domingo, 13 de novembro de 2016

Empresários sul-coreanos oferecem atletas ao Santa Cruz, mas clube não mostra interesse



Clube sequer recebeu agentes; contratações até término da Série A estão vetadas


O Santa Cruz recebeu a visita de empresários da Coreia do Sul. Os agentes vêm percorrendo o Brasil neste fim de temporada e o Arruda foi o alvo deles na tarde desta sexta-feira. Mas os orientais acabaram deixando o Tricolor sem perspectivas de negócios. Não foram sequer recebidos por nenhum dirigente do clube com poder de decisão. De antemão, a direção não se interessou na oferta, porque não pretende contratar qualquer peça para o elenco até o término da Série A do Brasileiro, em 4 de dezembro.

egundo informações apuradas pela reportagem do Superesportes com fontes ligadas à direção, a intenção dos empresários era colocar até três jogadores sul-coreanos no Tricolor para a próxima temporada. um deles já esteve nesta tarde no Arruda.

Sem poder gastar dinheiro e sem treinador para 2017 para avaliar os nomes oferecidos, o Santa Cruz não demonstrou interesse. Sem contato com dirigentes com poder de decisão, como o diretor de futebol Jomar Rocha, o vice-presidente Constantino Júnior ou mesmo o presidente Alírio Moraes, o grupo de empresários deixou o clube e segue um circuito no Norte e Nordeste do país, além do interior de São Paulo.

SUPERESPORTES

Santa Cruz não paga vales a funcionários do clube, que cogitam outra greve no Arruda

Presidente promete paliativo na segunda e ainda quer saldar uma folha em atraso


A direção do Santa Cruz havia prometido que vales seriam distribuídos nesta sexta-feira entre os funcionários do clube, muitos deles já no sexto mês sem receber nada. Mas nem o paliativo de R$ 500 para cada trabalhador foi pago desta vez. Diante de mais uma promessa não cumprida, sinalizam mais uma greve no Arruda, que seria marcada para a próxima quarta-feira, caso não ganhem ao menos um salário.

A reportagem do Superesportes foi procurada por funcionários insatisfeitos que voltaram mais uma vez de mãos vazias da tesouraria do clube e cogitaram cruzar os braços novamente em protesto. A diretoria, por sua vez, deu mais uma justificativa. Esperava, para esta sexta-feira, um crédito que iria garantir os vales. A operação financeira, no entanto, deu errado e só poderá ser feita na segunda-feira. A expectativa do pagamento de uma das folhas em aberto, porém, é ainda no fim da próxima semana.

"A expectativa é que até o dia 17 ou 18 liquidaremos a fatura, conforme compromisso firmado com a comissão de funcionários do Santa Cruz. O pagamento independe da nossa vontade pessoal, mas foram muitos recursos bloqueados na Justiça e estamos lidando com burocracia muito grande na liberação das receitas. Tenho sempre uma olhar esperançoso, pedindo a compreensãode todos", explicou-se o presidente Alírio Moraes.

Entre 20 e 21 de outubro, parte dos funcionários paralisaram as suas atividades, mas encerraram a greve após a criação de uma comissão para resolver o assunto junto a Alírio Moraes. Antes do jogo contra o América-MG, no último domingo, a torcida chegou a encabeçar uma campanha de doação de cestas básicas para os trabalhadores do Tricolor. Apesar do cenário de dificuldade, Alírio espera terminar 2016 sem dívidas nenhuma com os trabalhadores. "O esforço nosso é no sentido de virar o ano deixando tudo em dia."

Atualmente, a folha salarial com o administrativo do Santa Cruz está em R$ 175.878,00. Já a dos os trabalhadores ligados ao futebol (da cozinha, lavanderia, manutenção do gramado, comissões e analistas de desempenho) é bem maior: R$ 337.527,00. Há ainda outros R$ 82.140,00, referentes aos colaboradores das categorias de base e do futebol de salão. A folha do jogadores, por sua vez, gira em torno de R$ 1,3 milhão.

Cézar Baiano

Por outro lado, o Santa Cruz pagou a primeira de dez parcelas do acerto com a viúva de Cézar Baiano, equivalente a R$ 34.200. A ação movida em nome do ex-jogador coral (falecido em 2013 e com passagem no clube em 2007) levaria o Arruda a leilão e, caso o Tricolor não tivesse pago o valor, o estádio voltaria a ficar na mira da Justiça. 

SUPERESPORTES

Replay: Derley vê semelhanças entre o Santa Cruz atual e o Náutico de 2013

Volante estava no elenco do Timbu que teve a segunda pior campanha da Era dos pontos corridos e disse que o cenário atual no Tricolor é parecido: "Já vivi isso", disse


Pela segunda vez seguida, Derley vive o mesmo drama na disputa da Série A: o rebaixamento. De novo, a má fase acontece no Recife, só que, desta vez, com as cores diferentes. Em 2013, no Náutico. Agora, no Santa Cruz. E, na visão do volante, existem semelhanças nos dois casos, principalmente por causa dos problemas extracampo.
Os salários atrasados, que fazem parte da rotina do Santa Cruz nos dias atuais, foram a realidade do Náutico de 2013. No Tricolor, os funcionários não recebem há cinco meses e os jogadores, há dois. Há três anos, no Timbu, os atletas chegaram a ameaçar não entrar em campo por conta dos problemas financeiros.
- É parecido. A situação é ruim e complicada. Não é fácil. Mas são coisas que acontecem. Nós que estamos no futebol, estamos sujeitos a tudo. Faz parte da nossa vida. Tiramos lições depois de situação complicadas como essas - disse Derley.
Em 2013, Derley disputou a última Série A. Saiu para o futebol mexicano, retornando nesta temporada ao Brasil, só que para o Santa Cruz. O Náutico caiu com a segunda pior campanha da história dos pontos corridos (com 20 pontos, na lanterna) e rebaixado com seis rodadas para o fim. O Santa, atual 19º colocado com 27, tem menos de 1% de chances matemáticas a quatro rodadas do término da Série A de 2016. Respira com ajuda de aparelhos.
Derley disse que uma má campanha neste ano não pode influenciar na próxima temporada. E usou o Náutico como exemplo.

- Na verdade, não (reflete no ano seguinte). A situação de 2013, iniciamos 2014 procurando esquecer o que aconteceu. E agora tem de ser da mesma forma. Todo mundo tem de ver onde errou: jogadores, comissão e diretoria. Para passar por uma situação dessa, temos de ter muito equilíbrio. Isso também é aprendizado para o clube, que já passou por situações piores do que esta e se reergueu.
GLOBO.COM

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