Nem o Boavista tem os milhões do Fenerbahçe, nem o Bessa ascende à ebulição fanática do estádio Sukru Saraçoglu, mas a verdade é que, de novo em terreno hostil, o Benfica passou mais um duro teste neste mês de agosto terrível em termos de exigência.
Em vésperas de play-off da Liga dos Campeões, frente ao PAOK, intercalado a receção ao Sporting, no clássico da próxima jornada, os encarnados passaram onde na época passada haviam sofrido a primeira derrota da Liga.
Sem Castillo e Jonas, lesionados, Ferreyra regressou à titularidade, estreou-se a marcar e abriu o caminho para o triunfo da equipa de Rui Vitória, que voltou a apresentar-se em 4-3-3, com Salvio e Cervi bem abertos nos flancos e com Gedson e Pizzi à frente de Fejsa no meio-campo.
Jorge Simão também não surpreendeu e apresentou o mesmo 4-2-3-1 com que na primeira jornada venceu o Portimonense, por 2-0.
Haviam de ser os axadrezados a criarem perigo logo aos 4 minutos: Falcone, porém, não revelou dotes de predador e poupou as águias ao golpe letal, atirando às malhas laterais um golo que parecia feito.
Parecia afoito o Boavista, mas na verdade revelou-se demasiado curto no ataque e foi perdendo fulgor à medida que a primeira parte avançava.
Do lado contrário, o Benfica evoluía bem sobre os flancos, ora por Salvio, ora por Cervi, em combinações com Pizzi ou Gedson Fernandes – de novo em bom plano.
Apesar de na antevisão Rui Vitória desdramatizar a falta de goleadores na antevisão da partida, faltava porém “killer instinct” ao exército vermelho.
No entanto, haveria de aparecer Ferreyra para numa «bala perdida» começar a decidir a batalha do Bessa. Na verdade, o golo encarnado acaba por ser uma «oferta», a meias entre Carraça e Idris, que deixam uma bola aparentemente controlada à mercê do ponta-de-lança argentino, que com classe atirou cruzado para fazer o primeiro do Benfica.
O Boavista lutava, mas ao intervalo estava em desvantagem no marcador, mas também na estatística – 57%-43% em posse de bola, 7-1 em remates, 5-1 em cantos.
Não fosse a magnífica exibição do guarda-redes Helton Leite e o Benfica podia ter resolvido o jogo mais cedo.
Lá na frente, a equipa de Jorge Simão parecia demasiado curta. Atrás, sucediam-se os erros defensivos. Noutro deles, clamoroso havia de sentenciar-se o resultado final. Neris tentou dominar a bola, perdeu-a para Salvio e o argentino galgou metros e cruzou atrasado para Pizzi (melhor marcador da Liga, com 4 golos) rematar para o 2-0.
Dois erros defensivos crassos, dois golos. Em alguns momentos parecia de férias a defensiva axadrezada.
Passadeira vermelha estendida para a justa vitória do Benfica, que ainda lançou em campo o talentoso João Félix para um estrondoso aplauso dos adeptos encarnados responsáveis por parte substancial da meia casa de hoje no Bessa (15 189 espectadores).
Segue-se uma eliminatória milionária frente ao PAOK, que vale o acesso à Liga dos Campeões, e o tal clássico na Luz frente ao Sporting. Para já, mesmo sem Jonas, Castillo, Krovinovic e outros mais Vitória vai vencendo uma batalha atrás de outra neste agosto que parecia terrível e afinal até pode quase que parecer um passeio.
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