexendo com travestis.
Almir, o Pernambuquinho, foi um dos excelentes jogadores que o futebol brasileiro formou nos anos 50 e 60. Surgido no futebol carioca, aliava técnica com faro de gol e uma raça incomum. Hoje em dia seria craque, mas na época a concorrência era forte e Almir teve a glória de ser o “reserva de Pelé” (e um de seus maiores fãs) no mítico Santos.
Além disto, ele foi ídolo no Vasco da Gama e no Flamengo, além de ter jogado na Seleção Brasileira e ter conquistado títulos pelo inigualável Santos de Pelé. Isto já deixaria a biografia de Almir Pernambuquinho repleta de histórias.
Mas isto não era nada. O “Divino Delinquente”, como o imortal dramaturgo Nélson Rodrigues o apelidou, era um demônio em campo. Arrumou dezenas de brigas, foi capaz de confusões memoráveis (em especial no Maracanã). Vejam a definição de Almir sobre si mesmo em seu livro “Eu e o Futebol”, publicado nos anos 70:
“Quebrei a perna do Hélio, do América. Briguei com o time inteiro do Bangu na decisão do Campeonato Carioca de 1966. Paralisei o Milan num jogo em que o Santos se sagrou bicampeão mundial: dei um chega-pra-lá no Amarildo e chutei a cabeça do goleiro Balzarini. Agredi jogadores de outros times, briguei com tantos que até perdi a conta. Eu fui um marginal do futebol.”
Almir… com a minha Copacabana eu não brigo
Ele jogou dopado e machucou propositalmente muitos colegas de profissão. Brigou sozinho contra times inteiros e ainda teve coragem de assumir publicamente tais acontecimentos em jornais e revistas, além de outras confidências no polêmico livro de sua autoria.
Mas Almir não era apenas a antítese declarada de um profissional do futebol. Era um atacante com enorme talento para decidir partidas em lances de rara genialidade.
Filho de Arlindo de Brito Albuquerque e Adelaide Morais Albuquerque, Almir Morais de Albuquerque era pernambucano de Recife, onde nasceu em 28 de outubro de 1937.
Na aurora dos anos 50, o garoto Almir jogava peladas na praia até ser encaminhado aos quadros amadores do Sport Clube do Recife. Em 1956 disputou sua primeira temporada no time principal.
Não demorou muito para o Club de Regatas Vasco da Gama manifestar grande interesse em seu futebol. Assim, em 1957, o jovem talento foi apresentado aos torcedores em São Januário.
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